Mathieu von Rohr - De Spiegel
francês caiu no sentimento público tão rapidamente quanto François Hollande. Apenas dez meses depois de assumir o cargo, seu índice de popularidade está despencando. Um evento destinado a aproximá-lo da população esta semana não adiantou.
francês caiu no sentimento público tão rapidamente quanto François Hollande. Apenas dez meses depois de assumir o cargo, seu índice de popularidade está despencando. Um evento destinado a aproximá-lo da população esta semana não adiantou.
Em uma viagem recente do presidente francês, François Hollande, à cidade de Dijon, no leste da França, tudo o que poderia dar errado deu errado. A visita no início desta semana se destinava a melhorar os péssimos índices de aprovação do presidente e "renovar o contato direto com os franceses". Em vez disso, Hollande se viu tão claramente confrontado com a ira da população quando nunca antes. Ele ficou visivelmente arrasado.
"Monsieur Hollande, aonde foram parar suas promessas?", um rapaz gritou para o presidente quando ele chegou ao bairro operário de Les Grésilles. Dois guarda-costas imediata e violentamente carregaram o homem para fora da multidão. A imagem da cena foi desastrosa demais para que a equipe de telejornalismo a perdesse. O antecessor de Hollande, Nicolas Sarkozy, certa vez disse a um manifestante para "se perder, seu pobre vagabundo". Ele nunca superou essa frase.
Antes da chegada de Hollande, a polícia já havia debandado um grupo de sindicalistas que seguravam uma imagem de um antigo líder dos socialistas franceses, Jean Jaurès, "para lhe lembrar que ele é um socialista". O jornal francês "Le Monde" relatou que outro morador foi silenciado depois de gritar para o presidente: "Ainda estamos esperando sua mudança, François!"
Desde que assumiu o cargo, há dez meses, Hollande experimentou a queda de popularidade mais rápida já vista na política presidencial francesa. Em junho do ano passado, os que diziam que confiavam nele ficavam entre 51% e 63%, dependendo do instituto de pesquisa. Esse número hoje fica entre 30 e 37%, perto da menor taxa de aprovação de qualquer presidente francês já registrada: Nicolas Sarkozy em maio de 2011, com 20%.
O maior problema de Hollande é que ele não é apenas impopular em um grupo demográfico, mas em muitos. Isso vale tanto entre partes da base do Partido Socialista, que já rotulou como traição as reformas ligeiras e os cortes orçamentários mínimos, assim como entre muitos centristas, que haviam esperado dele maior pragmatismo. Isso para não falar na direita, que está tão furiosa com as políticas econômicas de Hollande quanto por sua decisão de legalizar o casamento homossexual.
Poucos analistas na França defendem totalmente Hollande. Mesmo na mídia de esquerda, que anteriormente se inclinou a lhe conceder uma cobertura favorável, os comentaristas hoje o acusam de não ter visão, fazer muito pouco, falar em público raramente e deixar seu governo atolado.
Quando Sarkozy desceu a esse ponto mínimo de aprovação, ainda fez viagens cuidadosamente coreografadas junto ao público, onde a polícia já havia removido quaisquer manifestantes ou adversários políticos dos lugares que ele visitaria. Mas Hollande não pode fazer como Sarkozy, ou se tornará vulnerável a comparações desfavoráveis com seu ex-adversário.
Na mesma tarde em Dijon da série de manifestações contrárias, os assessores de Hollande tentaram corrigir a imagem. O fato de a polícia ter removido à força o agitador desagradou ao presidente, ele disse, e na próxima vez deveriam se mostrar mais "compreensivos". No dia seguinte ele estava de volta às ruas, incansavelmente apertando mãos na frente da prefeitura - dessa vez sem incidentes.
Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
"Monsieur Hollande, aonde foram parar suas promessas?", um rapaz gritou para o presidente quando ele chegou ao bairro operário de Les Grésilles. Dois guarda-costas imediata e violentamente carregaram o homem para fora da multidão. A imagem da cena foi desastrosa demais para que a equipe de telejornalismo a perdesse. O antecessor de Hollande, Nicolas Sarkozy, certa vez disse a um manifestante para "se perder, seu pobre vagabundo". Ele nunca superou essa frase.
Antes da chegada de Hollande, a polícia já havia debandado um grupo de sindicalistas que seguravam uma imagem de um antigo líder dos socialistas franceses, Jean Jaurès, "para lhe lembrar que ele é um socialista". O jornal francês "Le Monde" relatou que outro morador foi silenciado depois de gritar para o presidente: "Ainda estamos esperando sua mudança, François!"
O "presidente dos beijos"
Depois que Hollande se tornou candidato socialista à presidência - na primeira eleição primária direta do partido -, ele gostava dos passeios em público que o aproximavam de seus seguidores. Eles eram agendados em cada evento de campanha e Hollande ficava feliz em tirar um tempo para eles. Tantas senhoras queriam beijá-lo no rosto que pouco depois de sua eleição ele chamou a si mesmo, brincando, de "président des bisous", o "presidente dos beijos".Desde que assumiu o cargo, há dez meses, Hollande experimentou a queda de popularidade mais rápida já vista na política presidencial francesa. Em junho do ano passado, os que diziam que confiavam nele ficavam entre 51% e 63%, dependendo do instituto de pesquisa. Esse número hoje fica entre 30 e 37%, perto da menor taxa de aprovação de qualquer presidente francês já registrada: Nicolas Sarkozy em maio de 2011, com 20%.
Algo mudou entre as pessoas, o que é demonstrado não apenas pelas pesquisas de opinião, mas também pela viagem de dois dias de Hollande a Dijon para encontrar o povo. Algumas horas depois de deixar para trás os manifestantes descontentes, Hollande perguntou a uma mulher que passava se ela queria tirar uma foto com ele. Ela respondeu friamente: "Já o vemos o suficiente na TV".
Como se isso não bastasse, Hollande encontrou outra mulher pouco depois que lhe disse: "Não se case com ela, não gostamos dela na França". Ela se referia a Valérie Trierweiler, antiga parceira de Hollande. O presidente ficou em um silêncio envergonhado até que a mulher se afastou.
Como se isso não bastasse, Hollande encontrou outra mulher pouco depois que lhe disse: "Não se case com ela, não gostamos dela na França". Ela se referia a Valérie Trierweiler, antiga parceira de Hollande. O presidente ficou em um silêncio envergonhado até que a mulher se afastou.
Impopularidade espalhada pelo espectro político
Os assessores de Hollande haviam imaginado uma viagem diferente. Em vez de algumas fotos charmosas do presidente apertando mãos e beijando rostos, eles conseguiram um desastre de relações públicas. Não haviam pensado que é isso que se consegue quando se envia um presidente profundamente impopular para encontrar pessoas comuns sem uma mensagem clara. Agora a equipe de Hollande pode pelo menos ver que há algo nos índices de aprovação, afinal - e os franceses estão acompanhando o noticiário da noite.O maior problema de Hollande é que ele não é apenas impopular em um grupo demográfico, mas em muitos. Isso vale tanto entre partes da base do Partido Socialista, que já rotulou como traição as reformas ligeiras e os cortes orçamentários mínimos, assim como entre muitos centristas, que haviam esperado dele maior pragmatismo. Isso para não falar na direita, que está tão furiosa com as políticas econômicas de Hollande quanto por sua decisão de legalizar o casamento homossexual.
Poucos analistas na França defendem totalmente Hollande. Mesmo na mídia de esquerda, que anteriormente se inclinou a lhe conceder uma cobertura favorável, os comentaristas hoje o acusam de não ter visão, fazer muito pouco, falar em público raramente e deixar seu governo atolado.
Reprovação tem origem na economia
Enquanto isso, Hollande luta para encontrar argumentos convincentes enquanto o desemprego aumentou para 11%, os dados econômicos parecem piores a cada semana, a produção industrial cai em parafuso e não se veem sinais de recuperação. Enquanto a economia não melhorar, nenhuma viagem para se conectar com a população poderá reforçar a popularidade de Hollande.Quando Sarkozy desceu a esse ponto mínimo de aprovação, ainda fez viagens cuidadosamente coreografadas junto ao público, onde a polícia já havia removido quaisquer manifestantes ou adversários políticos dos lugares que ele visitaria. Mas Hollande não pode fazer como Sarkozy, ou se tornará vulnerável a comparações desfavoráveis com seu ex-adversário.
Na mesma tarde em Dijon da série de manifestações contrárias, os assessores de Hollande tentaram corrigir a imagem. O fato de a polícia ter removido à força o agitador desagradou ao presidente, ele disse, e na próxima vez deveriam se mostrar mais "compreensivos". No dia seguinte ele estava de volta às ruas, incansavelmente apertando mãos na frente da prefeitura - dessa vez sem incidentes.
Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
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