terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Ainda em crise, Grécia assumirá presidência da UE em janeiro de 2014 
País helênico definiu como prioridade de seu mandato a criação de empregos para jovens
Rafael Duque - OM
A partir de quarta-feira, 1o de janeiro, a Grécia irá assumir a presidência rotativa da União Europeia. Mergulhado na maior crise econômica e social do continente, o país helênico irá substituir a Lituânia, no posto desde o meio do ano de 2013.
A presidência rotativa permite que o país defina algumas prioridades do bloco durante os seis meses em que ocupa esta posição. Assim, além de discutirem os assuntos escolhidos pela maioria dos Estados-membros, a União Europeia também discutirá as pautas consideradas importantes pela Grécia.
Reprodução/Conselho Europeu
 

Além da Grécia, de Samaras (à direita), outros países europeus também estão em crise, como a Itália, de Letta
Os diferentes ministros gregos que estiveram em Bruxelas nos meses de novembro e dezembro, preparando o início da presidência, afirmaram que as prioridades do país serão atacar o desemprego dos jovens e fomentar o crescimento dos sócios europeus.
“É mais do que evidente que as áreas prioritárias da nossa presidência não podem fugir das atuais necessidades urgentes dos cidadãos europeus. A velocidade da nossa reação deve corresponder à seriedade e urgência dos problemas”, enfatizou o embaixador Theodoros Sotiropoulos, representante permanente da Grécia frente à União Europeia.
Entre as várias medidas que o país proporá, Sotiropoulos destacou os empréstimos facilitados às pequenas empresas, a criação de uma iniciativa para os jovens desempregados, aumentar a mobilidade de trabalhadores dentro da zona de livre circulação europeia e criar políticas para lidar com as consequências sociais causadas pela união monetária. Outros temas prioritários para o país são a imigração ilegal, a criação de uma política comum relacionada a assuntos marítimos e a relação da UE com os países do Mediterrâneo, principalmente Síria e Egito.
Reprodução/Conselho Europeu

As prioridades do país helênico se explicam pela atual situação que vive o país. Enquanto a agência de estatísticas da UE prevê a estagnação do PIB europeu em 2013 e um avanço de 1,4% em 2014, a Grécia deve ver sua economia retrair 4% neste ano e 0,6% no ano que vem. Além da retração econômica, o nível de desemprego grego segue sendo o maior do bloco, com 27,4% da população sem trabalho.
Eleições europeias
Durante o período da presidência grega, a UE realizará suas eleições parlamentarias. Entre os dias 22 e 25 de maio, os europeus irão às urnas para escolher 751 deputados. Pela primeira vez na história, o Parlamento Europeu irá escolher o presidente da Comissão Europeia, órgão executivo do bloco, cargo ocupado atualmente pelo português José Manuel Durão Barroso.
O avanço de partidos da extrema-direita em países como França, Holanda e na própria Grécia preocupa alguns dirigentes europeus. Assim como o aumento da popularidade de partidos anti-União Europeia, como o UKIP no Reino Unido. Com os novos poderes dados ao Parlamento com o Tratado de Lisboa, aumenta a importância da formação parlamentaria definida pelas urnas em 2014 e o grupo político que conseguir a maioria da casa deverá guiar o futuro do projeto europeu.

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