domingo, 13 de maio de 2012

Um Dia das Mães sem mães
Felipe Melo - MSM
Eis a nova proposta das feminazis: no Dia das Mães, cada mãe de deve fugir de sua família, não aceitar presentes e sequer atender telefonemas. Obviamente, a ideia das esquerdistas pró-aborto dos EUA já está sendo defendida no Brasil.
Não é novidade que a Universidade de Brasília passa a impressão, especialmente através de seu portal virtual, de que só se dedica a causas que parecem andar na contramão do bom-senso e dos parâmetros mínimos de coerência e dignidade que se poderia esperar de uma instituição federal de ensino superior. De vez em quando, entretanto, somos brindados com algumas “pérolas” que ultrapassam o limite da bobice pura e simples, lançando-se num vórtice de inocuidade alarmante.
Por ocasião do Dia das Mães – que será comemorado no dia 13 de maio, próximo domingo –, foi publicado um texto no portal da universidade intitulado “Cada mãe conta: No Mother’s Day”. A autoria do texto é de Daphne Rattner, professora do Departamento de Saúde Coletiva/FS e presidente da ReHuNa – Rede pela Humanização do Parto e Nascimento. O primeiro parágrafo já dá muito bem o tom de toda a peça:
Este domingo comemoramos mais um Dia das Mães e há, sim, o que festejar: nos últimos anos, foram muitos os avanços no campo da atenção obstétrica e neonatal. A proposta de Humanização do Parto e Nascimento foi assumida como política de Estado pelo Governo Federal e possui dentre seus principais objetivos: a redução dos índices de cesarianas e outras intervenções desnecessárias, a redução da morbimortalidade materna e perinatal, a garantia dos direitos sexuais e reprodutivos e a humanização da assistência ao pré-natal, parto, pós-parto e aborto legal.
Se você, assim como eu, acha no mínimo estranho que os termos “Humanização do Parto e Nascimento” e “aborto legal” estejam na mesma sentença, não precisa se achar ultrapassado: é assim mesmo. Contudo, isso já esperado. Afinal, se trata da Universidade de Brasília, a fina-flor tupiniquim do relativismo acadêmico. O foco do nosso texto, entretanto, não é isso. Mais adiante, diz a autora:
E para evidenciar a indignação que esse fato [o alto número de mortes maternas evitáveis] provoca, há um movimento internacional que propõe que, para este Dia das Mães de 2012, as mães deveriam desaparecer de suas famílias.
Como uma forma de protesto contra as tantas mortes maternas que são evitáveis.
Para que as famílas [sic] sintam a falta que a mãe faz e se mobilizem pela redução das mortes maternas.
Não, você não leu errado. A proposta é justamente esta: as mães deveriam sumir do mapa, não atender telefones, não aceitar presentes, não falar com ninguém e simplesmente sumirem. O tal movimento internacional que propugna esse protesto fez um vídeo de divulgação, que conta, é claro, com algumas atrizes hollywoodianas:

Conseguiram captar a ideia? O objetivo é fazer com que as mães, ao privarem suas famílias de sua companhia, conscientizem as pessoas sobre a importância de uma mãe. Já imaginaram se a moda pega? Poderíamos ver algumas campanhas bastante interessantes:
-Ambientalistas derramariam produtos químicos em rios ou sabotando usinas de geração de eletricidade para mostrar às pessoas, através da privação, como a água e a luz são importantes para a vida.
-Ativistas pelos direitos dos animais promoveriam festins públicos de sangue com bovinos, caprinos, suínos, e talvez até caninos e felinos, para conscientizar as pessoas acerca da importância da vida animal.
-Feministas tratariam suas colegas de trabalho e faculdade com modos pré-históricos, humilhando-as, achincalhando-as, privando-as de qualquer tratamento minimamente respeitoso e urbano, para mostrar a importância da emancipação feminina no mundo pós-moderno.
-Integrantes de movimentos negros envergariam uniformes da Ku Klux Klan e braçadeiras com suásticas, atacando outros negros, segregando-os, humilhando-os, para conscientizar as pessoas sobre o mal que é o racismo.
-Pais e mães de família recusariam a alimentar sua família, fazendo-os passar fome, privando-os de comida, para mostrar a importância do alimento e fazê-los lutar contra a fome no mundo.
Essas propostas são tão estapafúrdias quanto vazias de sentido. Além de não se alcançar o objetivo que se almeja, ainda há a chance quase certa de que o protesto se transforme em um ato que mescla ingenuidade pueril com estupidez galopante; ou seja: uma receita de sucesso para dar tudo errado e não conseguir atingir o objetivo pretendido. Mais risível do que isso é ver essa brilhante ideia sendo subscrita e avalizada por uma universidade.
Bom, talvez nem seja assim tão incoerente. Afinal, as universidades brasileiras parecem seguir perpetuamente essa mesma lógica: privam as pessoas de educação e ensino minimamente aceitáveis para conscientizar a todos de sua necessidade.
Felipe Melo edita o blog da Juventude Conservadora de UnB.

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