Neurocirurgião do Salgado Filho, acusado de omissão de socorro na morte de menina, responderá por estelionato
Vera Araújo - O Globo
Neurocirurgião Adão Orlando Crespo Gonçalves presta depoimento - Cezar Loureiro - 28.12.2012 / Agência O Globo
Neurocirurgião Adão Orlando Crespo Gonçalves presta depoimento - Cezar Loureiro - 28.12.2012 / Agência O Globo
RIO — O neurocirurgião Adão Orlando Crespo Gonçalves, que faltou ao plantão do último Natal no Hospital Salgado Filho, no Méier, deixando Adrielly dos Santos Vieira, de 10 anos, vítima de bala perdida, esperando oito horas por uma cirurgia, vai responder agora por estelionato e falsidade ideológica. Ele é acusado de contratar médicos para dar plantão em seu lugar no Salgado Filho. Segundo a delegada da Delegacia Fazendária (Delfaz), Izabela Rodrigues Santoni, que indiciou o médico, as penas somadas podem chegar a dez anos de reclusão. Adão já tinha sido indiciado por omissão de socorro.
Adrielly morreu 11 dias depois de ser baleada. Além de Adão Gonçalves, também foram indiciados por crimes contra a administração pública o neurocirurgião que o substituía nos plantão anteriores, Francisco Doutel de Andrade, o diretor do Salgado Filho, Conrado Weber, e outros cinco médicos.
Francisco Doutel foi indiciado por estelionato, enquanto o diretor do Salgado Filho e os outros cinco médicos, por condescendência criminosa, ou seja, por se omitirem ao não responsabilizar um subordinado.
— Houve crimes nos mais variados escalões hierárquicos, além daqueles mais evidentes dos médicos Adão e Doutel. O que se verificou foi a verdadeira terceirização ilegal de cargo público. Trata-se de uma substituição permanente, ao longo de três anos, na qual Adão conseguiu manter o cargo público, o título e até a futura aposentadoria. Os demais delitos foram evidenciados diante da absurda inércia daqueles que deveriam adotar providências para coibir tais práticas — disse a delegada.
Segundo o delegado Luiz Archimedes, titular da 23ª DP (Méier), o inquérito em que o médico Adão Gonçalves foi indiciado por omissão de socorro foi enviado ao Ministério Público estadual e retornou à delegacia esta semana. A promotoria exigiu que fosse apresentado um laudo do IML para definir se a demora no atendimento a Adrielly contribuiu para sua morte.
Adrielly morreu 11 dias depois de ser baleada. Além de Adão Gonçalves, também foram indiciados por crimes contra a administração pública o neurocirurgião que o substituía nos plantão anteriores, Francisco Doutel de Andrade, o diretor do Salgado Filho, Conrado Weber, e outros cinco médicos.
Francisco Doutel foi indiciado por estelionato, enquanto o diretor do Salgado Filho e os outros cinco médicos, por condescendência criminosa, ou seja, por se omitirem ao não responsabilizar um subordinado.
— Houve crimes nos mais variados escalões hierárquicos, além daqueles mais evidentes dos médicos Adão e Doutel. O que se verificou foi a verdadeira terceirização ilegal de cargo público. Trata-se de uma substituição permanente, ao longo de três anos, na qual Adão conseguiu manter o cargo público, o título e até a futura aposentadoria. Os demais delitos foram evidenciados diante da absurda inércia daqueles que deveriam adotar providências para coibir tais práticas — disse a delegada.
Segundo o delegado Luiz Archimedes, titular da 23ª DP (Méier), o inquérito em que o médico Adão Gonçalves foi indiciado por omissão de socorro foi enviado ao Ministério Público estadual e retornou à delegacia esta semana. A promotoria exigiu que fosse apresentado um laudo do IML para definir se a demora no atendimento a Adrielly contribuiu para sua morte.
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