segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Incêndio no RJ afeta refinaria da Petrobras
Reduc responde por 10% do refino no país 
DENISE LUNA - FSP
Um incêndio na noite de sábado na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras, interrompeu parte da produção da unidade, uma das maiores da estatal no país, e pode afetar a produção de combustíveis.
Não houve feridos.
Foi o sexto acidente nos últimos dois meses em refinarias da empresa, que vem operando perto da capacidade máxima (em 99%) para reduzir a necessidade de importação de derivados.
A alta na importação é o principal motivo para a redução do lucro da companhia e sua perda de valor de mercado. Foi ainda determinante para a balança comercial brasileira registrar seu pior desempenho em 13 anos.
FOGO
A Reduc é a refinaria mais completa da Petrobras, com 50 produtos, como gasolina, lubrificantes, óleo diesel e gás de cozinha, e capacidade diária de 240 mil barris, mais de 10% do refino do país.
O fogo ocorreu na chamada unidade de coque, um subproduto do petróleo similar a uma pedra de carvão, utilizado principalmente por indústrias de alumínio, siderúrgicas, ferroliga e cimento.
Na produção do coque, são retirados gasolina, GLP (gás de cozinha) e óleo diesel. Por isso, o incêndio deve afetar a produção desses derivados.
A estimativa do sindicato é que a Petrobras perca R$ 500 mil por dia com a parada. A empresa não se pronunciou sobre o efeito do incêndio no abastecimento e disse que uma comissão irá investigar a causa do acidente.
A TODO VAPOR
Segundo o Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias (Baixada fluminense), a Petrobras não vem investindo em manutenção e, recentemente, houve ordem na Reduc para que a carga de coque fosse aumentada em 20%, o que estaria além do projeto da unidade.
A estatal não confirma a decisão de elevar a produção.
Outros sindicatos de petroleiros dizem que a estatal não realiza as manutenções no tempo necessário, para não ter de reduzir o refino.
Nas últimas duas semanas, sofreram acidentes (também sem mortes) as refinarias de Amazonas, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.
Hoje, a FUP (Federação Única do Petroleiros) se reúne para discutir os acidentes da Petrobras, segundo o diretor da FUP e representante dos empregados no Conselho de Administração da estatal, José Maria Rangel.

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