quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Espanha venderá aviões militares ao Egito, apesar do embargo
Miguel González - El Pais                                         
A Espanha manterá a exportação de aviões militares de transporte ao Egito, apesar do embargo parcial na venda de armas decretada na semana passada pela UE. Essa é a proposta que o Ministério das Relações Exteriores colocará na quarta-feira sobre a mesa da Junta Interministerial de Material de Defesa e Duplo Uso (Jimdu) - o organismo encarregado de controlar a venda de armas e no qual também se sentam representantes da Defesa, do Comércio e do Interior -, segundo fontes diplomáticas.
Os ministros das Relações Exteriores dos 28 concordaram em suspender a entrega ao Egito de todo material militar que possa ser utilizado para a repressão interna, depois da sangrenta expulsão dos islâmicos acampados que pediam a restituição do presidente deposto, Mohamed Mursi. Entretanto, a UE se limitou a aprovar uma simples recomendação e deixou nas mãos de cada país interpretar que material é afetado pelo veto.
Mais de 90% das vendas de armas espanholas para o Egito - que somaram 50 milhões de euros no ano passado - correspondem a aviões militares de transporte C-295, fabricados pela Airbus Military em sua fábrica de Sevilha. O exército egípcio adquiriu em 2010 três desses aparelhos e depois ampliou o pedido para um total de 12. Embora esses aviões sirvam para levar tropas e material militar de um extremo a outro do país, o governo optou por interpretar de modo restritivo a recomendação da UE e os excluiu do embargo, que afetará armas de fogo, peças de metralhadoras e linhas de elos de esteiras de tanques, mas não aeronaves, sistemas eletrônicos e material de dupla utilidade.
Depois do golpe de Estado que derrubou Mursi em 3 de julho, a Espanha suspendeu a concessão de novas licenças de vendas de armas ao Egito, mas sem revogar as vigentes, que continuavam sendo executadas. Na reunião de quarta-feira se deveria decidir a anulação ou não das anteriores a essa data. Assim se fará com algumas, pouco significativas economicamente, mas não com as dos aviões, que representam o grosso do negócio.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

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