sábado, 19 de maio de 2012

ESPANHA: MONARQUIA PODRE, GOVERNO PODRE, INSTITUIÇÕES PODRES. A ÚNICA COISA QUE SE SALVA É A POPULAÇÃO ESPANHOLA QUE TENTA SOBREVIVER AO NAUFRÁGIO ECONÔMICO DO PAÍS

Bancos da Espanha registram recorde de créditos podres
Dívidas de difícil recuperação chegam a 8,37% do total, contribuindo para dúvidas sobre solidez do sistema
País informou ontem que nomeará auditores independentes para checar como estão as instituições financeiras
RODRIGO RUSSO - FSP
A Espanha anunciou ontem que seus bancos chegaram a níveis recorde de dívidas consideradas ruins: 8,37% do total de empréstimos em março eram vistos como "duvidosos", a maior proporção desde agosto de 1994.
O volume de empréstimos com pagamento atrasado cresceu € 1,6 bilhão no mês, chegando a € 148 bilhões.
Esse percentual pode ficar ainda maior nos próximos meses, levando-se em conta que a economia e o setor bancário espanhol vêm passando por problemas, dificultando a recapitalização das instituições financeiras.
Na semana passada, o governo estatizou parcialmente o Bankia, o terceiro maior banco do país. Depois de uma queda de 14% na Bolsa espanhola anteontem, os papéis da instituição financeira chegaram a ter alta de 30% ontem, encerrando o dia com valorização de quase 24%.
A Bolsa, que operou em queda anteontem com o rebaixamento da nota de quatro regiões do país e 16 bancos espanhóis pela agência de classificação de riscos Moody's, teve ligeira recuperação, subindo 0,44%.
A vice-premiê do país, Soraya Sáenz de Santamaría, tentou tranquilizar clientes e investidores, declarando que as reformas financeiras garantirão a solvência e a capacidade das instituições de cumprir as suas obrigações.
UNIÃO EUROPEIA
Também ontem, após pressão da União Europeia, o país anunciou que nomeará auditores independentes para investigar o estado dos empréstimos considerados ruins e do crédito imobiliário em suas instituições financeiras.
Essas são duas questões cruciais para que a Espanha não tenha que pedir resgate às autoridades europeias.
O Banco Central do país, que anteontem temeu uma onda de retirada de correntistas desconfiados da situação dos bancos, anunciou que o volume de depósitos aumentou 0,7% de fevereiro para março deste ano.
Em comparação com março de 2011, no entanto, nota-se uma queda de 4% no volume de empréstimos, o que justifica a preocupação dos investidores.
A Espanha vive nova recessão (dois trimestres seguidos de contração do PIB) e conta com a pior taxa de desemprego entre os países que integram a zona do euro: 24,4%. O índice chega a mais de 50% na faixa etária entre 15 e 24 anos, e apenas a Grécia tem taxas similares.
Apesar disso, o governo do premiê conservador Mariano Rajoy rejeita a hipótese de que vá pedir ajuda financeira às autoridades da União Europeia, diferentemente do que já aconteceu com Irlanda, Portugal e Grécia.
O país se comprometeu a reduzir seu deficit em 2012 para 5,3% do PIB. No ano passado, o deficit da Espanha foi de 8,5% do PIB.

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