Reclamação sobre barulho em casa de swing se volta contra as denunciantes
Promotor pede para polícia abrir inquérito sob suspeita de denunciação caluniosa feita por duas moradoras da Augusta
LÉO ARCOVERDE - “AGORA”
Queixas de duas moradoras contra o suposto barulho da casa de swing Nefertitti Club, na rua Augusta, no Jardim Paulista (zona oeste), mudaram de rumo e podem virar caso de polícia contra as reclamantes.
O promotor do Meio Ambiente Marcos Lúcio Barreto começou a investigar há três meses queixas da advogada Raquel Barcellos, 33, e da pedagoga Elizabete Cassavara, 47, síndica do edifício Augustus, vizinho da boate.
Barreto disse que, nesse período, as vizinhas, ambas evangélicas, relataram o mesmo problema várias vezes. Ele afirmou ter feito cinco inspeções na frente da Nefertitti Club e não ter constatado o problema relatado.
A prefeitura também fiscalizou, e nada. Disse que o barulho da rua é mais alto que o da Nefertitti.
PATRULHAMENTO
Com isso, o promotor concluiu que as vizinhas da boate mentiram para ele.
Segundo ele, as moradoras fizeram "patrulhamento moral" porque elas se incomodam com o tipo de frequência e de prática que há na boate Nefertitti.
"É um egoísmo da parte de pessoas que não sabem conviver em sociedade", disse.
O promotor pediu que a polícia instaure inquérito para investigá-las por denunciação caluniosa, crime com pena de até oito anos de prisão.
"Eu nunca fui tão humilhada em toda a minha vida", disse Raquel. Ela abriu uma representação na Ordem dos Advogados do Brasil contra o promotor.
"Não temos por que mentir. O promotor tratou a gente como dois cachorros sarnentos", disse a síndica.
Paulo Machado, um dos donos da Nefertitti, afirma que gastou mais de R$ 1 milhão com o isolamento acústico do local. "Não há nada de errado. Toda a documentação está em ordem."
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