terça-feira, 1 de outubro de 2013

Maduro expulsa três funcionários da Embaixada dos EUA em Caracas
Eles são acusados de se reunir com opositores para sabotar a economia e o sistema elétrico da Venezuela
Presidente deu 48 horas para que diplomatas deixem o país
O GLOBO

CARACAS - Depois de acusar os Estados Unidos de colocarem sua segurança em risco na Assembleia Geral da ONU, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira a expulsão de três diplomatas da embaixada americana em Caracas sob a acusação de conspirarem, junto com opositores, para sabotar a economia e o sistema elétrico da Venezuela. A lista de expulsos inclui a encarregada de negócios da embaixada americana, Kelly Keiderling, a mais alta funcionária da sede diplomática.
- Detectamos que um grupo de funcionários da Embaixada dos Estados Unidos na Venezuela se reúne com a extrema-direita para financiá-la e incentivá-la a sabotar o sistema elétrico venezuelano, a economia e criar uma guerra psicológica - disse Maduro.
EUA e Venezuela não mantêm embaixadores em Caracas e Washington, respectivamente, desde 2010. Além da encarregada de negócios, Elizabeth Hunderland e David Mutt também serão obrigados a deixar a Venezuela. Maduro ordenou que o trio saia do país em até 48 horas. A embaixada americana em Caracas disse não ter sido oficialmente informada da decisão de Maduro.
- Fora da Venezuela! Yankees, go home! - disse o presidente durante discurso no estado de Falcón e transmitido pela TV estatal. - Não me importam as ações que o governo de Barack Obama tomar. Não vamos permitir que um império venha sabotar esta nação. Não temos medo deles, vamos enfrentá-los em todos os planos da política, da diplomacia e em todas as lutas que nos digam respeito.
Apesar de afirmar ter provas da conspiração dos diplomatas americanos, Maduro não as apresentou durante o discurso. O sistema elétrico é uma das maiores fraquezas da Venezuela, onde houve três apagões desde o início do ano. Dois deles ocorreram no começo de setembro: o primeiro deixou 18 dos 24 estados às escuras, e o segundo afetou sete, além de Caracas.
A denúncia de conspiração, por sua vez, engrossa a lista de acusações venezuelanas contra os Estados Unidos. Na semana passada, o presidente venezuelano afirmou que não participou da Assembleia Geral da ONU porque “queria preservar sua vida”. Segundo Maduro, havia dois planos de atentados contra ele. Antes, os EUA já haviam sido acusados de proibirem a passagem do avião do presidente em seu espaço aéreo. Em março, o chefe de Estado ordenou a retirada de dois adidos militares americanos por “contatar militares em atividade na Venezuela para planos de desestabilização”.

Nenhum comentário: