CELSO MING - O Estado de S.Paulo
Santos, uma das mais antigas cidades do Brasil, e toda a Baixada que a
margeia chegam a um momento decisivo. O intenso ciclo de desenvolvimento
econômico, com as obras de expansão do maior porto da América Latina e a
descoberta de petróleo no pré-sal da Bacia de Santos, ganha mais um vetor com a
realização do leilão de Libra, na última segunda-feira.
"Toda a região está em obras", observa Renato Barco, presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), responsável pela administração do Porto de Santos. O porto está sendo ampliado, processo que continuará por anos, mas que começa com grande atraso.
Nos últimos 11 anos, dobrou o volume de carga movimentada pelo porto. Passou de 53,5 milhões de toneladas em 2002 para 112,6 milhões de toneladas previstas até o final de 2013 (veja o gráfico). Com isso, o sistema de infraestrutura está estrangulado. Para Barco, o problema mais importante está na concentração de movimento no modal de transporte rodoviário e no acesso pelo sistema Anchieta-Imigrantes.
A intensificação das operações da Petrobrás na Bacia de Santos deverá pressionar ainda mais as malhas de serviço. Com uma unidade de negócios em Santos desde 2006, a Petrobrás deve concluir ainda este ano a construção do seu primeiro edifício administrativo, com 18 andares e capacidade para 2 mil funcionários. Mais duas torres equivalentes estão previstas para serem erguidas no bairro do Valongo. Também se esperam novas instalações de apoio offshore para empresas parceiras e fornecedores que devem se estabelecer nas vizinhanças, de olho em Libra e outros campos.
O movimento já produz impacto sobre o setor imobiliário. O Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) calcula que 15.573 unidades de moradia foram lançadas na Baixada Santista entre março de 2010 e março deste ano.
"As perspectivas são positivas, mas precisamos nos estruturar para receber os futuros projetos de forma adequada", admite o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB). Em parceria com os governos federal e estadual, a prefeitura espera investir R$ 10 bilhões em infraestrutura e mobilidade urbana nos próximos dois anos.
Para Paulo Resende, especialista em Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, "a Baixada Santista entrará em colapso", caso não seja realizado planejamento integrado de mobilidade, ocupação do solo e adensamento imobiliário. "Santos não suporta mais crescimento. Como ocorreu em Macaé (RJ), base de operações da Petrobrás na Bacia de Campos, a cidade pode perder o controle da ocupação urbana", adverte.
Mesmo com toda a expectativa, Santos não deve ser o principal polo das operações do pré-sal, prevê Marcus D'Elia, especialista em Óleo e Gás do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). "O Porto de Santos não é adequado para a logística de abastecimento das plataformas e escoamento da produção." D'Elia afirma que os portos do Estado do Rio estão a distâncias mais curtas da Bacia de Santos e oferecem menores custos.
Em todo o caso, o progresso cobra preços.
"Toda a região está em obras", observa Renato Barco, presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), responsável pela administração do Porto de Santos. O porto está sendo ampliado, processo que continuará por anos, mas que começa com grande atraso.
Nos últimos 11 anos, dobrou o volume de carga movimentada pelo porto. Passou de 53,5 milhões de toneladas em 2002 para 112,6 milhões de toneladas previstas até o final de 2013 (veja o gráfico). Com isso, o sistema de infraestrutura está estrangulado. Para Barco, o problema mais importante está na concentração de movimento no modal de transporte rodoviário e no acesso pelo sistema Anchieta-Imigrantes.
A intensificação das operações da Petrobrás na Bacia de Santos deverá pressionar ainda mais as malhas de serviço. Com uma unidade de negócios em Santos desde 2006, a Petrobrás deve concluir ainda este ano a construção do seu primeiro edifício administrativo, com 18 andares e capacidade para 2 mil funcionários. Mais duas torres equivalentes estão previstas para serem erguidas no bairro do Valongo. Também se esperam novas instalações de apoio offshore para empresas parceiras e fornecedores que devem se estabelecer nas vizinhanças, de olho em Libra e outros campos.
O movimento já produz impacto sobre o setor imobiliário. O Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) calcula que 15.573 unidades de moradia foram lançadas na Baixada Santista entre março de 2010 e março deste ano.
"As perspectivas são positivas, mas precisamos nos estruturar para receber os futuros projetos de forma adequada", admite o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB). Em parceria com os governos federal e estadual, a prefeitura espera investir R$ 10 bilhões em infraestrutura e mobilidade urbana nos próximos dois anos.
Para Paulo Resende, especialista em Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, "a Baixada Santista entrará em colapso", caso não seja realizado planejamento integrado de mobilidade, ocupação do solo e adensamento imobiliário. "Santos não suporta mais crescimento. Como ocorreu em Macaé (RJ), base de operações da Petrobrás na Bacia de Campos, a cidade pode perder o controle da ocupação urbana", adverte.
Mesmo com toda a expectativa, Santos não deve ser o principal polo das operações do pré-sal, prevê Marcus D'Elia, especialista em Óleo e Gás do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). "O Porto de Santos não é adequado para a logística de abastecimento das plataformas e escoamento da produção." D'Elia afirma que os portos do Estado do Rio estão a distâncias mais curtas da Bacia de Santos e oferecem menores custos.
Em todo o caso, o progresso cobra preços.
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