Rodrigo Viga Gaier - Reuters/O Globo
RIO DE JANEIRO, 29 Jul (Reuters) - O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), alvo de protestos que pedem sua saída do cargo e cujo governo é aprovado somente por 12 por cento da população segundo pesquisa recente, afirmou em declarações surpreendentes nesta segunda-feira que, inspirado pela mensagem do papa Francisco durante visita ao Rio, será um governante mais humilde e aberto ao diálogo.
Em seu segundo mandato seguido à frente do governo fluminense, Cabral negou que a mudança de postura tenha a ver com a proximidade das eleições do ano que vem. Ele tenta emplacar seu vice, Luiz Fernando Pezão, à sua sucessão e especula-se que ele poderia disputar um cargo eletivo em 2014, o que ele negou.
"Não serei candidato a cargo em 2014", disse ele em entrevista no Palácio Guanabara, sede do governo do Estado. "Meu recuo, mudança não tem a ver com a eleição dele (Pezão). Não mesmo", garantiu.
Segundo Cabral, apontado como governador pior avaliado entre os 11 que foram analisados em pesquisa do Ibope para a Confederação Nacional da Indústria, a mudança foi inspirada na mensagem deixada pelo papa Francisco, durante sua visita ao Rio na última semana para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
"O papa tocou a mim. Fui deputado mais votado, governador mais votado, senador também... estava precisando de muita dose de humildade e não tenho medo de dizer isso", declarou Cabral.
Francisco pregou no evento mais altruísmo, solidariedade, compaixão e uma sociedade mais humanista e menos focada nos valores materiais e econômicos.
Cabral tornou-se alvo principal dos protestos no Rio de Janeiro desde a onda de manifestações que chegou a levar mais de um milhão de pessoas às ruas de todo o país em junho.
As supostas ligações do governador com o empresário Fernando Cavendish, da construtora Delta Engenharia, sua amizade e supostos favorecimentos ao empresário Eike Batista e o uso indiscriminado dos helicópteros do Estado foram alguns dos temas dos protestos.
Manifestantes montaram acampamento nas proximidades da casa de Cabral, no bairro do Leblon, área nobre da zona sul do Rio de Janeiro. Alguns dos protestos terminaram em confrontos com policiais.
Emocionado, o governador fez um apelo em nome dos filhos para que não haja mais protestos e acampamentos perto da sua residência particular.
"Tenho crianças pequenas, de 6 e 11 anos. É um apelo de paz, aqui tudo bem (protestar no palácio). É um apelo de pai, porque para meus filhos é difícil", disse ele ao revelar mais tarde que os filhos estavam sendo "massacrados" nas redes sociais.
Até esta segunda, Cabral adotava discurso mais duro em relação às manifestações. Chegou a dizer que havia membros da oposição a ele infiltrados nos protestos e que organismos internacionais, os quais ele não especificou, estavam fomentando as demonstrações.
O governador revelou ainda que tem se deslocado pela cidade prioritariamente de carro e, não mais de helicóptero, e que vai criar um protocolo com regras para uso das aeronaves no Estado.
Depois do mea culpa, Cabral disse que seu objetivo agora é não focar apenas em repostas para os erros administrativos da sua gestão, mas valorizar as conquistas atingidas até agora.
"Trabalhava mal na minha cabeça, errando nas avaliações, estava faltando humildade e autocrítica", disse. "Esse governo que vamos defender... são as coisas boas que fizemos."
Em seu segundo mandato seguido à frente do governo fluminense, Cabral negou que a mudança de postura tenha a ver com a proximidade das eleições do ano que vem. Ele tenta emplacar seu vice, Luiz Fernando Pezão, à sua sucessão e especula-se que ele poderia disputar um cargo eletivo em 2014, o que ele negou.
"Não serei candidato a cargo em 2014", disse ele em entrevista no Palácio Guanabara, sede do governo do Estado. "Meu recuo, mudança não tem a ver com a eleição dele (Pezão). Não mesmo", garantiu.
Segundo Cabral, apontado como governador pior avaliado entre os 11 que foram analisados em pesquisa do Ibope para a Confederação Nacional da Indústria, a mudança foi inspirada na mensagem deixada pelo papa Francisco, durante sua visita ao Rio na última semana para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
"O papa tocou a mim. Fui deputado mais votado, governador mais votado, senador também... estava precisando de muita dose de humildade e não tenho medo de dizer isso", declarou Cabral.
Francisco pregou no evento mais altruísmo, solidariedade, compaixão e uma sociedade mais humanista e menos focada nos valores materiais e econômicos.
Cabral tornou-se alvo principal dos protestos no Rio de Janeiro desde a onda de manifestações que chegou a levar mais de um milhão de pessoas às ruas de todo o país em junho.
As supostas ligações do governador com o empresário Fernando Cavendish, da construtora Delta Engenharia, sua amizade e supostos favorecimentos ao empresário Eike Batista e o uso indiscriminado dos helicópteros do Estado foram alguns dos temas dos protestos.
Manifestantes montaram acampamento nas proximidades da casa de Cabral, no bairro do Leblon, área nobre da zona sul do Rio de Janeiro. Alguns dos protestos terminaram em confrontos com policiais.
Emocionado, o governador fez um apelo em nome dos filhos para que não haja mais protestos e acampamentos perto da sua residência particular.
"Tenho crianças pequenas, de 6 e 11 anos. É um apelo de paz, aqui tudo bem (protestar no palácio). É um apelo de pai, porque para meus filhos é difícil", disse ele ao revelar mais tarde que os filhos estavam sendo "massacrados" nas redes sociais.
Até esta segunda, Cabral adotava discurso mais duro em relação às manifestações. Chegou a dizer que havia membros da oposição a ele infiltrados nos protestos e que organismos internacionais, os quais ele não especificou, estavam fomentando as demonstrações.
O governador revelou ainda que tem se deslocado pela cidade prioritariamente de carro e, não mais de helicóptero, e que vai criar um protocolo com regras para uso das aeronaves no Estado.
Depois do mea culpa, Cabral disse que seu objetivo agora é não focar apenas em repostas para os erros administrativos da sua gestão, mas valorizar as conquistas atingidas até agora.
"Trabalhava mal na minha cabeça, errando nas avaliações, estava faltando humildade e autocrítica", disse. "Esse governo que vamos defender... são as coisas boas que fizemos."
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