Para Alexander Meleagrou-Hitchen, do King’s College, em Londres, recrutamento de ocidentais pelo grupo islâmico não é novidade
Coroa de flores em necrotério em Nairóbi, no Quênia, em homenagem às vítimas do ataque - Ben Curtis / AP
LONDRES — O recrutamento de ocidentais pelo grupo islâmico al-Shabab não é uma novidade e está longe do fim, afirma Alexander Meleagrou-Hitchen, chefe de Pesquisa e Informação de Londres do Centro Internacional para Estudos sobre Radicalização do King’s College. Para ele, a Síria deve se tornar um novo polo de atração de “soldados”.
Existe uma estimativa de quantos estrangeiros tenham ingressado nas forças do al-Shabab?
Alexander Meleagrou-Hitchen: Não há números precisos. Há quem diga que 50 britânicos tenham ido para a Somália como soldados estrangeiros. Esse é um movimento que já começou há alguns anos, desde 2007.
O senhor diz que o alvo desses estrangeiros já não é mais a Somália e sim a Síria, e que eles já somariam mil pessoas em apenas dois anos. Por quê?
Alexander Meleagrou-Hitchen: É algo mais imediato, mais atraente. É uma batalha em que os grupos jihadistas têm se saído relativamente bem, daí o interesse dos estrangeiros por algo que tenha mais resultados.
A questão síria ainda deve se prolongar. O senhor acha que os recrutamentos vão continuar?
Alexander Meleagrou-Hitchen: Não vejo mudanças significativas na Síria. A luta não vai acabar tão cedo. Os jihadistas vão continuar atraindo pessoas do Ocidente.
É possível evitar esses recrutamentos?
Alexander Meleagrou-Hitchen: Não. Qualquer um que queira viajar e se juntar a esses grupos pode fazê-lo. É muito difícil impedi-los. O que as autoridades podem fazer é ter a certeza de que, quando voltam, serão monitorados.
O GLOBO: As autoridades do Quênia afirmam que o atentado de Nairóbi teria contado com a presença de americanos e uma britânica. Isso é comum?
Alexander Meleagrou-Hitchen: O recrutamento de ocidentais não é uma novidade. O al-Shabab é um dos grupos ligados à al-Qaeda mais bem-sucedido nisso. Se ficar confirmada a presença deles no atentado de Nairóbi, não será uma grande surpresa. Mas ainda não estou certo de que tenha havido a participação deles no ataque. Seria estranho. Essas pessoas normalmente são usadas em logística e na produção de mídia e propaganda.Existe uma estimativa de quantos estrangeiros tenham ingressado nas forças do al-Shabab?
Alexander Meleagrou-Hitchen: Não há números precisos. Há quem diga que 50 britânicos tenham ido para a Somália como soldados estrangeiros. Esse é um movimento que já começou há alguns anos, desde 2007.
O senhor diz que o alvo desses estrangeiros já não é mais a Somália e sim a Síria, e que eles já somariam mil pessoas em apenas dois anos. Por quê?
Alexander Meleagrou-Hitchen: É algo mais imediato, mais atraente. É uma batalha em que os grupos jihadistas têm se saído relativamente bem, daí o interesse dos estrangeiros por algo que tenha mais resultados.
A questão síria ainda deve se prolongar. O senhor acha que os recrutamentos vão continuar?
Alexander Meleagrou-Hitchen: Não vejo mudanças significativas na Síria. A luta não vai acabar tão cedo. Os jihadistas vão continuar atraindo pessoas do Ocidente.
É possível evitar esses recrutamentos?
Alexander Meleagrou-Hitchen: Não. Qualquer um que queira viajar e se juntar a esses grupos pode fazê-lo. É muito difícil impedi-los. O que as autoridades podem fazer é ter a certeza de que, quando voltam, serão monitorados.
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