segunda-feira, 15 de abril de 2013

Alta do preço do tomate no Brasil é ironizada por jornal britânico
Segundo o "Financial Times", inflação do alimento desafia as chances de reeleição da presidente Dilma Rousseff
O Globo

No Rio, quilo do tomate chegou a ser vendido a R$ 10 semana passada
Foto: FOTO: Gustavo Stephan / Agência O Globo
No Rio, quilo do tomate chegou a ser vendido a R$ 10 semana passada - FOTO: Gustavo Stephan / Agência O Globo
RIO — Uma reportagem publicada no site do jornal britânico "Financial Times", neste domingo, ironiza o impacto que a alta do preço do tomate no Brasil tem causado na economia brasileira. A matéria chega a insinuar que, apesar de a presidente Dilma Rousseff estar entre os chefes de estado mais populares do mundo, suas chances de reeleição no próximo ano estão sendo “desafiadas por um oponente formidável - o humilde tomate”.
De acordo com a reportagem, a alta do alimento é sintomática da crescente inflação no país. E compara que o produto é tão sensível no Brasil - e, em particular, na capital e interior de São Paulo - como a cebola na Índia, em razão de status de alimento básico que ocupa. A publicação ainda menciona que, apesar de a taxa de inflação do Brasil permanecer bem abaixo do que a de outros países emergentes com o a vizinha Argentina, onde está em 24%, no mês passado o índice chegou a 6,59%, rompendo com a meta do Banco Central (4,5%).
Segundo o Financial Times, a presidente deve muito seu índice de popularidade, que está em 78%, ao recorde da baixa taxa de desemprego, mas “qualquer choque na inflação irá prejudicar os sentimentos de bem-estar antes das eleições presidenciais do próximo ano”.
— Se a inflação continua a surpreender, há um risco de que continuará a corroer a renda real no Brasil — disse Marcelo Salomon, economista do Barclays ao jornal britânico.
O artigo registrou, ainda, que o aumento levou a uma enxurrada de piadas sobre tomate na país, com consumidores dizendo que teriam de começar a pagar por eles em prestações - “um método comum de comprar no Brasil, mas geralmente reservado para iPhones, em vez de alimentos”.

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