Ricardo Noblat - O Globo
O governo Dilma está perdidinho desde que começou a despencar nas pesquisas de avaliação de desempenho.
A queda coincidiu com as manifestações de rua nas principais cidades do país.
O governo sugeriu a instalação de uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva para fazer a reforma política.
Ninguém que foi às ruas pedir reforma política.
Então sacou uma segunda mais absurda ainda por falta de tempo útil para ser executada: um plebiscito. Destinado a aprovar a reforma política.
Gorou o plebiscito. Ninguém quis. Nem o PT.
Aí o governo decidiu mexer com os médicos ou aspirantes a médico.
Que tal tornar obrigatório um período de dois anos de permanência no SUS para a obtenção do diploma de graduação?
Os médicos foram para as ruas, indignados.
Há pouco, o governo deu o dito pelo não dito.
"Esqueçam minha proposta".
Não passa pela cabeça dos governantes sondar previamente possíveis interessados ou atingidos por suas medidas antes de pô-las a circular?
Evitaria passar por vexames.
O governo está parecendo aquelas birutas de aeroportos que indicam para onde sopram os ventos de superfície.
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