Primeiro-ministro britânico diz que veículos devem “demonstrar responsabilidade social” e que funcionários da inteligência são “heróis”
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O premiê britânico David Cameron durante sessão no parlamento (UK Parliament via Reuters TV/Reuters)
“Se eles (os jornais) não demonstrarem alguma responsabilidade social será muito difícil para o governo recuar e não agir”, afirmou Cameron. O primeiro-ministro citou especificamente o caso do The Guardian, que tem publicado uma boa parte do material vazado por Snowden - uma fonte constante de embaraço internacional para os serviços de inteligência dos EUA e da Grã-Bretanha.
Segundo Cameron, o Guardian concordou em destruir parte do material vazado por Snowden, mas depois resolveu prosseguir com a publicação de outros documentos prejudiciais. “A posição que adotamos é de tentar dialogar com a imprensa e explicar como algumas dessas coisas podem ser prejudiciais”.
Na sequência, Cameron fez elogios aos serviços de inteligência da Grã-Bretanha, que trabalham de maneira intensa com os seus equivalentes nos EUA, chamando seus funcionários de “heróis e heroínas silenciosos”. O primeiro-ministro também citou as ameaças terroristas enfrentadas pelos serviços e, para exemplificar, disse que 330 pessoas foram condenadas por terrorismo em cortes britânicas desde setembro de 2001.
Desde a semana passada, Cameron tem mostrado uma postura diferente dos seus colegas europeus após a revelação de que os EUA teriam grampeado o telefone celular da chanceler alemã, Angela Merkel, e interceptado comunicações na Espanha, na Itália e na França, entre outros casos. Embora tenha evitado minimizar os casos, Cameron não se juntou ao grupo de líderes europeus que fizeram críticas aos EUA e exigiram explicações. Em vez disso, ele fez críticas a Snowden e aos jornais.
"O que Snowden está fazendo e, consequentemente, o que os jornais estão fazendo (...) francamente é mostrar para as pessoas que querem nos prejudicar como fugir e evitar a inteligência", disse. "Isso não vai tornar nosso mundo mais seguro, vai tornar o nosso mundo mais perigoso", disse ele na sexta-feira passada.
Otan – As críticas de Cameron também foram compartilhadas pelo comandante das tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Europa, o general americano Philip Breedlove. Segundo Breedlove, reportagens baseadas nos vazamentos, em especial aquelas sobre casos de espionagem envolvendo aliados dos EUA, não "ajudam". O general, no entanto, disse que as reportagens não prejudicaram a capacidade de trabalho conjunto entre os EUA e os seus aliados europeus, e que qualquer “qualquer dano ocorrido” às relações dos EUA com a Europa como resultado das alegações “será reparado”.
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