Rodrigo Constantino - VEJA
Fonte: WSJ
Um ensaio publicado no WSJ retrata duas Américas Latinas distintas, uma que coloca todo o poder no estado, e outra que acredita mais no livre mercado.
O primeiro bloco seria representado pela Venezuela, Argentina,
Bolívia, Equador e, sim, Brasil. São os países bolivarianos, que
desconfiam da globalização e delegam ao estado enorme controle da
economia. É o grupo do Atlântico.
Já o segundo grupo, voltado para o Pacífico, conta com México, Peru, Chile e Colômbia. Abraçam com mais naturalidade o livre comércio e a economia de mercado (nem tanto assim, mas em termos relativos, pode-se dizer que sim).
Como ambos os grupos compartilham aproximadamente da mesma geografia, cultura e história, tal divisão, segundo o autor do ensaio, representa algo similar a um experimento econômico controlado, algo raro nas ciências humanas.
Nos últimos anos, o boom de commodities acabou beneficiando os países do Atlântico, mas com o esgotamento desse modelo, fica claro o destaque relativo do grupo do Pacífico. O primeiro grupo está, agora, pagando o preço de seu protecionismo comercial e intervencionismo econômico.
Em 2014, por exemplo, o grupo do Pacífico deve crescer mais de 4%, mantendo inflação baixa. Já o grupo do Atlântico não deve crescer nem 2,5% (e o Brasil nem deve chegar a 2%), e com uma inflação fora de controle em alguns casos (Venezuela e Argentina) e bastante elevada no Brasil.
O boom das commodities, puxado pelo crescimento chinês, foi como uma loteria para esses países. Acontece que o primeiro grupo não fez o dever de casa, não se preparou para o fim do verão, continuou com impostos elevados, regras do jogo confusas e arbitrárias, baixo investimento em competitividade.
O Chile também depende bastante do cobre, mas nem por isso deixou de fazer, em parte, o dever de casa. Por isso consegue manter boa taxa de crescimento com baixa inflação, mesmo após o fim do ciclo das commodities. A estabilidade política e econômica ajuda, e muito.
É lastimável o fato de que o Brasil, que tinha tudo para liderar o segundo grupo, encontre-se cada vez mais perto do primeiro. Escolha política, apenas isso. O governo do PT sempre flertou com os regimes da Venezuela e da Argentina. Hoje, somos cada vez mais parecidos com esses países, e mais distantes do grupo do Pacífico.
Como um brasileiro citado no ensaio resumiu, o Brasil está se tornando a Argentina, a Argentina está se tornando a Venezuela, e a Venezuela está se tornando o Zimbábue. Triste destino para a região. O contraste com os demais países da América Latina, que seguem receitas opostas, será um divisor de águas cada vez mais claro para os eleitores.
O problema é que as péssimas ideias demoram a morrer, ainda mais em democracias frágeis com instituições republicanas esgarçadas, muita miséria e ignorância, e governos autoritários dispostos ao abuso da máquina estatal para se perpetuar no poder.
Ainda há tempo de o Brasil abandonar o primeiro grupo e se unir ao segundo. Mas é cada vez mais difícil reverter o estrago causado até agora. E para essa mudança de rumo, é necessário tirar o PT do poder, pois o partido já deixou bem claro qual modelo pretende seguir. Não é o que vem dando certo…
Já o segundo grupo, voltado para o Pacífico, conta com México, Peru, Chile e Colômbia. Abraçam com mais naturalidade o livre comércio e a economia de mercado (nem tanto assim, mas em termos relativos, pode-se dizer que sim).
Como ambos os grupos compartilham aproximadamente da mesma geografia, cultura e história, tal divisão, segundo o autor do ensaio, representa algo similar a um experimento econômico controlado, algo raro nas ciências humanas.
Nos últimos anos, o boom de commodities acabou beneficiando os países do Atlântico, mas com o esgotamento desse modelo, fica claro o destaque relativo do grupo do Pacífico. O primeiro grupo está, agora, pagando o preço de seu protecionismo comercial e intervencionismo econômico.
Em 2014, por exemplo, o grupo do Pacífico deve crescer mais de 4%, mantendo inflação baixa. Já o grupo do Atlântico não deve crescer nem 2,5% (e o Brasil nem deve chegar a 2%), e com uma inflação fora de controle em alguns casos (Venezuela e Argentina) e bastante elevada no Brasil.
O boom das commodities, puxado pelo crescimento chinês, foi como uma loteria para esses países. Acontece que o primeiro grupo não fez o dever de casa, não se preparou para o fim do verão, continuou com impostos elevados, regras do jogo confusas e arbitrárias, baixo investimento em competitividade.
O Chile também depende bastante do cobre, mas nem por isso deixou de fazer, em parte, o dever de casa. Por isso consegue manter boa taxa de crescimento com baixa inflação, mesmo após o fim do ciclo das commodities. A estabilidade política e econômica ajuda, e muito.
É lastimável o fato de que o Brasil, que tinha tudo para liderar o segundo grupo, encontre-se cada vez mais perto do primeiro. Escolha política, apenas isso. O governo do PT sempre flertou com os regimes da Venezuela e da Argentina. Hoje, somos cada vez mais parecidos com esses países, e mais distantes do grupo do Pacífico.
Como um brasileiro citado no ensaio resumiu, o Brasil está se tornando a Argentina, a Argentina está se tornando a Venezuela, e a Venezuela está se tornando o Zimbábue. Triste destino para a região. O contraste com os demais países da América Latina, que seguem receitas opostas, será um divisor de águas cada vez mais claro para os eleitores.
O problema é que as péssimas ideias demoram a morrer, ainda mais em democracias frágeis com instituições republicanas esgarçadas, muita miséria e ignorância, e governos autoritários dispostos ao abuso da máquina estatal para se perpetuar no poder.
Ainda há tempo de o Brasil abandonar o primeiro grupo e se unir ao segundo. Mas é cada vez mais difícil reverter o estrago causado até agora. E para essa mudança de rumo, é necessário tirar o PT do poder, pois o partido já deixou bem claro qual modelo pretende seguir. Não é o que vem dando certo…
Nenhum comentário:
Postar um comentário