A gigante farmacêutica Pfizer entrou em acordo com o governo dos EUA para que sejam retiradas as acusações civis e criminais pela promoção ilegal de um medicamento indicado para evitar rejeição em pacientes de transplante de rim, em troca de pagar US$ 491 milhões (R$ 1,13 bilhão). Esta não é a primeira vez que a Pfizer faz acordos semelhantes com o Departamento de Justiça por marketing ilícito ou para evitar outro tipo de acusação criminal.
A administração americana aprovou em 1999 a distribuição do medicamento Rapamune, fabricado então pelo laboratório Wyeth, que foi adquirido em 2009 pela Pfizer, única e exclusivamente para pacientes adultos submetidos a transplante renal.
"Rapamune é um imunodepressivo indicado para evitar a rejeição em pacientes desse tipo de operação que apresentam um risco imunológico moderado", indica seu prospecto. Embora a legislação federal proíba os fabricantes de medicamentos de promoverem seus produtos para uso não autorizado, os comerciais da Pfizer instavam os médicos a prescrever Rapamune a outros transplantados, oferecendo-lhes gratificações extraordinárias se o fizessem.
"Essa conduta evidencia que a Wyeth priorizou os benefícios econômicos acima da segurança e da saúde de uma parte importante da população extremamente vulnerável, por depender de uma terapia específica para garantir sua vida", indica o Departamento de Justiça no comunicado que emitiu nesta terça-feira (30) para anunciar o acordo.
A Pfizer concordou em pagar US$ 257,4 milhões em acordos com os estados e o governo federal; US$ 157,6 milhões de multa para evitar o processo penal e US$ 76 milhões por apreensão de bens.
O acordo põe fim a um longo processo de negociações que começou em 2007, quando dois ex-funcionários da companhia denunciaram o laboratório por divulgar o remédio entre outros tipos de transplantados. O Departamento de Justiça aderiu à causa em 2010, quando o Congresso anunciou uma investigação.
Esta não é a primeira vez que a Pfizer faz um acordo com o governo para evitar investigações por práticas ilícitas ao promover seus medicamentos. Há quatro anos, a segunda maior empresa farmacêutica do mundo pagou US$ 2,3 bilhões por divulgar para usos indevidos vários de seus produtos. Essa prática não é exclusiva da Pfizer; ampliou-se tanto que existem escritórios de advogados especializados nesse tipo de demanda. O acordo econômico mais alto alcançado até hoje por esse tipo de má conduta comercial foi feito com a britânica GlaxoSmithKline, que pagou US$ 3 bilhões para se livrar de um processo.
"Espero que esse tipo de acordo seja um passo adiante para garantir de maneira definitiva que as farmácias e os que vendem medicamentos não comprometam a segurança e a saúde dos pacientes", salientou na terça-feira em um comunicado Mark Campbell, ex-responsável por vendas da Wyeth e um dos que interpôs a demanda particular contra a Pfizer. Durante mais de 20 anos, Campbell prescreveu Rapamune para pacientes de transplantes de fígado, pulmão ou coração, para os quais esse medicamento poderia apresentar diversas contraindicações.
No ano passado, a Pfizer pagou uma multa milionária (US$ 60,2 milhões) para evitar acusações de suborno por parte da Comissão do Mercado das Comunicações e do Departamento de Justiça. "Costumávamos confiar nessas companhias, mas isso ficou impossível", afirmou na terça-feira o advogado de outro dos demandantes particulares contra o laboratório farmacêutico.
Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
A administração americana aprovou em 1999 a distribuição do medicamento Rapamune, fabricado então pelo laboratório Wyeth, que foi adquirido em 2009 pela Pfizer, única e exclusivamente para pacientes adultos submetidos a transplante renal.
"Rapamune é um imunodepressivo indicado para evitar a rejeição em pacientes desse tipo de operação que apresentam um risco imunológico moderado", indica seu prospecto. Embora a legislação federal proíba os fabricantes de medicamentos de promoverem seus produtos para uso não autorizado, os comerciais da Pfizer instavam os médicos a prescrever Rapamune a outros transplantados, oferecendo-lhes gratificações extraordinárias se o fizessem.
"Essa conduta evidencia que a Wyeth priorizou os benefícios econômicos acima da segurança e da saúde de uma parte importante da população extremamente vulnerável, por depender de uma terapia específica para garantir sua vida", indica o Departamento de Justiça no comunicado que emitiu nesta terça-feira (30) para anunciar o acordo.
A Pfizer concordou em pagar US$ 257,4 milhões em acordos com os estados e o governo federal; US$ 157,6 milhões de multa para evitar o processo penal e US$ 76 milhões por apreensão de bens.
O acordo põe fim a um longo processo de negociações que começou em 2007, quando dois ex-funcionários da companhia denunciaram o laboratório por divulgar o remédio entre outros tipos de transplantados. O Departamento de Justiça aderiu à causa em 2010, quando o Congresso anunciou uma investigação.
Esta não é a primeira vez que a Pfizer faz um acordo com o governo para evitar investigações por práticas ilícitas ao promover seus medicamentos. Há quatro anos, a segunda maior empresa farmacêutica do mundo pagou US$ 2,3 bilhões por divulgar para usos indevidos vários de seus produtos. Essa prática não é exclusiva da Pfizer; ampliou-se tanto que existem escritórios de advogados especializados nesse tipo de demanda. O acordo econômico mais alto alcançado até hoje por esse tipo de má conduta comercial foi feito com a britânica GlaxoSmithKline, que pagou US$ 3 bilhões para se livrar de um processo.
"Espero que esse tipo de acordo seja um passo adiante para garantir de maneira definitiva que as farmácias e os que vendem medicamentos não comprometam a segurança e a saúde dos pacientes", salientou na terça-feira em um comunicado Mark Campbell, ex-responsável por vendas da Wyeth e um dos que interpôs a demanda particular contra a Pfizer. Durante mais de 20 anos, Campbell prescreveu Rapamune para pacientes de transplantes de fígado, pulmão ou coração, para os quais esse medicamento poderia apresentar diversas contraindicações.
No ano passado, a Pfizer pagou uma multa milionária (US$ 60,2 milhões) para evitar acusações de suborno por parte da Comissão do Mercado das Comunicações e do Departamento de Justiça. "Costumávamos confiar nessas companhias, mas isso ficou impossível", afirmou na terça-feira o advogado de outro dos demandantes particulares contra o laboratório farmacêutico.
Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
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