Prévia do Banco Central mostrou que economia recuou 0,52% em fevereiro
Tombini diz que não haverá tolerância com inflação
Bruno Rosa/Lino Rodrigues - O Globo
RIO e SÃO PAULO - O Índice de Atividade Econômica do Banco Central-Brasil (IBC-Br) mostrou que a economia do país recuou 0,52% em fevereiro ante janeiro, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pela autoridade monetária. O número inclui os chamados ajustes sazonais. O desempenho ficou pouco acima da previsão dos analistas ouvidos pela Bloomberg: na mediana dos economistas, o esperado era recuo de 0,7%. Apesar da retração, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou que o BC pode elevar a taxa de juros básica da economia. Mantega disse que a inflação de alimentos não se combate com juros, mas admitiu que a elevação resolveria as expectativas de altas futuras.
— Inflação de alimentos não resolve com juros, porém expectativa resolve com juros. Mas isso não é o ministro da Fazenda que resolve. O que o ministro da Fazenda faz é tomar as medidas no seu campo de responsabilidade, que é continuar estimulando a produção agrícola, diminuindo tributos... Cada um faz a sua parte e não sei, nem quero saber o que vai acontecer com os juros — afirmou o ministro logo após participar de seminário da revista “Brasileiros”, em São Paulo.
Segundo o ministro, o problema maior é que, com a elevação pontual dos preços dos alimentos, o país corre o risco de uma contaminação de setores que não têm aumento de custo, mas querem aumentar os preços. Nesse sentido, defendeu que o governo sinalize, por meio de juros maiores, que os preços não vão continuar subindo.
Salientou, porém, que esta decisão cabe ao Comitê de Política Monetária (Copom) que reúne-se na próxima semana.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, por sua vez, afirmou que não haverá tolerância com a inflação e que, neste momento, a autoridade monetária monitora “atentamente” todos os indicadores:
— O BC não fala sobre reuniões futuras. O que o BC tem dito é que não há e não haverá tolerância com a inflação. Estamos neste momento monitorando atentamente todos os indicadores e, obviamente, no futuro vamos tomar decisões sobre o melhor curso para a política monetária — disse Tombini a jornalistas, em encontro com presidentes de bancos centrais da América do Sul, no Rio.
Com isso, os contratos de juros futuros têm leve alta. O contrato de DI com vencimento em janeiro de 2014 tem taxa de 7,94% contra 7,93% da véspera. O DI com vencimento em julho de 2013 estava estável em 7,32%. Os contratos de DI com vencimento em janeiro de 2015 passam de 8,51% para 8,52% e o DI com vencimento em janeiro de 2016 subia de 8,94% para 8,95%.
Em janeiro, o IBC-Br apontara que a economia cresceu 1,29%, puxada pela recuperação do setor industrial, que avançou 2,6% no mês, segundo dados do IBGE. Mas em fevereiro, os números se inverteram. A produção industrial recuou 2,5% em fevereiro frente a janeiro, praticamente eliminando a expansão de janeiro. Foi o maior tombo desde dezembro de 2008, quando a retração fora de 12,2%. Dos 27 ramos investigados pelo IBGE, 15 mostraram retração, ou seja, mais da metade deles.
O IBGE também informou na quinta-feira que as vendas do varejo recuaram 0,4% em fevereiro, frente a janeiro, já com ajuste sazonal. O resultado surpreendeu os analistas, que previam uma alta de 1,2% nas vendas do comércio varejista. Em relação a fevereiro do ano passado, o movimento caiu 0,2%. No segmento de supermercados e varejo de alimentos e bebidas, as vendas recuaram 1% em relação a janeiro e 2,1% na comparação com fevereiro de 2012. Os números fracos refletem a alta dos preços, dizem os especialistas. Na última quarta-feira, foi anunciado que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que orienta o sistema de metas de inflação do governo, acumulou em 12 meses 6,59%, estourando o teto da meta de inflação perseguido pelo governo, que é de 6,5%.
É por isso que as atenções agora se voltam para o mercado de juros. Na próxima semana, entre os dias 16 e 17 de abril, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne para decidir se aumenta ou não a taxa básica de juros (a Selic), hoje em 7,25% ao ano. O estouro do teto da meta ampliou a preocupação da equipe econômica com a alta dos preços e reforçou entre os técnicos a ideia de que é preciso deixar claro para o mercado que o governo não é leniente com esse fenômeno. Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, a sinalização poderia ser dada já na próxima reunião do Copom. Há quem diga que a autoridade monetária deverá elevar a Selic principalmente para deixar claro que tem autonomia para agir no combate à inflação.
Esse sinal seria necessário devido às seguidas declarações da presidente Dilma Rousseff sobre a importância de se preservar a atividade econômica. Ela chegou a dizer recentemente que não concorda com medidas de combate à inflação que prejudiquem o crescimento. A frase foi vista pelo mercado como uma pressão para que o Banco Central segure os juros mesmo com a inflação acima de 6% ao ano, para não prejudicar a retomada da economia.
No entanto, assessores da área econômica ponderam que a autoridade monetária teria argumentos técnicos para segurar a alta da Selic. Além de a inflação estar caindo mês a mês — o que aconteceu em março — está menos espalhada pelos preços. Enquanto em fevereiro a dispersão estava em 72,6%, em março baixou para 69%.
Parte do mercado também acredita que a Selic deve subir em 0,25 ponto percentual. Mas o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e ex-diretor do BC, Carlos Thadeu de Freitas, afirma que o mais importante é que a autoridade monetária sinalize seus próximos passos.
— Acredito que o BC tem de dar uma sinalização, mesmo que não haja aumento já na próxima reunião. O BC vai olhar para frente. A queda na indústria, a retração no comércio e o recuo da atividade econômica é passado e reflexo de um ano fraco (2012). Por outro lado, o fato de o desemprego estar baixo significa que é possível elevar os juros sem causar problemas — disse Carlos Thadeu.
Em fevereiro, a taxa de desemprego ficou em 5,6%, de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgados no dia 28 de março. Foi a taxa mais baixa para um mês de fevereiro desde o início da série história, em março de 2002.
O economista acredita que o BC vai olhar a expectativa de preços para 2014. Isso é necessário, completa, pois não haverá a ajuda da queda na conta de luz e da desoneração da cesta básica, como ocorre neste ano.
— A minha aposta é que o BC vai trabalhar para reduzir a inflação, de olho em 2014. Mas esse aumento não precisa ser já na próxima reunião. Basta ele sinalizar. Isso é importante para evitar volatilidade, pois as taxas de juros estão subindo no mercado futuro — destaca Carlos Thadeu.
O diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos, também afirmou, em nota, que o desempenho da economia em fevereiro não deve impedir que o BC eleve os juros.
“Nós somos da opinião de que o ambiente de inflação alta e altamente disseminada poderia potencialmente afetar a recuperação. Assim, a melhor contribuição que o Banco Central pode dar para fortalecer a confiança nos negócios e apoiar a recuperação seria ancorar as expectativas inflacionárias e moderar a inflação”, acrescentou Ramos.
Transporte e serviços podem pressionar ainda mais a inflação, diz FGV
Depois das fortes altas de preços de alimentos no primeiro trimestre, o consumidor deverá ver um alívio este mês. O fim do período das chuvas vai coincidir com os efeitos da desoneração da cesta básica, anunciada pela presidente Dilma Rousseff em 8 de março. Itens como açúcar, óleo de soja e carnes terão queda mais acentuada de preços. Mas começam a aparecer novos focos de pressão, caso do leite longa vida. E analistas afirmam que serviços e transportes poderão puxar a inflação.
No atacado, os preços de alguns alimentos começam a ceder. A caixa com 18 quilos de tomate tipo Débora, que chegou a custar R$ 150 no início de abril, já era comercializado a R$ 80 ontem na Ceasa do Rio. O feijão preto deve se beneficiar da chegada do produto importado da China e passar de cerca de R$ 180 (a saca de 60 quilos) para R$ 120 em maio, no atacado, na previsão do presidente da Bolsa de Gêneros Alimentícios do Rio de Janeiro, José de Souza e Silva.
Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), que é o maior centro de abastecimento de hortifrutigranjeiros do país, a expectativa é de uma “normalização” nos preços. A oferta de tomate, por exemplo, melhorou, e fez o preço cair de R$ 7,80 para R$ 4,20 o quilo. Josmar Macedo, assistente-executivo do Ceagesp, diz que a expectativa é que esse preço caia para R$ 2,50.
No varejo, dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) apontam queda de 3,29% do quilo do açúcar refinado nos 30 dias encerrados em 10 de abril. Nos 30 dias encerrados em 1º de abril, a queda era menor, de 2,61%. O frango inteiro passa de uma alta de 1,19% em 1º de abril para uma queda de 0,57% agora. Mas o leite sai de uma alta de 1,36% para 2,82%. Segundo André Braz, da FGV, a alta do leite está relacionada ao clima. Com menos chuvas, as pastagens começam a secar. Para Elson Teles, do Itaú Unibanco, o aumento do leite pode ter relação com a seca na Nova Zelândia, que é grande produtor.
Se a alta da maioria dos alimentos começa a perder fôlego, outros itens poderão pressionar a inflação daqui para frente, como os serviços e as tarifas de transportes. O emprego e a renda em alta, apesar do "PIB anêmico", segundo Paulo Picchetti, da FGV, são algo sem precedente que dificulta projeções, mas vão continuar pressionando a demanda. Juan Jensen, da Consultoria Tendências, lembra que, em São Paulo, o último reajuste das tarifas de ônibus foi em janeiro de 2011, o que significa que em junho, quando serão reajustadas, as tarifas estarão há 30 meses congeladas.
O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia: serviços, indústria e agropecuária. Por causa da defasagem de tempo na divulgação dos dados oficiais pela instituição, o Banco Central leva em conta o IBC-Br para traçar os rumos da política de juros do país.
Segundo a última pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo BC com analistas, o mercado projeta que a Selic vai encerrar 2013 a 8,50% e o IPCA, a 5,70%. Já para o Produto Interno Bruto a expectativa é de expansão de 3% este ano.
Segundo o ministro, o problema maior é que, com a elevação pontual dos preços dos alimentos, o país corre o risco de uma contaminação de setores que não têm aumento de custo, mas querem aumentar os preços. Nesse sentido, defendeu que o governo sinalize, por meio de juros maiores, que os preços não vão continuar subindo.
Salientou, porém, que esta decisão cabe ao Comitê de Política Monetária (Copom) que reúne-se na próxima semana.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, por sua vez, afirmou que não haverá tolerância com a inflação e que, neste momento, a autoridade monetária monitora “atentamente” todos os indicadores:
— O BC não fala sobre reuniões futuras. O que o BC tem dito é que não há e não haverá tolerância com a inflação. Estamos neste momento monitorando atentamente todos os indicadores e, obviamente, no futuro vamos tomar decisões sobre o melhor curso para a política monetária — disse Tombini a jornalistas, em encontro com presidentes de bancos centrais da América do Sul, no Rio.
Com isso, os contratos de juros futuros têm leve alta. O contrato de DI com vencimento em janeiro de 2014 tem taxa de 7,94% contra 7,93% da véspera. O DI com vencimento em julho de 2013 estava estável em 7,32%. Os contratos de DI com vencimento em janeiro de 2015 passam de 8,51% para 8,52% e o DI com vencimento em janeiro de 2016 subia de 8,94% para 8,95%.
Em janeiro, o IBC-Br apontara que a economia cresceu 1,29%, puxada pela recuperação do setor industrial, que avançou 2,6% no mês, segundo dados do IBGE. Mas em fevereiro, os números se inverteram. A produção industrial recuou 2,5% em fevereiro frente a janeiro, praticamente eliminando a expansão de janeiro. Foi o maior tombo desde dezembro de 2008, quando a retração fora de 12,2%. Dos 27 ramos investigados pelo IBGE, 15 mostraram retração, ou seja, mais da metade deles.
O IBGE também informou na quinta-feira que as vendas do varejo recuaram 0,4% em fevereiro, frente a janeiro, já com ajuste sazonal. O resultado surpreendeu os analistas, que previam uma alta de 1,2% nas vendas do comércio varejista. Em relação a fevereiro do ano passado, o movimento caiu 0,2%. No segmento de supermercados e varejo de alimentos e bebidas, as vendas recuaram 1% em relação a janeiro e 2,1% na comparação com fevereiro de 2012. Os números fracos refletem a alta dos preços, dizem os especialistas. Na última quarta-feira, foi anunciado que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que orienta o sistema de metas de inflação do governo, acumulou em 12 meses 6,59%, estourando o teto da meta de inflação perseguido pelo governo, que é de 6,5%.
É por isso que as atenções agora se voltam para o mercado de juros. Na próxima semana, entre os dias 16 e 17 de abril, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne para decidir se aumenta ou não a taxa básica de juros (a Selic), hoje em 7,25% ao ano. O estouro do teto da meta ampliou a preocupação da equipe econômica com a alta dos preços e reforçou entre os técnicos a ideia de que é preciso deixar claro para o mercado que o governo não é leniente com esse fenômeno. Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, a sinalização poderia ser dada já na próxima reunião do Copom. Há quem diga que a autoridade monetária deverá elevar a Selic principalmente para deixar claro que tem autonomia para agir no combate à inflação.
Esse sinal seria necessário devido às seguidas declarações da presidente Dilma Rousseff sobre a importância de se preservar a atividade econômica. Ela chegou a dizer recentemente que não concorda com medidas de combate à inflação que prejudiquem o crescimento. A frase foi vista pelo mercado como uma pressão para que o Banco Central segure os juros mesmo com a inflação acima de 6% ao ano, para não prejudicar a retomada da economia.
No entanto, assessores da área econômica ponderam que a autoridade monetária teria argumentos técnicos para segurar a alta da Selic. Além de a inflação estar caindo mês a mês — o que aconteceu em março — está menos espalhada pelos preços. Enquanto em fevereiro a dispersão estava em 72,6%, em março baixou para 69%.
Parte do mercado também acredita que a Selic deve subir em 0,25 ponto percentual. Mas o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e ex-diretor do BC, Carlos Thadeu de Freitas, afirma que o mais importante é que a autoridade monetária sinalize seus próximos passos.
— Acredito que o BC tem de dar uma sinalização, mesmo que não haja aumento já na próxima reunião. O BC vai olhar para frente. A queda na indústria, a retração no comércio e o recuo da atividade econômica é passado e reflexo de um ano fraco (2012). Por outro lado, o fato de o desemprego estar baixo significa que é possível elevar os juros sem causar problemas — disse Carlos Thadeu.
Em fevereiro, a taxa de desemprego ficou em 5,6%, de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgados no dia 28 de março. Foi a taxa mais baixa para um mês de fevereiro desde o início da série história, em março de 2002.
O economista acredita que o BC vai olhar a expectativa de preços para 2014. Isso é necessário, completa, pois não haverá a ajuda da queda na conta de luz e da desoneração da cesta básica, como ocorre neste ano.
— A minha aposta é que o BC vai trabalhar para reduzir a inflação, de olho em 2014. Mas esse aumento não precisa ser já na próxima reunião. Basta ele sinalizar. Isso é importante para evitar volatilidade, pois as taxas de juros estão subindo no mercado futuro — destaca Carlos Thadeu.
O diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos, também afirmou, em nota, que o desempenho da economia em fevereiro não deve impedir que o BC eleve os juros.
“Nós somos da opinião de que o ambiente de inflação alta e altamente disseminada poderia potencialmente afetar a recuperação. Assim, a melhor contribuição que o Banco Central pode dar para fortalecer a confiança nos negócios e apoiar a recuperação seria ancorar as expectativas inflacionárias e moderar a inflação”, acrescentou Ramos.
Transporte e serviços podem pressionar ainda mais a inflação, diz FGV
Depois das fortes altas de preços de alimentos no primeiro trimestre, o consumidor deverá ver um alívio este mês. O fim do período das chuvas vai coincidir com os efeitos da desoneração da cesta básica, anunciada pela presidente Dilma Rousseff em 8 de março. Itens como açúcar, óleo de soja e carnes terão queda mais acentuada de preços. Mas começam a aparecer novos focos de pressão, caso do leite longa vida. E analistas afirmam que serviços e transportes poderão puxar a inflação.
No atacado, os preços de alguns alimentos começam a ceder. A caixa com 18 quilos de tomate tipo Débora, que chegou a custar R$ 150 no início de abril, já era comercializado a R$ 80 ontem na Ceasa do Rio. O feijão preto deve se beneficiar da chegada do produto importado da China e passar de cerca de R$ 180 (a saca de 60 quilos) para R$ 120 em maio, no atacado, na previsão do presidente da Bolsa de Gêneros Alimentícios do Rio de Janeiro, José de Souza e Silva.
Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), que é o maior centro de abastecimento de hortifrutigranjeiros do país, a expectativa é de uma “normalização” nos preços. A oferta de tomate, por exemplo, melhorou, e fez o preço cair de R$ 7,80 para R$ 4,20 o quilo. Josmar Macedo, assistente-executivo do Ceagesp, diz que a expectativa é que esse preço caia para R$ 2,50.
No varejo, dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) apontam queda de 3,29% do quilo do açúcar refinado nos 30 dias encerrados em 10 de abril. Nos 30 dias encerrados em 1º de abril, a queda era menor, de 2,61%. O frango inteiro passa de uma alta de 1,19% em 1º de abril para uma queda de 0,57% agora. Mas o leite sai de uma alta de 1,36% para 2,82%. Segundo André Braz, da FGV, a alta do leite está relacionada ao clima. Com menos chuvas, as pastagens começam a secar. Para Elson Teles, do Itaú Unibanco, o aumento do leite pode ter relação com a seca na Nova Zelândia, que é grande produtor.
Se a alta da maioria dos alimentos começa a perder fôlego, outros itens poderão pressionar a inflação daqui para frente, como os serviços e as tarifas de transportes. O emprego e a renda em alta, apesar do "PIB anêmico", segundo Paulo Picchetti, da FGV, são algo sem precedente que dificulta projeções, mas vão continuar pressionando a demanda. Juan Jensen, da Consultoria Tendências, lembra que, em São Paulo, o último reajuste das tarifas de ônibus foi em janeiro de 2011, o que significa que em junho, quando serão reajustadas, as tarifas estarão há 30 meses congeladas.
O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia: serviços, indústria e agropecuária. Por causa da defasagem de tempo na divulgação dos dados oficiais pela instituição, o Banco Central leva em conta o IBC-Br para traçar os rumos da política de juros do país.
Segundo a última pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo BC com analistas, o mercado projeta que a Selic vai encerrar 2013 a 8,50% e o IPCA, a 5,70%. Já para o Produto Interno Bruto a expectativa é de expansão de 3% este ano.
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