Ashley Parker - NYT
A parte mais dura da aprovação de uma reforma abrangente da imigração provavelmente seria vender uma rota para a cidadania para a base republicana. Mas a parte mais difícil na elaboração do projeto de lei de fato tem sido lidar com os interesses conflitantes das comunidades empresarial e trabalhista.
No final desta semana no Senado, os esforços para produzir a legislação atingiram outro obstáculo, quando a Câmara de Comércio dos Estados Unidos e o AFL-CIO, a maior confederação de sindicatos trabalhistas do país, não conseguiram chegar a um acordo sobre o futuro fluxo de imigrantes legais ao programa de vistos para trabalhadores temporários, de baixa qualificação, por um ano.
Apesar da câmara e da confederação --que há vários meses mantêm conversações paralelas às negociações oficiais entre um grupo bipartidário de oito senadores-- terem chegado a um acordo provisório, a câmara pressionou recentemente os membros republicanos do grupo do Senado a reabrirem o assunto sensível do programa de trabalhadores de baixa qualificação.
Em questão está o salário médio por hora dos trabalhadores de baixa qualificação que poderiam ser trazidos durante escassez de mão-de-obra. A comunidade empresarial deseja pagar aos trabalhadores um pouco menos do que o salário médio por hora, enquanto os sindicatos desejam que ela pague um pouco mais.
A comunidade trabalhista, que já estava frustrada pelo que via como sendo a tendência da câmara de pleitear as questões pela imprensa, viu a mais recente manobra como um episódio de "Peanuts" no qual Lucy novamente move a bola de futebol no momento em que Charlie Brown vai chutá-la.
"Os trabalhadores consideram uma piada a tentativa das empresas de sequestrar a urgência moral e política de cidadania para mais de 11 milhões de pessoas visando reduzir salários para trabalhadores imigrantes e não imigrantes locais", disse Jeff Hauser, um porta-voz do AFL-CIO. "Este esforço de reforma da imigração visa impedir deportações que estão separando famílias, não reduzir o salário médio de trabalhadores de baixa renda que lutam para ficar acima do nível de pobreza."
Mas a câmara rejeitou a caracterização.
"Não é verdade que a comunidade empresarial queira pagar aos trabalhadores estrangeiros menos do que os trabalhadores americanos recebem", disse Randel K. Johnson, vice-presidente sênior da câmara para trabalho, imigração e benefícios aos trabalhadores. "Primeiro, qualquer trabalhador imigrante que viesse pelo programa teria as mesmas proteções que os trabalhadores americanos, de modo que seria uma violação da Lei de Padrões Justos de Trabalho pagar menos que o salário mínimo. Segundo, qualquer programa de trabalhador temporário exigiria que fosse pago ao trabalhador imigrante o maior dos salários pagos de fato aos trabalhadores americanos equivalentes ou o salário predominante."
No mês passado, a câmara e o AFL-CIO chegaram a um acordo, ao menos em princípio, reconhecendo a necessidade de um programa de vistos que permitiria às empresas atender sua necessidade de trabalhadores pouco qualificados, protegendo ao mesmo tempo os trabalhadores americanos.
Mas os grupos permaneciam divididos em torno do número máximo de vistos que o programa de trabalhadores pouco qualificados deveria oferecer, com a câmara pedindo 400 mil vistos e a confederação de sindicatos preferindo um número muito menor. Agora, os grupos parecem ter chegado a um acordo provisório a respeito do tamanho e escopo do programa --até 200 mil novos vistos por ano para o programa de trabalhadores temporários de baixa qualificação.
Na tarde de quinta-feira, o grupo bipartidário de oito senadores convocou uma segunda reunião naquele dia. À medida que os quatro republicanos seguiam para o Capitólio, eles pareciam animados, mas não otimistas.
"Espere pela fumaça branca", brincou o senador Marco Rubio, republicano da Flórida, um membro do grupo, citando o método usado para sinalizar um acordo a respeito do novo papa.
Mas no início da noite, as negociações deterioraram devido às preocupações com os desentendimentos entre a câmara e a confederação em torno do programa de trabalhadores pouco qualificados. O grupo fez uma breve pausa, com planos para voltar a se reunir mais tarde. O senador Jeff Flake, republicano do Arizona e membro do grupo, disse que a parte da legislação de interesse das empresas e dos sindicatos está provando ser a mais espinhosa.
Mas na manhã de sexta-feira, o grupo do Senado voltou à mesa de negociação, onde assessores próximos das conversações disseram que um progresso significativo foi conseguido. Mas restando poucas horas para o início do recesso de duas semanas do Congresso, o grupo bipartidário está buscando vender seu mais recente acordo às comunidades empresarial e trabalhista.
Tradutor: George El Khouri Andolfato
No final desta semana no Senado, os esforços para produzir a legislação atingiram outro obstáculo, quando a Câmara de Comércio dos Estados Unidos e o AFL-CIO, a maior confederação de sindicatos trabalhistas do país, não conseguiram chegar a um acordo sobre o futuro fluxo de imigrantes legais ao programa de vistos para trabalhadores temporários, de baixa qualificação, por um ano.
Apesar da câmara e da confederação --que há vários meses mantêm conversações paralelas às negociações oficiais entre um grupo bipartidário de oito senadores-- terem chegado a um acordo provisório, a câmara pressionou recentemente os membros republicanos do grupo do Senado a reabrirem o assunto sensível do programa de trabalhadores de baixa qualificação.
Em questão está o salário médio por hora dos trabalhadores de baixa qualificação que poderiam ser trazidos durante escassez de mão-de-obra. A comunidade empresarial deseja pagar aos trabalhadores um pouco menos do que o salário médio por hora, enquanto os sindicatos desejam que ela pague um pouco mais.
A comunidade trabalhista, que já estava frustrada pelo que via como sendo a tendência da câmara de pleitear as questões pela imprensa, viu a mais recente manobra como um episódio de "Peanuts" no qual Lucy novamente move a bola de futebol no momento em que Charlie Brown vai chutá-la.
"Os trabalhadores consideram uma piada a tentativa das empresas de sequestrar a urgência moral e política de cidadania para mais de 11 milhões de pessoas visando reduzir salários para trabalhadores imigrantes e não imigrantes locais", disse Jeff Hauser, um porta-voz do AFL-CIO. "Este esforço de reforma da imigração visa impedir deportações que estão separando famílias, não reduzir o salário médio de trabalhadores de baixa renda que lutam para ficar acima do nível de pobreza."
Mas a câmara rejeitou a caracterização.
"Não é verdade que a comunidade empresarial queira pagar aos trabalhadores estrangeiros menos do que os trabalhadores americanos recebem", disse Randel K. Johnson, vice-presidente sênior da câmara para trabalho, imigração e benefícios aos trabalhadores. "Primeiro, qualquer trabalhador imigrante que viesse pelo programa teria as mesmas proteções que os trabalhadores americanos, de modo que seria uma violação da Lei de Padrões Justos de Trabalho pagar menos que o salário mínimo. Segundo, qualquer programa de trabalhador temporário exigiria que fosse pago ao trabalhador imigrante o maior dos salários pagos de fato aos trabalhadores americanos equivalentes ou o salário predominante."
No mês passado, a câmara e o AFL-CIO chegaram a um acordo, ao menos em princípio, reconhecendo a necessidade de um programa de vistos que permitiria às empresas atender sua necessidade de trabalhadores pouco qualificados, protegendo ao mesmo tempo os trabalhadores americanos.
Mas os grupos permaneciam divididos em torno do número máximo de vistos que o programa de trabalhadores pouco qualificados deveria oferecer, com a câmara pedindo 400 mil vistos e a confederação de sindicatos preferindo um número muito menor. Agora, os grupos parecem ter chegado a um acordo provisório a respeito do tamanho e escopo do programa --até 200 mil novos vistos por ano para o programa de trabalhadores temporários de baixa qualificação.
Na tarde de quinta-feira, o grupo bipartidário de oito senadores convocou uma segunda reunião naquele dia. À medida que os quatro republicanos seguiam para o Capitólio, eles pareciam animados, mas não otimistas.
"Espere pela fumaça branca", brincou o senador Marco Rubio, republicano da Flórida, um membro do grupo, citando o método usado para sinalizar um acordo a respeito do novo papa.
Mas no início da noite, as negociações deterioraram devido às preocupações com os desentendimentos entre a câmara e a confederação em torno do programa de trabalhadores pouco qualificados. O grupo fez uma breve pausa, com planos para voltar a se reunir mais tarde. O senador Jeff Flake, republicano do Arizona e membro do grupo, disse que a parte da legislação de interesse das empresas e dos sindicatos está provando ser a mais espinhosa.
Mas na manhã de sexta-feira, o grupo do Senado voltou à mesa de negociação, onde assessores próximos das conversações disseram que um progresso significativo foi conseguido. Mas restando poucas horas para o início do recesso de duas semanas do Congresso, o grupo bipartidário está buscando vender seu mais recente acordo às comunidades empresarial e trabalhista.
Tradutor: George El Khouri Andolfato
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