LULA NÃO É MITO. NEM UM GÊNIO POLÍTICO. É SOMENTE UM OPORTUNISTA
Reynaldo-BH - VEJA
Todo populismo nasce de uma mitificação que supre o desejo de futuro de uma nação em um determinado momento.
E os mitos são, em essência, falsos.
O mito não precisa guardar coerência entre o discurso e a ação. Ao contrário, o mito vive da contradição. Vale-se dela para se fazer maior. O mito precisa ser incompreensível, pois assim justifica a narrativa.
Os deuses gregos eram incompreensíveis para todos. Contraditórios e plenos de certezas fornecidas pelos que criavam as fantasias míticas.
A filosofia – e entre esta a ciência política – não admite contradições. Há uma lógica no agir que demonstra a personagem analisada e explica a incompreensão.
Mesmo na teologia, esta se nutre de razão. O filósofo é menor que a análise. Que a razão lógica.
O que é Lula afinal?
Um mito? Mesmo sendo este o desejo do lulopetismo, falta muito para que seja ao menos isto. E não é um ser político. Reduzir a política à esperteza simplória é diminuir a grandeza que dessa atividade que deveria ser nobre por natureza, por tratar-se de uns governando os demais.
Se não é mito (é somente um ídolo de muitos, ou seja, um objeto de adoração) e não pode ser considerado um ser pensante fora de série, resta a rotulação de oportunista. Aquele que usa fatos e age de acordo com o melhor proveito próprio, mesmo que distorcendo a realidade.
A mitificação exaltada do Lula “fazedor de reis” (ou postes), do gênio da raça que se comunica com os desvalidos como ninguém antes neste mundo ou o revolucionário que mudou a face do Brasil (resta saber com que feição) é somente o que resta aos lulopetistas para tentar justificar esta excrescência política.
A insistência de se alegar sempre ter sido eleito – sim, é verdade, e por isso em nome da democracia merece respeito, algo que ele próprio não tem pela democracia – não resiste a uma análise sociológica minimamente séria. Collor também foi eleito. E foi colocado a pontapés para fora do Palácio do Planalto.
Saddam tinha entre 96 e 99% dos votos no Iraque.
Em Cuba, o partido único tem somente 100% dos votos (não por ser único, mas por não haver sequer abstenções).
Hitler foi eleito premier e depois, por plebiscito, tornou-se presidente.
O corrupto José Roberto Arruda, de Brasília, foi reeleito após ter renunciado por ter fraudado o painel de votação do Senado. E hoje, após o escândalo recente, já é – novamente – o melhor colocado nas pesquisas eleitorais para o governo do Distrito Federal.
Com isso quero desprezar o voto popular? Ainda não enlouqueci de vez. Óbvio que é o que nos resta e o instrumento de expressão da cidadania pelo qual luto e lutarei sempre.
O que afirmo é que o voto por si não dá atestado de decência a ninguém – trate-se de mito, ser político ou oportunista.
O oportunista aproveita o que se apresenta para moldar a realidade aos interesses pessoais. Alguém pode dizer que Lula não fez isto a vida toda?
Fiquemos no passado recente.
* Quem foi o maior beneficiado com o mensalão, com a prática de compra de votos em um Congresso abominável?
* Quem teve amante paga com nossos impostos?
* Quem continua mandando (até mais!) na Presidência ao colocar um poste (como ele próprio se jactou ser capaz de eleger) na cadeira presidencial?
* Quem criou um instituto em São Paulo com recursos de empresários?
* Quem é lobista de empreiteiros – os mesmos que, antes, acusava como sendo o câncer do Brasil?
* Quem se aliou a ladrões (na antiga definição que ele próprio lhes conferia) e com que objetivo?
Se isto não é oportunismo, o que seria?
A mesma práxis que acusava o Supremo de ser um antro de perseguidores do lulopetismo e hoje exalta o tribunal antes demonizado é usada em relação à imprensa.
Lula só existe por que houve – sempre! – uma imprensa que o exaltava, combatia os ditos “governos anteriores”, apoiava as denúncias (algumas delas sem o menor fundamento), se encantava com o “operário, pobre e nordestino” (que diferença para hoje!), abria TODOS os espaços de mídia e se declarava ABERTAMENTE como petista. Saudavam o novo tempo.
É um caso para a história.
A mesma “mea culpa” feita pelo O Globo por apoiar a ditadura será um dia feita (será?) pelos que apoiam o oportunismo populista, que mente, inverte fatos e tenta ser mito.
Tenta ser no aspecto da não coerência. Na fantasia mítica. Na falta de lógica. No ser eternamente incompreensível.
E na aposta permanente de não ter que dar explicações a ninguém.
Por isso fala somente a quem se recusa a questionar.
E é surdo frente aos que ousam perguntar.
Lula não é mito. Nem um gênio político.
É somente um oportunista. A oportunidade, nós demos.
Quem pode mais, pode menos.
Se foi dada, é mais que hora de pedir de volta.
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