quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A SALVO DOS ANIMAIS ISLAMISTAS

Maior parte dos manuscritos do Timbuktu, no Mali, é salva de ataques pelo contrabando

Benoit Tessier/Reuters
Homem organiza os manuscritos seculares que foram parcialmente danificados por ataque das tropas rebeldes, em Timbuktu, Mali. Alguns manuscritos datam da era pré-islâmica. Timbuktu foi a capital intelectual e espiritual do Islã na África entre os séculos 15 e 16
Homem organiza os manuscritos seculares que foram parcialmente danificados por ataque das tropas rebeldes, em Timbuktu, Mali. Alguns manuscritos datam da era pré-islâmica. Timbuktu foi a capital intelectual e espiritual do Islã na África entre os séculos 15 e 16
Mais de 80% dos manuscritos inestimáveis de Timbuktu foram contrabandeados para fora da antiga cidade antes que os islamistas começassem a atacar a sua herança cultural, apurou a Spiegel. Muitos foram levados de carro até a capital do Mali, Bamako.
Foram salvos de ataques de islamistas muitos mais manuscritos antigos de Timbuktu do que se acreditava, de acordo com informações do Ministério das Relações Exteriores alemão. Mais de 200 mil documentos, ou cerca de 80% deles, foram contrabandeados para lugares seguros, diz o ministério, que ajudou na operação.
O ministério disse que muitos dos manuscritos, alguns dos quais datam do século 13, foram retirados de Timbuktu em veículos particulares e levados para a capital do Mali, Bamako. Alguns deles foram escondidos sob verduras e frutas numa operação liderada pelo chefe da Biblioteca Memorial Mamma Haidara, Abdel Kader Haidara.
A embaixada alemã pagou pelo combustível e providenciou caixas de arquivo para armazenar 4.000 manuscritos. O ministro do Exterior alemão, Guido Westerwelle, disse que a prioridade agora era catalogar os manuscritos e preservá-los para a posteridade. "Estamos prontos para apoiar a reconstrução da biblioteca de Timbuktu", disse Westerwelle.
Timbuktu foi capturada em abril por guerreiros tuaregues cuja rebelião separatista foi mais tarde sequestrada por radicais islâmicos que impuseram a lei islâmica. Os militantes muçulmanos incendiaram uma biblioteca mundialmente famosa em janeiro. Eles também destruíram dezenas de santuários antigos em Timbuktu que são sagrados para os muçulmanos sufis, chamando-os idólatras e anti-islâmicos.
A França lançou uma intervenção militar no Mali, sua ex-colônia, em janeiro, para interromper uma ofensiva de combatentes islâmicos que tomaram o controle do norte no ano passado.
Junto com seus aliados africanos, as forças francesas expulsaram os rebeldes para fora das áreas urbanas mas agora enfrentam a ameaça de uma guerra de guerrilha. Eles estão lutando contra os rebeldes na fronteira montanhosa do norte do Mali com a Argélia, e as baixas estão se acumulando.
O exército do Chade disse no domingo que 10 de seus soldados foram mortos na área, depois que 13 soldados do Chade foram mortos na sexta-feira, informou a Reuters. Pelo menos 93 rebeldes sofreram baixas na área, de acordo com o exército.
Tradutor: Eloise De Vylder

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