segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Michelle Obama no Oscar: espetacularização da política e politização do espetáculo
Reinaldo Azevedo - VEJA
Michelle Obama anunciando o ganhador do Oscar de “Melhor Filme”, diretamente da Casa Branca? Por quê? Com que propósito? É o lado irremediavelmente populista de Obama, que terceiro-mundizou — já escrevi isto aqui algumas vezes — a política americana em muitos aspectos. Sim, Hollywood sempre foi mais liberal (no sentido americano: com os olhos voltados para a esquerda possível lá) do que conservadora, mas isso já é um tantinho demais, não?
Há algumas implicações simbólicas interessantes aí… Um Oscar revelado na Casa Branca, ocupada por um casal negro, tinha tudo para premiar “Lincoln”, mas acabou vencendo “Argo”, num momento em que o Irã é a principal preocupação do marido de Michelle. Ainda volto a esses aspectos. E talvez fale até um pouquinho sobre os filmes, vamos ver, inclusive sobre o chatíssimo “Lincoln”, de Steve Spielberg.
Ang Lee como “melhor diretor” por “As Aventuras de Pi”??? Trata-se de uma bobajada cheia de metáforas supostamente poéticas, uma espécie de Moby Dick para tempos politicamente corretos, em que um tigre assume o lugar de uma baleia… Mas fica pra outra hora. Volto à patetice.
Deem uma única boa razão para Michelle ter sido a anunciadora do principal prêmio da noite que não seja a espetacularização da política e a politização do espetáculo, duas regressões que as boas democracias do mundo costumam evitar.
PS – Ah, sim! Um grupo de amigos se reúne todos os anos para fazer o bolão do Oscar. Selecionam-se 12 categorias. Desta feita, houve 23 participantes. Empate no primeiro lugar: Dona Reinalda e seu Reinaldo!!! Com nove acertos — e com erros diferentes! A fortuna ficará toda por aqui! E, como vocês devem presumir, errei no “melhor diretor”… Sim, é fruto do esforço. Participei do evento, pela primeira vez, no ano passado. Foi uma humilhação. Errei quase tudo. Desta vez, mirei o melhor de nós e decidi competir com ele. Ele continua a ser melhor do que eu em cinema (e em muitas outas coisas também), mas superei a minha falta de inclinação com certas variáveis, digamos, matemáticas, hehe. Sabem como é… Nessas coisas que envolvem nossos amigos, o importante é ganhar, não competir.

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