O dilúvio
"A Terra ergueu negror tétrico e triste;
Fugiu o seu fulgor
É de pedra o seu pavor!,
E angústia cinza em seu cabelo existe."
W. Blake
A chuva começo de repente, fina, depois aumentou, virou tempestade. O céu escureceu e parecia noite, os raios estavam como a desenhar o fim dos tempos.Eu tive a impressão de que algo havia mandado aquela tempestada para punir aquele povoado infeliz. Todos seriam punidos sem distinção.
Enquanto a tempestade operava o seu procsso de purificação, fiquei dentro do hotel, arquitetando o meu safári humano que logo colocaria em prática.
Muitas casas foram inundadas, várias perderam os seus telhados velhos e encardidos. Algumas simplesmente desabaram com os seus habitantes dentro.
E foi assim durante sete dias.
Ao final do sétimo dia, a tempestade parou subitamente. Era 23 de outubro e o tempo estava límpido e claro. Muito estranho, pensei.
A cidadela estava parcialmente destruída. Muita sujeira, lama e desabrigados.
Alguém gritou alguma coisa sobre um milagre. Fui até o local onde começava uma aglomeração.
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