terça-feira, 29 de outubro de 2013

Bancos se protegem contra quebra da OGX
Itaú, Santander e Morgan Stanley fecham com a Eneva acordo sobre área no Maranhão
RENATA AGOSTINI E MARIANA SALLOWICZ - FSP
Diante da iminente recuperação judicial da OGX, esperada para os próximos dias, bancos credores da companhia correm para se proteger e evitar calotes.
Santander, Itaú BBA e Morgan Stanley anunciaram ontem um acordo pelo qual, se a OGX ficar inadimplente, eles podem vender para a Eneva (ex-MPX) a fatia da petroleira na OGX Maranhão.
Os três bancos emprestaram R$ 600 milhões para a OGX Maranhão, que explora campos de gás na bacia do Parnaíba. OGX e Eneva são sócias no projeto.
Os financiamentos têm como garantia as ações da própria OGX Maranhão e vencem, inicialmente, em janeiro do ano que vem.
Se a OGX não honrar o pagamento, os bancos têm, portanto, o direito de assumir a participação de 66,7% que a petroleira tem no negócio.
Como esse cenário tornou-se provável diante das dificuldades financeiras da petroleira, os bancos decidiram estabelecer desde já as condições para a venda do ativo à Eneva, que tem preferência na compra.
Pelo acordo firmado ontem, os bancos receberão R$ 200 milhões da Eneva, caso a venda se concretize.
VENDA FUTURA
A opção de venda só poderá, entretanto, ser exercida a partir de 19 de fevereiro. Até lá, a Eneva irá renegociar os termos do financiamento.
Segundo apurou a Folha, o objetivo é prorrogar por um ano o vencimento do empréstimo, que ficaria para janeiro de 2015.
O prazo elástico também serve aos interesses da OGX, que deseja encontrar uma solução para o ativo. A petroleira tenta passar para a frente sua participação na OGX Maranhão como forma de levantar dinheiro para sua recuperação judicial e vem mantendo conversas com a própria Eneva, conforme antecipou a Folha.
A ideia da OGX é usar o acordo de venda do empreendimento como garantia a um novo investidor.
Mesmo que entre em recuperação judicial, a petroleira precisa de um aporte novo de capital para que siga operando, já que enfrenta sérias dificuldades de caixa.
A petroleira vinha tentando levantar dinheiro com seus credores estrangeiros, mas um acordo já está descartado. A solução para a empresa será a recuperação judicial. Procuradas, OGX e Eneva não deram entrevista.

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