quinta-feira, 17 de maio de 2012

SINISTRO, MUITO SINISTRO

‘Economist’: investidores podem trocar Brasil por outros países da AL
Sílvio Guedes Crespo - OESP
Os investidores estrangeiros podem trocar o Brasil por outros países latino-americanos se a economia crescer a um ritmo inferior a 4% ao ano, na opinião da revista britânica The Economist.
Em chamada de capa na edição que acaba de chegar às bancas do Reino Unido, a publicação promete explicar “o que há de errado com o Brasil”. No miolo da revista, traz duas reportagens que, em linhas gerais, afirmam que ainda existem oportunidades no País apesar da desaceleração econômica e que são necessárias reformas para que o ritmo de crescimento seja retomado.
A recomendação final da reportagem, emprestada de um analista da Explorador Capital Management, é “ser seletivamente otimista ['bullish', no original] com o Brasil”. Esse mesmo administrador, Joseph Harper, diz que está gradativamente trocando parte de seus investimentos no País por outras nações latino-americanas, como Peru, Colômbia, Chile, Panamá e México.
A preocupação dele é o com risco político. Na sua visão, a Petrobrás e a Vale estão priorizando o alinhamento com o governo em detrimento dos demais acionistas.
Estejam os investidores certos ou não em suas avaliações de risco político, o fato é que anteontem (terça-feira, 15) a Petrobrás deixou de ser, por um dia, a maior empresa da América Latina em valor de mercado, ficando atrás da colombiana Ecopetrol, também estatal do setor de petróleo e gás. Depois, a brasileira recuperou a posição.
O semanário nota que existe um grupo de analistas que passaram a enxergar problemas no Brasil. “Os dias em que se dava um passe livre para o Brasil se foram”, afirmou Ivan de Souza, da Booz & Company, à reportagem.
Para a revista, algumas pessoas têm manifestado cautela excessiva com o Brasil, onde o desemprego é baixo, os salários estão em alta, o investimento estrangeiro direto ainda é significativo, a agricultura é altamente produtiva, as reservas de petróleo são grandes e a combinação de democracia com estabilidade econômica permanece.
“O que há de errado com o Brasil”, na opinião da revista, é que a presidente Dilma Rousseff tem feito “esforços tímidos demais” para cortar gastos, foi responsável pelo “novo e infeliz” regime de exploração de petróleo e a impressão é de que ela está preparada para estabelecer um crescimento econômico abaixo de 4%.

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