Alemanha pede a Hollande diálogo sobre pacto fiscal
CYNTHIA DECLOEDT - Agência Estado
A Alemanha sugeriu neste domingo ao novo presidente da França, François Hollande, que abandone sua oposição à opção da chanceler Angela Merkel para acabar com a crise de dívida soberana da zona do euro, encorajando-o, ao mesmo tempo, a participar de uma ampla discussão sobre como impulsionar a economia da região e criar empregos.
Hermann Gröhe, secretário-geral da União Democrática Cristã (CDU), partido de Angela Merkel, disse que uma "sólida maioria" dos governos europeus apoiaram a continuidade do processo de consolidação orçamentária e o pacto fiscal, principais pontos da solução de Merkel para a crise de dívida na zona do euro. "Continuaremos a defender essa política", disse Gröhe, em entrevista concedida na sede do partido CDU.
Martin Schulz, do Partido Social Democrata, de oposição, e presidente do Parlamento Europeu, disse em entrevista à Dow Jones que Merkel reconheceu a necessidade de centrar foco no crescimento e nos investimentos durante o próximo encontro europeu de junho.
"Está totalmente claro que com um presidente socialista na França haverá um ajuste na política da União Europeia", disse Schulz. "Acredito que os temores de que isso irá levar a um conflito entre a Alemanha e a França não são verdadeiros. Um compromisso entre a França e a Alemanha ocorrerá", afirmou Schulz. "Conversar sobre crescimento não é um repúdio das demandas de Merkel pela disciplina orçamentária", acrescentou.
Volker Wissing, especialista em política financeira do Partido Democrático Livre (FDP), partido júnior na coalizão de Merkel, disse que os acordos que a Alemanha fez com Nicolas Sarkozy podem não ser renegociados.
"Compromissos que foram estabelecidos podem não ser reabertos", disse. "Nos manteremos tão firmes quanto antes nessas questões. Estamos lutando pela estabilidade da moeda", disse Wissing.
As informações são da Dow Jones.
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