domingo, 28 de abril de 2013

Alemães gastam 270 mil euros por mês em aeroporto que não foi inaugurado
Der Spiegel
O novo e polêmico aeroporto de Berlim ainda não foi inaugurado, mas os cidadãos alemães não precisam se preocupar com a limpeza do terminal vazio.
Segundo dados divulgados pelo gabinete do prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, a manutenção do aeroporto inacabado custa 270 mil euros por mês, de acordo com a agência de notícias Agence France-Presse esta semana. Multiplicando esse valor pelos 12 meses do ano, a conta chega a 3,2 milhões de euros.
Mais da metade desse dinheiro é gasto para manter o terminal vazio limpo – tarefa que inclui os banheiros do futuro aeroporto. O tabloide berlinense "BZ" informou que uma equipe de 50 funcionários de limpeza tem se dedicado em manter a sujeira longe do aeroporto inacabado. Aproximadamente 162 mil euros são gastos todo mês na limpeza do local, de acordo com a AFP.
A prefeitura berlinense divulgou essa informação em resposta a uma consulta feita pelo Partido Pirata no parlamento estadual de Berlim. Para os críticos, as cifras recém-divulgadas são apenas mais um fator em uma longa lista de queixas relacionadas ao aeroporto. 
Investigando os atrasos
O aeroporto Berlim Brandemburgo Willy Brandt foi construído para consolidar o tráfego aéreo da capital alemã em um único aeroporto, uma vez que ele substituirá os três que operavam na cidade anteriormente dividida pelo Muro de Berlim. Segundo o cronograma original, o aeroporto deveria ter sido inaugurado em 2010, mas a abertura foi adiada quatro vezes. Outra data de inauguração, marcada para junho de 2012 e esperada ansiosamente por todos, foi cancelada com poucas semanas de antecedência.

Extensos problemas com o sistema de segurança contra incêndio e outros erros de projeto relacionados à estrutura do prédio continuam impedindo a rápida conclusão do aeroporto, que não deve ser inaugurado antes de 2014. Matthias Platzeck, governador do estado de Brandemburgo, onde o aeroporto está localizado, admitiu que o projeto, antes elogiado, se transformou em um símbolo negativo para a região. Platzeck substituiu o prefeito Wowereit como presidente do conselho de supervisão do projeto em janeiro passado.
Martin Delius, político membro do Partido Pirata e que preside o comitê do parlamento de Berlim que está investigando as causas dos atrasos e dos gastos excessivos do projeto, disse que o dinheiro que está sendo gasto na limpeza e manutenção do canteiro de obras é um fiasco, informou o tabloide BZ. Os valores ressaltam a magnitude dos erros de planejamento envolvendo o projeto, disse ele ao jornal.
Tradutor: Cláudia Gonçalves

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