A Rússia não teria conseguido de dobrar as pensões e salários públicos; o Estado estaria em proporções desnecessárias. A expectativa de vida masculina não teria subido de 57 para 64 anos porque teria havido menos verbas para se gastar em hospitais. Os subsídios não teriam cortado o desemprego nas cidades de uma só indústria da Rússia, que se transformaram em centenas de Detroits apocalípticas na Sibéria.
Putin deixou os oligarcas com medo de investir em qualquer coisa política depois de jogar o próprio Khodorkovsky numa prisão siberiana. Nenhum magnata, desde então, ousou despejar os milhões que tinha em universidades privadas, escolas ou políticos favoritos. Na Rússia de Khodorkovsky, os oligarcas não teriam sido obrigados a investir em ativos neutros como clubes de futebol. Moscou teria as melhores universidades do mundo – imagine os fundos da Academia Abramovich – e uma variedade de emissoras de TV ferozmente independentes.
A Rússia teria permanecido endemicamente corrupta. Os funcionários russos são predadores não porque o Estado é forte, mas porque o Estado é fraco. Burocratas teriam extorquido empresários, da mesma forma que num estrado subnutrido. Não teria havido nenhum estado de partido único como a Rússia Unida, mas coalizões fracas na Duma, costuradas através de subornos. A reforma ainda estaria obstruída, com os oligarcas comprando deputados para proteger seus monopólios.
A Rússia ainda teria uma onda de protestos após a recessão de 2009, mas com rostos muito diferentes. Em vez da classe média, os manifestantes enraivecidos da Rússia de Khodorkovsky teriam sido os pobres das cidades. Podemos facilmente imaginar Alexey Navalny (um deputado bem financiado da Duma e não um blogueiro ativista em apuros) gritando para 100 mil manifestantes com fome e frio na Praça Vermelha – "Abaixo o partido de vigaristas e ladrões!" – seguro por saber que não seria prejudicado. Mas dado o sonho de Khodorkovsky de uma oligarquia pouco tributada, seu slogan ainda assim seria apropriado. Navalny castigou a elite de Putin como "um bando de ex-ativistas do Komsomol que viraram democratas que viraram patriotas que agarram tudo para si." Ele teria dito o mesmo de Khodorkovsky.
(Ben Judah é autor de "Fragile Empire: How Russia Fell In and Out of Love With Vladimir Putin" ["Império Frágil: A relação de amor e ódio da Rússia com Vladimir Putin", em tradução livre])
Putin deixou os oligarcas com medo de investir em qualquer coisa política depois de jogar o próprio Khodorkovsky numa prisão siberiana. Nenhum magnata, desde então, ousou despejar os milhões que tinha em universidades privadas, escolas ou políticos favoritos. Na Rússia de Khodorkovsky, os oligarcas não teriam sido obrigados a investir em ativos neutros como clubes de futebol. Moscou teria as melhores universidades do mundo – imagine os fundos da Academia Abramovich – e uma variedade de emissoras de TV ferozmente independentes.
A Rússia teria permanecido endemicamente corrupta. Os funcionários russos são predadores não porque o Estado é forte, mas porque o Estado é fraco. Burocratas teriam extorquido empresários, da mesma forma que num estrado subnutrido. Não teria havido nenhum estado de partido único como a Rússia Unida, mas coalizões fracas na Duma, costuradas através de subornos. A reforma ainda estaria obstruída, com os oligarcas comprando deputados para proteger seus monopólios.
A Rússia ainda teria uma onda de protestos após a recessão de 2009, mas com rostos muito diferentes. Em vez da classe média, os manifestantes enraivecidos da Rússia de Khodorkovsky teriam sido os pobres das cidades. Podemos facilmente imaginar Alexey Navalny (um deputado bem financiado da Duma e não um blogueiro ativista em apuros) gritando para 100 mil manifestantes com fome e frio na Praça Vermelha – "Abaixo o partido de vigaristas e ladrões!" – seguro por saber que não seria prejudicado. Mas dado o sonho de Khodorkovsky de uma oligarquia pouco tributada, seu slogan ainda assim seria apropriado. Navalny castigou a elite de Putin como "um bando de ex-ativistas do Komsomol que viraram democratas que viraram patriotas que agarram tudo para si." Ele teria dito o mesmo de Khodorkovsky.
(Ben Judah é autor de "Fragile Empire: How Russia Fell In and Out of Love With Vladimir Putin" ["Império Frágil: A relação de amor e ódio da Rússia com Vladimir Putin", em tradução livre])
Nenhum comentário:
Postar um comentário