terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

ENTRE O RUIM E O PIOR

Lindbergh reage à nota do PMDB: ‘Não podem escolher o nosso candidato’
Sucessão de Sérgio Cabral: em nota, Executiva Estadual de peemedebistas diz que palanque duplo para a presidente Dilma no Rio não se sustenta
Cássio Bruno - O Globo
O vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e o senador Lindbergh Farias são pré-candidatos ao governo do Rio
Foto: O Globo
O vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e o senador Lindbergh Farias são pré-candidatos ao governo do Rio - O Globo
RIO - O pré-candidato do PT ao governo do estado do Rio de Janeiro, Lindbergh Farias, reagiu às criticas do PMDB estadual, que afirmou nesta segunda-feira, em nota, ser contra o lançamento de duas candidaturas na base aliada da presidente Dilma Rousseff. O senador petista avisou que o PMDB não pode escolher o candidato do PT.
- O diretório regional do PT deliberou, por unanimidade, a minha pré-candidatura. Também é do meu entendimento liderar a coalizão de toda a base aliada. Mas, se o PMDB entender diferente, reconhecemos o direito e a autonomia de lançarem a candidatura (do Pezão). Essa convenção é do PMDB. Eles devem escolher o candidato do PMDB. Só não podem escolher o nosso candidato.
Nesta segunda-feira, o PMDB reafirmou o nome do vice-governador Luiz Fernando Pezão como indicado do partido e ressaltou que "não há hipótese de ele não ser candidato". O PT pretende lançar o senador Lindbergh Farias para disputar a sucessão do governador Sérgio Cabral, do PMDB.
Na nota, assinada pelo presidente regional, Jorge Picciani, e que será lida no próximo sábado durante a convenção nacional do partido, o PMDB ressalta que "o palanque duplo para a presidente Dilma no Rio não se sustenta". Para os peemedebistas, "trata-se de uma equação que não fecha e cujo resultado não será a soma, mas a subtração".
Segundo o PMDB, a candidatura de Pezão "é fundamental para o Rio e muito importante para o Brasil a continuidade das políticas públicas implementadas pelo governador Sérgio Cabral ao longo do seu governo".
"Pezão é a certeza de que a bem-sucedida política de Segurança implementada no estado irá continuar e avançar de forma perene, trazendo a paz e o ambiente necessários para que o Rio prossiga no caminho do desenvolvendo social e econômico sustentáveis, garantindo mais emprego, mais renda e qualidade de vida para o povo que aqui vive", diz a nota, que será lida pelo deputado federal Leonardo Picciani.
Os peemedebistas disseram também que o presidente nacional do partido, Michel Temer, "tem nosso apoio para continuar o vice da presidente Dilma".
"Garantimos a governabilidade e somos fiéis aos nossos aliados. Mas cabe ao PT que a desejada aliança se mantenha coesa, forte e uníssona. Em 2010, no primeiro turno, o povo do Rio deu 67% dos votos ao Governador Sergio Cabral. E no segundo turno, 70% dos votos à Presidenta Dilma", diz a nota. "O PMDB do Rio não tem um projeto de poder, mas um projeto de estado", completa.
Para o deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ), os termos da nota do PMDB fluminense são "inaceitáveis".
- O PMDB quer condicionar uma aliança nacional com uma chantagem regional. Estão querendo impor quem vai ser o governador sem dar liberdade de escolha ao eleitor. Querem ganhar por W.O - afirmou Molon.
Pezão desconversou:
- Tenho tanta coisa para fazer. Só falo de eleição em 2014. Tenho que trabalhar e muita obra para entregar. Deixa o partido (PMDB) cuidar disso.
A nota foi divulgada na semana em que Lindbergh Farias inicia a chamada "Caravana da Cidadania", projeto em que ele percorrerá municípios do estado do Rio e realizará encontro com moradores, assim como fez o ex-presidente Lula na década de 1990. O senador fará o primeiro ato público nesta sexta-feira, em Japeri, na Baixada Fluminense. A iniciativa do PMDB acaba de vez com a esperança de Lindbergh ter o apoio do PMDB em sua chapa.
Pezão, por sua vez, iniciará uma maratona de visitas e inaugurações de obras ao lado de Cabral. Recentemente, o governador anunciou que implantará Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na Baixada Fluminense e no interior do estado. A intenção do PMDB de Cabral também é convencer o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, a ser o vice na chapa de Pezão. Beltrame já descartou a possibilidade.

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