JOÃO ALBERTO PEDRINI - FSP
No sudeste de Minas, por exemplo, a Promotoria cruza dados de médicos desde 2009 para constatar irregularidades --como a atuação ao menos três empregos públicos.
O promotor Rodrigo Ferreira de Barros diz que a Constituição proíbe acúmulo de mais de dois cargos do tipo.
A fiscalização resultou em cem inquéritos envolvendo profissionais das redes estadual e municipal que não cumpriam a carga horária --90% deles, médicos.
Em dois procedimentos foram firmados TACs (termos de ajustamento) que resultaram na devolução de dinheiro aos cofres públicos. A ação será estendida para 94 municípios do sudeste mineiro.
"O profissional que atua dessa forma pode responder por falsidade ideológica e crime contra a administração pública", disse Barros.
Editoria de arte/Folhapress | ||
O órgão verificou que, no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, de 13 mil horas contratadas em março de 2011, só 5,4 mil constavam como trabalhadas.
Em Mato Grosso do Sul, uma CPI na Assembleia Legislativa para apurar irregularidades na gestão de recursos do SUS disse ser recorrente haver descumprimento da carga horária dos médicos.
O presidente da comissão, deputado Amarildo Cruz (PT), afirmou que detectou esse problema nas maiores cidades do Estado, como Campo Grande, Dourados, Corumbá e Ponta Porã.
"Tem médico contratado por oito horas, mas que não cumpre nem duas horas."
O governador de Piauí, Wilson Martins (PSB), determinou intervenção no hospital Dirceu Arcoverde, em Parnaíba, pelo mesmo motivo.
O Conselho Estadual de Segurança Pública de Alagoas passou a exigir que os médicos e peritos cumpram carga semanal de 20 horas nos IMLs de Maceió e Arapiraca após apontar que os profissionais só atuavam por nove horas.
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