sábado, 16 de março de 2013

Os perdedores na liberalização das drogas em Praga
Christoph Scheuermann - Der Spiegel
AP
Pessoas com guarda-chuvas cruzam a ponte Charles, em Praga, na República Tcheca
Pessoas com guarda-chuvas cruzam a ponte Charles, em Praga, na República Tcheca
A decisão de 2010 da República Tcheca de reduzir a posse de drogas de crime para contravenção transformou o país em uma meca para os usuários de drogas. A mudança criou uma sub-economia lucrativa, mas também um custo social elevado.
O problema tem suas raízes em uma tenda retangular, feita de plástico preto e que parece um armário móvel gigante. Ela é da altura de um homem, não permite que odor escape e fornece espaço para quatro pés adultos de maconha. A "Growshop" em Zižkov, um distrito da cidade de Praga, vende a tenda pelo equivalente a 400 euros, incluindo ventilador, dutos de ventilação, uma lâmpada de 400 watts, fertilizante e um saco de terra para vaso. A montagem da tenda em casa é fácil e você pode começar a cultivar sua própria erva. Qualquer jovem de 14 anos pode fazê-lo... e isso é um problema imenso. O mercado está repleto de maconha.
"Os preços estão caindo", diz Marek, um vendedor de drogas local com um corte de cabelo que parece uma peruca com armação. Ele escolheu um restaurante próximo da Ponte Carlos, onde ele pede goulash com purê de batata e se queixa da queda nos lucros. A venda de drogas já viu dias melhores, ele diz. Ele atualmente ganha 1.500 coroas, ou aproximadamente 60 euros, por 10 gramas de maconha. Os clientes regulares – que Marek prefere chamar de "amigos" – compram a crédito.
Para evitar entediar seus "amigos", ele traz regularmente amostras de novas variedades. "White Widow" está atualmente se saindo muito bem, o que significa que dá um grande "barato". Marek destaca que o produto é muito melhor do que o oferecido pela concorrência. "Meus produtos são cultivados com amor, não como a merda produzida pelos vietnamitas. Eles cultivam suas ervas em depósitos." Os vietnamitas são o segundo problema. Marek diz que eles só se importam com os negócios, não com qualidade, assim como os cultivadores tchecos. Eles não são dedicados à arte da jardinagem, ele alega.
Tanto Marek quanto seus fornecedores se beneficiam com o fato de a maconha ter se tornado uma parte integral do folclore tcheco desde o início dos anos 90, tanto quanto a cerveja pilsner e os bolinhos com molho. Metade de todos os tchecos com idades entre 15 e 34 anos já fumou maconha pelo menos uma vez em suas vidas. Segundo estatísticas do Centro Europeu de Monitoramento das Drogas e da Dependência de Drogas (EMCDDA), a República Tcheca está entre os países que mais consomem maconha na Europa, ao lado da Itália e da Espanha.
Há muitos anos, a polícia desistiu de emitir alertas a todos aqueles que pegava fumando um baseado. Incapaz de impedir a prática, o governo decidiu que deveria ao menos regulá-lo. Desde 2010, as autoridades tchecas deixaram de tratar a posse de narcóticos ou substâncias psicotrópicas em pequenas quantidades como um crime, mas sim como uma contravenção sujeita a uma multa máxima de 600 euros. A República Tcheca, que faz fronteira com a Alemanha, Polônia, Eslováquia e Áustria– agora se tornou um oásis verde de drogas em meio a leis de narcóticos que variam de rígidas a extremamente duras.
Uma tabela oficial lista as quantidades máximas legalmente permitidas. Para uso pessoal, cada indivíduo é autorizado a portar até 15 gramas de maconha, quatro comprimidos de ecstasy, dois gramas de metanfetamina, um grama de cocaína ou uma grama e meia de heroína, sem temer ser indiciado criminalmente. Vender drogas ainda é crime, mas os cultivadores de maconha, os contrabandistas de cocaína e os laboratórios de metanfetamina voltaram a ganhar um bom dinheiro desde 2010.
Os críticos veem as novas leis como uma capitulação e a polícia condena a legislação frouxa. O ministro do Interior tcheco está tendo problemas com as autoridades nos Estados alemães vizinhos da Baviera e da Saxônia, que estão se queixando do contrabando de drogas pela fronteira.
Turismo de drogas
Marek vê a liberalização como um passo na direção certa. "Eu sou apenas um peixe pequeno", ele diz. De fato, ele é apenas um dentre centenas na cidade que vendem maconha para "amigos".

É uma tarde de quinta-feira e a expressão no rosto de Marek revela que está aguardando ansiosamente pela noite de sexta-feira. As noites na cidade seguem o mesmo cenário universal de expectativa, euforia, colapso e a ressaca na manhã seguinte. Os baladeiros raramente têm um presságio sombrio de que o uso de drogas possa terminar em desastre.
Marek, 29 anos, nasceu e foi criado em Praga. Ele vende maconha desde os 18 anos e também costumava vender drogas mais pesadas, como cocaína e ecstasy. Hoje, seu principal trabalho e guiar turistas pela cidade. Ele se encontra com muitos jovens em suas excursões, que ficam empolgados com as leis liberais de drogas na República Tcheca.
Ele nunca oferece, diz Marek, mas se alguém pedir a ele educadamente, ele sabe onde conseguir maconha. Ele leva os turistas ao seu escritório, onde rapidamente se tornam "amigos". Com esse arranjo, Marek, o vendedor de drogas, se transforma em Marek, o guia de turismo.
Ele desce por uma rua no centro histórico da cidade, passa por uma entrada baixa, depois por um túnel e acaba diante de sua mesa. Marek divide o escritório com seu irmão, Michal, que dirige um albergue para mochileiros e está enrolando um baseado. "Eu não estou fazendo forte demais, porque ainda é muito cedo", ele diz.
Michal é dois anos mais velho que Marek, casado, e pai de uma menina de um ano e meio. Seu albergue está se saindo extraordinariamente bem. Ele tem cabelo rastafári e é o oposto de seu irmão –mais calmo, mais refletido, um tipo artístico. Michal experimentou pessoalmente a história das drogas no seu país. Ele precisa pensar por um longo tempo quando perguntado se há alguma droga que ele ainda não tenha fumado ou tomado.
Problema para estabelecer limites
Michal e Marek são dois irmãos muito diferentes. Michal, o empresário, está subindo lentamente a escada por meio do trabalho, enquanto Marek, o vendedor de drogas, está lutando para não regredir na vida. Ambos estão familiarizados com os dois lados das drogas, e sabem o quanto é tentador viver a vida em um barato sem fim.

Os pais deles eram ricos, diz Michal, enquanto acende um baseado. Seu pai trabalhava na administração de uma construtora estatal e, após a queda do Muro de Berlim, ele passou a administrar a divisão para o Leste Europeu de um banco canadense. Sua mãe decidiu seguir carreira como uma consultora de negócios freelancer. Seus pais se separaram quando Michal tinha 15 anos. "Eles não conseguiam lidar com meu irmão", ele diz. Marek se meteu em problemas com seus professores por vender bens roubados. Após a separação dos pais, Marek passou a viver com seu pai, enquanto Michal foi morar com amigos, experimentou maconha e, posteriormente, a heroína.
Os anos 90 foram perfeitos para o barato de Michal. Juntamente com o afluxo de turistas, artistas, excêntricos e aventureiros para Praga após a queda da Cortina de Ferro, novas drogas chegaram à cidade. Michal as tomou em todas as formas imagináveis: fumo, pó, pílulas, cristais e líquidos. Ele organizava festas de música tecno em bunkers abandonados e chamava a si mesmo de "Narco Polo", o explorador das drogas.
Ele teve sua experiência de drogas mais marcante quando subiu sozinho até o topo de uma colina e comeu cogumelos alucinógenos. Ainda sem ter completado 20 anos, ele poderia ter continuado festejando até o limite. Mas lá no alto da colina, ele percebeu quão frágil, bela e preciosa é a vida. Sem os cogumelos, ele poderia estar morto agora, diz Michal. Ele parou de tomar as drogas mais pesadas e estudou filosofia e história.
Seu irmão mais novo, Marek, já tinha jeito para os negócios quando era menino. Antes de sua fase de drogas, ele vendia cards de colecionadores, roupas e, posteriormente, apólices de seguro. "Aos 17 anos, eu era o melhor vendedor da cidade", ele alega. Mark não precisava estudar para reconhecer um nicho de mercado não atendido. Mas as histórias que ele conta frequentemente começam com lucros ridiculamente altos – e geralmente terminam em colapso.
Vovó, a cultivadora
Com tantas drogas entrando no país, os tchecos logo descobriram que levavam jeito para cultivar suas próprias. Michal lembra como amigos e conhecidos começaram a plantar maconha em casa. Ao mesmo tempo, o negócio de cultivo de maconha se tornou bem mais profissional. No início de novembro de 2012, a terceira feira internacional de cânhamo, a Cannafest, foi realizada no maior espaço de feiras da cidade, contando com apresentações de "cânhamo na cultura tcheca", estandes de fornecedores de fertilizantes, vendedores de sementes da cannabis e empresas de sistemas hidropônicos. Muitos expositores vieram da Holanda para não perderem este novo mercado em crescimento.

Enquanto a polícia realiza batidas nas novas e cada vez maiores plantações de maconha – frequentemente operadas por vietnamitas – em intervalos de poucas semanas, o restante do país cultiva maconha em pequena escala. Até mesmo os avós de Michal e Marek cultivam plantas na sua estufa, que regam e podam para seus dois netos. "Vovó é uma jardineira fenomenal", diz Michal. Ele pega seu celular, que tem fotos de sua visita mais recente. As fotos mostram as mudas em vez da avó. Seu avô faz creme para a pele com as folhas e caules que Marek e Michal não fumam.
Michal e Marek falam de Praga nos anos 90 como se fosse um paraíso no qual amigos compartilhavam as amostras de suas variedades domésticas mais bem-sucedidas. O mundo era maravilhoso – ou ao menos é como ele parecia.  
Parte 2: Lucros e riscos
Durante a noite, Marek sai com os "amigos". Na manhã seguinte, ele desaba na poltrona em seu escritório e espera para que o centro de fala do seu cérebro volte a funcionar. Os primeiros turistas entram em seu escritório e perguntam sobre ingressos para ópera. Após partirem, Marek baixa seu boné Roger Federer sobre seu rosto e diz que vende regularmente maconha para 15 a 20 pessoas, e "eu ganho um bom dinheiro com algumas delas". Sua margem de lucro é de cerca de 70%, mas um pouco menos com bons amigos. Ele anota seus lucros em seu segundo celular, mas como precaução, remove seu chip (cartão SIM).

Marek não revela quanto ganha, mas é possível fazer uma estimativa. Se 20 clientes comprarem 10 gramas dele duas vezes por mês por 1.500 coroas, isso resulta em vendas mensais de 60 mil coroas. A uma margem de lucro de aproximadamente 50%, isso o deixa com 30 mil coroas por mês, ou aproximadamente 1.200 euros. Nada mal para um trabalho paralelo – mas ele arca com o risco.
"Hein?" diz Marek. "Que risco?"
De tempos em tempos, o carro dele é parado pela polícia e ele passa por teste de drogas. Ele nem sempre passa limpo no teste. Ele já provou de tudo, exceto metanfetamina e heroína. Fora isso, ele nunca teve problemas com as autoridades. O que ele tem a temer? Afinal, ele diz, ele está apenas vendendo maconha.

A maioria dos turistas que Marek encontra está mais interessada em comprar cristais da Boêmia e em visitar uma cervejaria do que comprar drogas.
Diferente de Amsterdã, Praga não tem nenhum "café" no qual uma dúzia de tipos de maconha e haxixe está listada em cardápios laminados. Em vez disso, as pessoas que buscam comprar drogas em Praga precisam de contatos ou de coragem para perguntar aos barmen se podem ajudá-los a comprar algumas poucas gramas.
Inclinação para autodestruição
Drogas pesadas são compradas no mercado negro. A República Tcheca é notória por suas cozinhas de drogas, que são especializadas na produção de metanfetamina, vendidas aqui sob os nomes pervitin e piko. Mais metanfetamina é produzida na República Tcheca do que em qualquer outro país europeu. Em 2010, a polícia estourou 307 pontos de fabricação, a maioria deles laboratórios caseiros de metanfetamina comandados por amadores. A qualidade dos produtos depende principalmente de quanto dinheiro e esforço o "cozinheiro" responsável investe.

Jana já provou grande parte do que já foi produzido. Ela tem 29 anos, trabalha na recepção de um albergue para turistas mochileiros no centro histórico, e faz parte da roda de "amigos" de Marek. As drogas favoritas dela são metanfetamina e cetamina, ela diz. Enquanto a metanfetamina ajuda a lançá-la à Lua, e cetamina a ajuda na reentrada.
A cetamina foi sintetizada pela primeira vez nos Estados Unidos em 1962. Hoje, ela é usada de modo comum na medicina veterinária como anestésico. Em Praga, a droga é vendida em comprimidos, em pó ou em líquido – e parece como concreto nas veias. É um estado próximo da auto desintegração. As pessoas que tomam cetamina se gabam das experiências de quase morte. Jana diz: "Eu gosto de me destruir".
Ela vem da Eslovênia, mudou-se para Praga aos 19 anos e consegue bancar as despesas com vários trabalhos. Todo fim de semana ela frequenta as festas de música tecno, onde DJs tocam música que soa como o jato de um Boeing. Para Jana, as drogas fazem parte da festa. Ela parece inclinada para a autodestruição. Não há Plano B.
É noite de sexta-feira e ela está correndo ao longo das ruas ao norte do centro da cidade, arrancando folhas dos arbustos. Ela joga as folhas fora. Nós estávamos esperando em um ponto de bonde por cerca de cinco segundos quando ela pergunta: "Nós ainda estamos esperando aqui?" A metanfetamina entorpece os sentidos, incluindo a noção de tempo.
Jana entra em bares e então, repentinamente, decide que aquela não é cena dela e sai de novo. Em um curto período de tempo, três vendedores lhe perguntam se ela deseja comprar maconha. Ao final de uma maratona sem pausa pela vida noturna de Praga, ela desaparece atrás de uma porta de banheiro de um clube tecno e não reaparece por algum tempo.
Benefícios e reveses
O primeiro-ministro tcheco, Petr Nečas, prometeu reduzir a quantidade de metanfetamina tolerada pelas autoridades. A polícia tcheca diz que ela é atualmente a substância mais perigosa no país. O número de dependentes de longo prazo subiu em um terço entre 2008 e 2011. Desde a liberalização, o mercado de drogas tcheco se tornou tão popular mundialmente que os autores da aclamada série de TV americana "Breaking Bad" decidiram transferir parte da ação para cá. Na nova temporada, Walter White, o personagem central da série, decide enviar alguns de seus cristais azuis para a República Tcheca e ganha tanto dinheiro que mal pode acreditar.

Além da metanfetamina, nas discotecas da Praça Wenzel e nos bares do distrito Zižkov dos artistas, praticamente tudo o que estimula o cérebro, aumenta o estado de alerta, estimula a libido, causa vício, entorpece os sentidos e elimina a consciência está disponível em grande quantidade. Há cocaína, ecstasy, LSD, heroína, cetamina, uma série de cogumelos alucinógenos, abundância de maconha e haxixe, e, acima de tudo, anfetaminas em todas as formas, misturas e concentrações imagináveis. "Você pode obter de tudo aqui", diz Michal.
O centro europeu de monitoramento de drogas EMCDDA estima que quase 20 toneladas de maconha sejam fumadas na República Tcheca por ano, 5 milhões de pílulas de ecstasy sejam tomadas, 1 milhão de viagens de LSD sejam feitas e cinco toneladas de metanfetamina sejam vaporizadas. Nos bares, não passam cinco minutos sem que alguém sussurre: "Ei! Você quer comprar algo?" Praga também superou o Ocidente quando se trata de logística das drogas;
A política liberal de drogas beneficiou os consumidores e o Estado, que não mais precisa dedicar muito tempo e energia perseguindo cada pequena infração. Mas a nova política não conseguiu progresso genuíno na luta contra a produção ilegal de drogas.
Quando mais alto alguém sobe, maior é a queda
Marek, o vendedor de drogas, enrola para si mesmo um quinto baseado após concluir duas excursões de três horas pela cidade. Ele está sentado nos fundos de um bar e parece acabado. Sua droga favorita é a cocaína, ele diz. Entre suas pernas está uma mochila que ele sempre carrega consigo. Ela contém um pote de Tupperware cheio de maconha e uma balança.

Ao lado de Marek está outro "amigo", René do Brasil. René mora em Praga há 12 anos. Primeiro, ele se apaixonou por uma mulher tcheca, depois pela metanfetamina. "A metanfetamina tcheca é a melhor do planeta", diz René, "eu sei disso porque já provei metanfetamina da Califórnia. Mas a tcheca é melhor".
Ele pergunta a Marek se ele quer beber uma schnapps com ele. Marek pisca em meio à nuvem azul de fumaça de seu baseado e grita: "Você está maluco? Eu ainda tenho que dirigir um bocado!"
Incapaz de controlar seus problemas com dinheiro, Marek começou a jogar pôquer online. Quando ele joga, ele está usando cocaína. Isso não necessariamente o ajuda a poupar dinheiro. O preço de rua por um grama de cocaína em Praga é de 100 euros. Ela consiste de aproximadamente 20% de cocaína e, na melhor das hipóteses, o restante é lidocaína, um anestésico local, ou levamisol, um medicamento usado para tratamento de infecções parasitárias.
Enquanto René se gaba da metanfetamina tcheca, o baseado ajuda Marek gradualmente a relaxar. É um início de noite de domingo e o fim de semana acabou. Marek sobreviveu à outra farra de drogas. Durante uma batida recente, a polícia prendeu dois de seus amigos que estavam vendendo ecstasy e metanfetamina. Eles agora estão aguardando julgamento. Mas ele não tem medo da polícia, diz Marek. "Se me prenderem, eles também terão que prender meio milhão de pessoas em Praga que estão fazendo a mesma coisa", ele brinca. Ainda assim, ele está à procura de uma oportunidade de estabelecer um negócio mais sólido, com seu irmão.
Essa vida de drogas, essa autodestruição, terá que acabar um dia – até mesmo Marek sabe disso. É a principal lei da noite: quanto mais intenso o barato, mais destrutiva é a droga. Muitos dos "amigos" de Marek e ex-"amigos" de Michal estão cambaleando pelas ruas de Praga atualmente como zumbis das drogas. Alguns deles morreram devido ao abuso de drogas.
Michal espera que Marek consiga deixar esse capítulo para trás, mas atualmente não parece que ele está prestar a parar de vender drogas. Michal espera que o governo tcheco permita algum dia os cafés. Seria um programa bem-vindo de legalização para seu irmão, o vendedor de drogas. Michal diz que não ficaria surpreso se Marek então se tornasse o empreendedor a abrir o primeiro café de Praga.

Tradutor: George El Khouri Andolfato

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