segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Ataque mata ao menos 42 alunos na Nigéria
Radicais do Boko Haram são suspeitos de cometer a ação durante a madrugada em faculdade no nordeste do país
Instituição diz não ter apoio de forças de segurança; ação semelhante já matara outros 29 em julho
FSP
Ao menos 42 estudantes foram mortos por homens armados que invadiram o alojamento de uma faculdade no nordeste da Nigéria ontem, enquanto a maioria das vítimas dormia.
O número de mortos pode chegar a 50. Ao menos 18 pessoas ficaram feridas.
A milícia extremista muçulmana Boko Haram é suspeita de ter cometido o ataque, que aconteceu durante a madrugada na Faculdade de Agricultura da cidade de Gujba, no estado de Yobe.
Pela TV, o presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, condenou o atentado e questionou a motivação do Boko Haram para o massacre.
Um dos sobreviventes, em depoimento à agência de notícias Associated Press, afirmou que os criminosos chegaram ao local em duas caminhonetes e em motos, alguns vestidos com uniformes militares camuflados.
Segundo o estudante, o grupo parecia conhecer a estrutura da faculdade. Quatro dormitórios masculinos teriam sido atacados, e nenhum feminino. As vítimas teriam entre 18 e 22 anos.
De acordo com testemunhas, quase todos os mortos são muçulmanos, que são maioria na faculdade.
O reitor da instituição, Molima Idi Mato, afirmou que a faculdade não contava com o apoio de forças de segurança.
Há duas semanas, o comissário de Estado para educação havia convocado todos os centros de ensino a reabrir, assegurando proteção da polícia e de soldados.
Grande parte das escolas da região havia fechado depois que militantes executaram, no início de julho, 29 estudantes e um professor --alguns queimados vivos em seus dormitórios--, em uma localidade vizinha.
O nordeste da Nigéria está sob estado de emergência para enfrentar uma insurreição islâmica liderada pelo Boko Haram, que matou mais de 1.700 pessoas desde 2010.
ESTADO ISLÂMICO
O grupo luta para instalar um Estado islâmico no país, onde metade da população é cristã. Boko Haram significa, na língua local, "educação ocidental é proibida". O grupo é conhecido por atacar instituições de ensino que não seguem preceitos muçulmanos.
Na semana passada, o líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, postou um vídeo na internet como prova de que está vivo --em resposta à afirmação de militares que disseram que o terrorista foi morto durante ofensiva.
A ação da milícia é uma das grandes ameaças à segurança da Nigéria. O país é o maior extrator de petróleo da África e sua mais populosa nação.
O presidente americano, Barack Obama, descreveu o Boko Haram, em um encontro com o presidente nigeriano na última terça, como uma das organizações terroristas mais cruéis do mundo.
Na semana passada, militantes radicais mataram ao menos outros 30 civis na Nigéria. Ao todo, mais de 30 mil pessoas fugiram do país para nações vizinhas, como Camarões e Chade.
Além do Boko Haram, outros grupos terroristas também atuam na África, baseados em outros países.
Há cerca de uma semana, no Quênia, a milícia Al Shabaab deixou 72 mortos após invadir um shopping de alto padrão na capital Nairóbi.
A ação do grupo extremista, que é ligado à Al Qaeda, durou quatro dias e terminou após um cerco de forças de segurança quenianas.

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