Eduardo Munoz/Reuters
O ministro do Exterior da Venezuela, Elias Jaua, discursa na 68ª Assembleia Geral da ONU, na sede da organização, em Nova York
O chanceler venezuelano, Elías Jaua, pediu nesta sexta-feira (27), na Assembleia Geral da ONU, a retirada da sede das Nações Unidas dos Estados Unidos, além da criação de um organismo multilateral contra a espionagem, em um contundente discurso contra o país presidido por Barack Obama.O chanceler destacou que é preciso "repensar se a sede da ONU deve permanecer neste país (EUA), cujo governo não respeita a Organização, e muito menos a soberania de cada um de seus membros". E completou: "Esta organização foi sequestrada. A paz do mundo e a dignidade humana são reféns de Nova York".
Jaua solicitou ao secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, a criação de um organismo multilateral que "trabalhe para garantir o direito à privacidade e o poder de comunicação sem interceptações, para todos os habitantes do planeta".
O ministro denunciou o "complexo e sofisticado" sistema de Inteligência americano e questionou as Nações Unidas ao perguntar: "Quem impõe limite a tanta arbitrariedade e atropelo?"
Maduro cancela viagem
Na quarta-feira, Nicolas Maduro cancelou o que seria sua primeira participação como presidente da Venezuela na Assembleia Geral da ONU, depois de acusar os Estados Unidos de impedirem-no de passar pelo espaço aéreo americano e de dificultar a concessão de visto à delegação de seu país.Nesta sexta, a subsecretária de Estado para a América Latina, Roberta Jacobson, negou qualquer barreira à comitiva venezuelana e afirmou que "houve uma grande confusão em relação à informação de que tipo de avião viria - de qual nacionalidade, ou de quem era o avião -, ou quando chegaria a delegação".
Jaua denunciou que os EUA pretendiam submeter os membros da comitiva da Venezuela a um "interrogatório", mas Jacobson rebateu afirmando que os Estados Unidos aprovaram mais de 200 vistos para a delegação venezuelana.
Estados Unidos e Venezuela mantêm relações tensas e não compartilham embaixadores desde 2010, embora Washington continue a ser o maior comprador do principal produtor de petróleo sul-americano.
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