sábado, 19 de maio de 2012

BRASIL DÁ APOIO A DITADURA DA COREIA DO NORTE E DEPOIS QUE UM ASSENTO NO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU...

Coreia do Sul critica ajuda do Brasil ao rival do Norte
Para diplomata, doações de alimento dão fôlego indesejado a Pyongyang
Norte-coreanos vivem crise humanitária; ao mesmo tempo, mantêm controverso programa de armas nucleares
DIOGO BERCITO - FSP
Embora reconheça ser uma "boa atitude" que o Brasil envie alimentos à Coreia do Norte, o governo sul-coreano diz que isso não levará necessariamente à paz na península.
"A doação de alimento pode ter um efeito negativo", disse à Folha Jang Keun-ho, diretor-geral do departamento para a América Latina do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul.
Até março deste ano, o Brasil havia enviado 16 mil toneladas de alimentos à Coreia do Norte. Nos próximos meses, a doação chegará a 21 mil toneladas, o equivalente a US$ 8 milhões.
A lógica sul-coreana é que o vizinho do norte, com quem está tecnicamente em guerra, usa as doações de alimentos para ganhar fôlego para continuar seu controverso programa nuclear.
"A Coreia do Norte pode aproveitar para construir outros dispositivos que ameacem a região", diz Jang.
Em abril, o governo norte-coreano lançou um foguete, supostamente para colocar em órbita um satélite. A suspeita é que na verdade tenha sido um teste de um míssil.
A Coreia do Norte já enfrentou crises de fome no passado e tem carência crônica de alimentos. Após o lançamento do foguete, o governo dos EUA interrompeu a ajuda humanitária. "A Coreia do Norte tem de ser independente, mas responsável pelas suas atitudes", diz Jang.
O Itamaraty informa que a doação de alimentos é regulamentada por uma lei de junho do ano passado, que prevê a ajuda a países com carências alimentares.
VISITA DO CHANCELER
Feita a ressalva, o diretor-geral da divisão latino-americana do ministério reconhece que "o Brasil está trabalhando bastante para manter a paz no mundo".
Jang cita as relações comerciais, hoje marcadas pela exportação brasileira de ferro e pela importação de carros sul-coreanos. O Brasil, diz, é a porta de entrada da Coreia do Sul para investir na América Latina. "Não somos países em competição. Temos uma relação complementar."
O chanceler sul-coreano, Kim Sung-hwan, fará visita ao Brasil na próxima semana. Será a primeira visita em 17 anos.
O escritório latino-americano do Ministério das Relações Exteriores e Comércio da Coreia do Sul foi criado em meados dos anos 1990.
Colaborou FLÁVIA MARREIRO

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