Desse total, 2 mil são transexuais e sofrem mais com preconceito
Evandro Éboli - O Globo
BRASÍLIA — Uma missão do governo que investiga o tráfico internacional de pessoas na Europa identificou, nesta semana, que cerca de seis mil brasileiros na Itália sobrevivem por meio de atividades sexuais, como a prostituição. Desse total, cerca de dois mil são transexuais. A comitiva obteve do governo italiano a informação de que 118 brasileiros estão presos apenas em Roma por problemas de documentos e exercício de atividades ilegais.
Nesse grupo, há 67 homens, 29 transexuais e 22 mulheres. Os números do governo italiano apontam que 30 mil brasileiros vivem legalmente no país. Já dados do Itamaraty estimam que, ao todo, incluídos os que estão em situação irregular, o número chegue a 60 mil.
Representantes do Itamaraty, do Ministério da Justiça, dos Direitos Humanos e da Secretaria de Mulheres reuniram-se na Itália, ontem, com representantes de ONGs que dão apoio a essas vítimas e autoridades italianas. Diferentemente de outras vitimas de tráfico de pessoas, os transexuais não têm uma rede de apoio e de serviços de acolhimento por sofrerem maior preconceito.
— A vida para um transexual é mais cara, pois eles são rejeitados no comércio comum e à luz do dia. Por isso, tem que consumir em um circuito social de compras paralelo que cobra três vezes mais caro que o mercado regular — disse o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, que está na Itália.
A diretora do Departamento Consular e de Brasileiro no Exterior, ministra Luiza Lopes da Silva, do Itamaraty, explicou que essas vítimas do tráfico para fins sexuais nem sempre querem voltar ao Brasil e, por essa razão, temem em procurar o serviço do governo.
— Essas vítimas nem sempre sabe o que querem, e quase ninguém quer voltar. Acham que já sofreram tanto no exterior e não querem retornar sem dinheiro. Acham que é prematuro — disse Luiza Lopes.
Clarissa Carvalho, da Secretaria das Mulheres, é coordenadora do Disque Denúncia 180, serviço telefônico que funciona na Espanha, em Portugal e na Itália, e que será estendido a outros países.
O grupo de autoridades brasileiras constatou também a prática do casamento servil. São mulheres brasileiras que conheceram italianos no Brasil, casaram-se e foram viver na Itália com promessa de uma vida melhor. Algumas eram ex-prostitutas e, na Itália, segundo Paulo Abrão, os maridos as obrigam a continuar na prostituição para elevar ganhos e manter a casa.
— Os casais geram filhos, e os pais impedem que as crianças possam registrar-se também com a cidadania brasileira, para impedir que as mães saiam e voltem para o Brasil — afirmou Paulo Abrão.
Nesse grupo, há 67 homens, 29 transexuais e 22 mulheres. Os números do governo italiano apontam que 30 mil brasileiros vivem legalmente no país. Já dados do Itamaraty estimam que, ao todo, incluídos os que estão em situação irregular, o número chegue a 60 mil.
Representantes do Itamaraty, do Ministério da Justiça, dos Direitos Humanos e da Secretaria de Mulheres reuniram-se na Itália, ontem, com representantes de ONGs que dão apoio a essas vítimas e autoridades italianas. Diferentemente de outras vitimas de tráfico de pessoas, os transexuais não têm uma rede de apoio e de serviços de acolhimento por sofrerem maior preconceito.
— A vida para um transexual é mais cara, pois eles são rejeitados no comércio comum e à luz do dia. Por isso, tem que consumir em um circuito social de compras paralelo que cobra três vezes mais caro que o mercado regular — disse o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, que está na Itália.
A diretora do Departamento Consular e de Brasileiro no Exterior, ministra Luiza Lopes da Silva, do Itamaraty, explicou que essas vítimas do tráfico para fins sexuais nem sempre querem voltar ao Brasil e, por essa razão, temem em procurar o serviço do governo.
— Essas vítimas nem sempre sabe o que querem, e quase ninguém quer voltar. Acham que já sofreram tanto no exterior e não querem retornar sem dinheiro. Acham que é prematuro — disse Luiza Lopes.
Clarissa Carvalho, da Secretaria das Mulheres, é coordenadora do Disque Denúncia 180, serviço telefônico que funciona na Espanha, em Portugal e na Itália, e que será estendido a outros países.
O grupo de autoridades brasileiras constatou também a prática do casamento servil. São mulheres brasileiras que conheceram italianos no Brasil, casaram-se e foram viver na Itália com promessa de uma vida melhor. Algumas eram ex-prostitutas e, na Itália, segundo Paulo Abrão, os maridos as obrigam a continuar na prostituição para elevar ganhos e manter a casa.
— Os casais geram filhos, e os pais impedem que as crianças possam registrar-se também com a cidadania brasileira, para impedir que as mães saiam e voltem para o Brasil — afirmou Paulo Abrão.
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