Parlamentares cobram vagas em subprefeituras e secretarias dizendo que reajuste terá repercussão negativa em eleitores
Gestão Haddad negocia para aprovar proposta amanhã e diz que espera ter mais votos do que na primeira sessão
GIBA BERGAMIM JR - FSPGestão Haddad negocia para aprovar proposta amanhã e diz que espera ter mais votos do que na primeira sessão
Para garantir a aprovação do reajuste do IPTU, interlocutores do prefeito Fernando Haddad (PT) negociam com partidos da base mais espaço político na administração. Insatisfeitos, vereadores do PSD e do PMDB estão entre os que exigem contrapartida.
Eles pleiteiam cargos em subprefeituras e secretarias.
Mesmo diante do impasse, o secretário de Relações Governamentais, João Antonio, disse ontem à Folha acreditar na ampliação do número de votos para aprovar o reajuste em segunda votação, amanhã.
"Imagino que quem votou na primeira sessão [na quinta] vai continuar conosco. E ainda teremos os votos de George Hato [PMDB], Wadih Mutran e Pastor Edmilson [ambos do PP], que não votaram na última sessão", disse.
Foram 31 votos pelas mudanças e 13 contra. Dez não votaram e um se absteve.
Para conseguir a aprovação, Haddad já aceitou reduzir os limites de aumento de 30% para 20% para imóveis residenciais e de 45% para 35% nos demais casos em 2014.
Nos reajustes dos anos seguintes, previstos para imóveis que tiveram alta valorização, o teto cai mais: 10% e 15%, respectivamente. Outra concessão é a ampliação de benefícios a aposentados.
Antonio diz que "pequenos ajustes" ainda podem ocorrer.
Vereadores ouvidos pela Folha dizem que cargos em subprefeituras e secretarias estão sendo colocados na balança para garantir o apoio.
Eles alegam que o reajuste trará repercussão negativa entre seus eleitores. Pesquisa Datafolha mostra que 89% dos paulistanos são contra a alta do imposto. Dentro da própria prefeitura, o receio é que parlamentares "voltem atrás".
Vereadores a favor do projeto dizem ter recebido, na sexta-feira, críticas de eleitores --houve muitas ligações para os gabinetes, afirmaram.
KASSAB
No PSD, é certo que votarão contra a proposta José Police Neto e Marco Aurélio Cunha. "Só aprovaria se caísse para 15% e 10%", disse.Logo após as eleições de 2012, Neto pleiteou sua manutenção na presidência da Casa. O PT foi contra.
Foi eleito o petista José Américo, o que criou ruídos na até então boa relação entre Haddad e seu antecessor, Gilberto Kassab. O temor é que algum dos outros seis vereadores favoráveis mudem de lado.
Vereadores do PMDB do vice-presidente Michel Temer também brigam por espaço. Na primeira votação, Rubens Calvo, Nelo Rodolfo e Ricardo Nunes votaram a favor.
Mesmo com o elo nacional, parlamentares têm cobrado mais espaço em secretarias e subprefeituras.
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