terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Abatedouro na China injetava água suja em carne de cordeiro
Polícia prende 7 dos envolvidos no esquema de fraude alimentar 
MARCELO NINIO - FSP
Sete pessoas foram presas na província de Guangdong, no sul da China, por envolvimento num esquema de fraude alimentar.
Segundo a emissora estatal CCTV, a quadrilha injetava água suja retirada de um lago em carne de cordeiro, para aumentar o peso e poder cobrar mais pelo produto.
O caso se soma a outros ocorridos nos últimos anos que tornaram a insegurança alimentar uma das maiores preocupações dos chineses.
Há poucos dias, o gigante americano WalMart, maior rede varejista do mundo, recolheu uma marca de carne de burro de suas prateleiras no país depois que testes indicaram que havia raposa misturada ao produto.
A rede pediu desculpas ao público chinês e devolveu o dinheiro a quem comprou a marca. O consumo de carne de burro é muito comum e apreciado na China.
Em Guandong, a TV estatal informou ontem que os suspeitos matavam até cem cordeiros por dia num abatedouro ilegal. Em seguida introduziam a água contaminada na carne para aumentar seu peso.
Com cerca de seis quilos a mais, o produto era vendido a mercados e restaurantes de grandes cidades, como Cantão e Foshan.
Com vários restaurantes brasileiros, incluindo churrascarias, a região de Cantão é onde está uma das maiores concentrações de brasileiros residentes na China. A maioria trabalha na indústria de calçados de Dongguan, uma cidade próxima de Cantão.
Nos últimos anos, o público chinês foi chacoalhado por diversos escândalos de contaminação alimentar.
Diante da crescente insatisfação popular, a nova liderança do país, que tomou posse em março, afirmou que o combate à insegurança alimentar seria uma de suas prioridades.
A divulgação de batidas da vigilância sanitária na imprensa estatal também se tornou mais frequente.
Em maio de 2013, mais de 900 pessoas foram presas no país por vender carne falsa e contaminada. Na época, a vigilância sanitária descobriu cerca de 400 casos de carne imprópria para o consumo e confiscou um total de 20 mil toneladas do produto.
Um dos maiores escândalos de insegurança alimentar na China ocorreu em 2008, quando ao menos seis crianças morreram e milhares ficaram doentes após consumirem leite em pó com melamina (matéria-prima para fabricar resinas).

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