sábado, 24 de setembro de 2011

OLHA BIRIGUI NA FITA II (A MISSÃO)

Deputado que acusou colegas vai ter que se explicar

Roque Barbiere (PTB) diz em vídeo que até 30% dos parlamentares vendem emendas. Ele terá que apresentar provas à Comissão de Ética
André Vargas - VEJA

O deputado estadual Roque Barbieri (PTB) virou alvo de seus colegas na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), após acusá-los sem apresentar provas. Integrante da base governista, Barbieri afirmou que parte dos parlamentares ganha dinheiro com a venda de emendas em favor de empreiteiras. As afirmações foram gravadas em áudio e vídeo para um programa de internet, em 10 de agosto. O resumo da entrevista foi publicado no jornal Folha da Região, de Araçatuba, interior paulista. O episódio só ganhou destaque nesta sexta-feira em reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.
Como resultado direto, o deputado do PSOL Carlos Giannazi protocolou um pedido de explicações na Comissão de Ética da Alesp. O assunto deve se discutido na sessão da próxima segunda-feira. “Ele vai ter que se explicar. Vai ter que dar nome aos bois ou pedir desculpas”, diz Giannazi. Na entrevista, Barbieri afirma que “de 25% a 30%” dos deputados “sobrevive ou enriquece fazendo isso”. Todavia, não cita nomes, alegando não ser dedo-duro. A estimativa dele indica que de 23 a 28 deputados estaduais, entre os 94 eleitos, praticam este tipo de maracutaia.

Giannazi afirmou não ter entendido parte das alegações, que causaram comoção na sessão plenária desta sexta. Ao citar que os envolvidos são seus vizinhos, Barbieri não teria deixado claro se estava falando de políticos de sua região ou dos que ficam em gabinetes próximos ao seu.

Viagem - Com 29 anos de vida política, Roque Barbieri é deputado há seis mandatos consecutivos e sabia que estava sendo filmado diante de um jornalista. “Ele não acusou só os colegas. Emendas parlamentares envolvem prefeituras, governo estadual e secretarias”, lembrou Giannazi.

Procurado, o deputado Roque Barbieri não atendeu às ligações do site de VEJA. De acordo com funcionários lotados em seu gabinete, ele viajou para o interior. Eles não souberam informar se rumou para Birigui, a 500 quilômetros da capital, onde mantém sua base eleitoral, ou foi para seu sítio, em Coroados.

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