Fazenda e BC sentem apoio na fala da presidente; analista vê inflação perigosa
BRASÍLIA e SÃO PAULO - A garantia do cumprimento da meta de inflação em 2013 e a defesa do ministro da Fazenda Guido Mantega e da política econômica, feitas pela presidente Dilma Rousseff em entrevista à “Folha de S. Paulo”, foram interpretadas de diferentes maneiras. Para técnicos da área econômica, as declarações sinalizaram apoio ao trabalho da Fazenda e do Banco Central, que está sendo alvo de fortes críticas do mercado. Para analista, reforçam uma leniência do governo com a alta dos preços, já que a inflação está próxima do teto da meta fixada para o ano, de 6,5%, e deteriorando a política fiscal.
Para um integrante do governo, Dilma assumiu a responsabilidade sobre o desempenho fiscal e monetário. As declarações da presidente foram parecidas com o discurso que ela fez recentemente no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, quando disse: “Nós construímos o controle da inflação, nós construímos a robustez fiscal”.
Segundo o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), ao dizer que o ministro da Fazenda fica onde sempre esteve, a presidente reforça seu apoio à condução da economia:
— Tirar o Mantega seria um tiro no pé. Ele conduz a política econômica escolhida por ela.
Dilma alfinetou o ex-presidente Fernando Henrique na entrevista, lembrando que a meta de inflação foi descumprida durante três anos do mandato do tucano. Mas para o economista Ernesto Lozardo, professor da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), os atuais índices inflacionários, mesmo dentro da meta, são mais perversos que os dos anos de 1999, 2001 e 2002.
— Não faz nenhum sentido comparar a situação econômica e inflacionária do governo FH com o de Dilma. O comentário da presidente foi de cunho totalmente político e não técnico — disse Lozardo.
Ele cita que o mandato de Fernando Henrique se seguiu ao período de hiperinflação, e que as bases macroeconômicas estavam em construção. Além disso, salienta, durante os oito anos de governo FH, o mundo viveu as crises da Ásia, da Rússia e do México.
— Tínhamos problemas externos graves. Mas éramos um país em construção, com nova moeda e com uma série de reformas institucionais sendo feitas para garantir o crescimento futuro. Ter a inflação um pouco acima da meta não era um fator tão preocupante.
Já durante o governo de Dilma, a dúvida sobre o controle da inflação é “só mais um sinal de uma economia totalmente desalinhada”. Ele pontua que, além do aumento nos preços, o país vive um momento de gastos públicos elevados, excessivas desonerações para estimular o consumo, redução de juro exageradamente rápida, déficit em conta corrente e alta do endividamento bruto:
— Neste contexto, ter inflação é muito preocupante.
Segundo o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), ao dizer que o ministro da Fazenda fica onde sempre esteve, a presidente reforça seu apoio à condução da economia:
— Tirar o Mantega seria um tiro no pé. Ele conduz a política econômica escolhida por ela.
Dilma alfinetou o ex-presidente Fernando Henrique na entrevista, lembrando que a meta de inflação foi descumprida durante três anos do mandato do tucano. Mas para o economista Ernesto Lozardo, professor da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), os atuais índices inflacionários, mesmo dentro da meta, são mais perversos que os dos anos de 1999, 2001 e 2002.
— Não faz nenhum sentido comparar a situação econômica e inflacionária do governo FH com o de Dilma. O comentário da presidente foi de cunho totalmente político e não técnico — disse Lozardo.
Ele cita que o mandato de Fernando Henrique se seguiu ao período de hiperinflação, e que as bases macroeconômicas estavam em construção. Além disso, salienta, durante os oito anos de governo FH, o mundo viveu as crises da Ásia, da Rússia e do México.
— Tínhamos problemas externos graves. Mas éramos um país em construção, com nova moeda e com uma série de reformas institucionais sendo feitas para garantir o crescimento futuro. Ter a inflação um pouco acima da meta não era um fator tão preocupante.
Já durante o governo de Dilma, a dúvida sobre o controle da inflação é “só mais um sinal de uma economia totalmente desalinhada”. Ele pontua que, além do aumento nos preços, o país vive um momento de gastos públicos elevados, excessivas desonerações para estimular o consumo, redução de juro exageradamente rápida, déficit em conta corrente e alta do endividamento bruto:
— Neste contexto, ter inflação é muito preocupante.
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