Cidade com o maior número de óbitos é Colatina, com oito; dos 78 municípios do estado, 54 já foram afetados pelas tempestades
O GLOBO
RIO — Mesmo com a diminuição das chuvas que castigam o Espírito Santo desde o último dia 19, a Defesa Civil do estado informou neste sábado que subiu para 24 o número de vítimas em razão dos temporais. A cidade com o maior número de óbitos é Colatina, com oito. Os demais municípios são Itaguaçu, com seis mortes; Barra de São Francisco, com quatro; e Baixo Guandu, com três. As cidades de Domingos Martins, Nova Venécia e Pancas registraram uma morte cada. Dos 78 municípios do Espírito Santo, 54 já foram afetados pelas tempestades.
De acordo com o último
boletim divulgado pelo órgão, seis pessoas continuam desaparecidas na
cidade de Baixo Guandu. O número de capixabas que precisaram sair de
suas casas e ainda não puderam retornar é 60.037. A Defesa Civil
destaca, contudo, que o levantamento das pessoas afetadas continua
prejudicado pela dificuldade de acesso a muitas localidades, algumas
totalmente isoladas pela intensa inundação, sem comunicação, água
potável e energia elétrica.
A água acumulada com os temporais dos últimos dias começou a baixar em algumas regiões da Grande Vitória e as primeiras famílias puderam voltar para casa na manhã deste sábado. Com a diminuição das chuvas, os municípios estão trabalhando na limpeza das ruas. Na cidade de Serra, os moradores do bairro Central Carapina, onde a água subiu quase três metros nas ruas, se emocionaram ao entrar em casa e encontrar móveis, sofás e eletrodomésticos destruídos pela enchente.
— Vou ter que começar a vida novamente. Lutar e trabalhar para conseguir as coisas — disse, chorando, a vendedora Lucinéia Fonseca.
De acordo com a Defesa Civil, 1.736 pessoas conseguiram voltar pra casa. O recomeço contou com a ajuda de voluntários que passaram o sábado organizando as doações, que não param de chegar.
— A gente que nunca passou por necessidade tem que ajudar as pessoas que enfrentam essa catástofre — disse o representante comercial Sávio Kill, que atua como voluntário num dos pontos de doação.
Mesmo não chovendo no estado há três dias, algumas localidades foram atingidas por inundação nesta madrugada. O rio Doce voltou a subir afetando o distrito de Pontal do Ipiranga, no município de Linhares, onde a ponte de acesso ficou danificada e mais de dois mil pessoas estão isoladas. Além de Linhares, as cidades de Itaguaçu e Baixo Guandu também estão isoladas e as pessoas recebem ajuda de equipes de resgate que chegam de trator, barcos e helicópteros. Nessas localidades falta energia elétrica e há risco de novos deslizamentos de terra, segundo a Defesa Civil estadual.
Na cidade de Vila Velha, na Grande Vitória, a situação ainda é complicada em pelo menos 15 bairros da bacia do canal Guaranhus que pemanecem alagados. A prefeitura informou que conseguiu abrir um novo canal ligando a planície da região de Guaranhuns até o Rio Marinho. O novo canal foi feito para auxiliar na vazão da água acumulada nas ruas. Além disso, 11 bombas estão em funcionamento no dique do Rio Jucu com a capacidade de bombear 12 milhões de litros de água por hora. Outras duas bombas serão instaladas com captação de 14 milhões de litros de água por hora.
A Secretaria Nacional de Defesa Civil cessou todos os alertas de enxurrada, emitindo somente alertas de risco de deslizamento de terra nas regiões alagadas. O governo decretou situação de emergência em todas as áreas afetadas por desastres naturais.
Até a manhã deste sábado, a Força Aérea Brasileira resgatou 247 pessoas e distribuiu 21 toneladas de mantimentos.
— Eu tenho mais de 30 anos salando vidas. Igual esse evento, esse monte de água eu nunca vi — disse o bombeiro Wesley de Oliveira Souza dentro de um helicóptero de resgate.
Apesar da melhora do tempo nos últimos dias, há previsão de mais chuva forte para a Região Serrana do Espírito Santo neste domingo. De acordo com boletim do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), as chuvas deverão ocorrer de forma bastante localizada, acontecendo principalmente entre o período da tarde e noite.
Previsão de temporal em Minas
Além do Espírito Santo, chuvas fortes poderão voltar ocorrer ainda neste sábado em Minas Gerais, onde os temporais dos últimos dias já fizeram 21 vítimas. De acordo com o Centro, poderão ser afetados especialmente o Triângulo Mineiro, além do sul, centro, oeste e noroeste do estado.
Em Minas Gerais, já são 84 os municípios afetados pelas tempestades, e 51 cidades decretaram situação de emergência. De acordo com balanço da Defesa Civil de Minas Gerais, além das 21 vítimas, os temporais já deixaram 6.959 pessoas desalojadas e 2.460 desabrigadas. Uma pessoa continua desaparecida no estado.
Dilma anuncia cartão para gastos essenciais
Nesta sexta-feira, o estado recebeu a visita da presidente Dilma Rousseff, que sobrevoou Governador Valadares e a vizinha Virgolândia, ambas no Vale do Rio Doce, acompanhada pelo governador Antonio Anastasia e por três ministros (da Integração Nacional, Francisco Teixeira; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel; e da Saúde, Alexandre Padilha). Durante a visita, a presidente anunciou que as cidades mineiras e também as capixabas que decretaram situação de emergência receberão um cartão emergencial com verba ilimitada para auxiliar as vítimas dos desastres naturais.
Com a medida, cada prefeitura poderá usar o Cartão de Pagamento de Defesa Civil para ajudar famílias desabrigadas e desalojadas, comprando, por exemplo, medicamentos e mantimentos. Para isso, não há necessidade de convênio e assinatura de documentação com o governo federal. A presidente ressaltou, porém, que o uso desses cartões será monitorado, e as prefeituras terão de fazer relatórios de gastos.
Colaborou Bruno Dalvi
A água acumulada com os temporais dos últimos dias começou a baixar em algumas regiões da Grande Vitória e as primeiras famílias puderam voltar para casa na manhã deste sábado. Com a diminuição das chuvas, os municípios estão trabalhando na limpeza das ruas. Na cidade de Serra, os moradores do bairro Central Carapina, onde a água subiu quase três metros nas ruas, se emocionaram ao entrar em casa e encontrar móveis, sofás e eletrodomésticos destruídos pela enchente.
— Vou ter que começar a vida novamente. Lutar e trabalhar para conseguir as coisas — disse, chorando, a vendedora Lucinéia Fonseca.
De acordo com a Defesa Civil, 1.736 pessoas conseguiram voltar pra casa. O recomeço contou com a ajuda de voluntários que passaram o sábado organizando as doações, que não param de chegar.
— A gente que nunca passou por necessidade tem que ajudar as pessoas que enfrentam essa catástofre — disse o representante comercial Sávio Kill, que atua como voluntário num dos pontos de doação.
Mesmo não chovendo no estado há três dias, algumas localidades foram atingidas por inundação nesta madrugada. O rio Doce voltou a subir afetando o distrito de Pontal do Ipiranga, no município de Linhares, onde a ponte de acesso ficou danificada e mais de dois mil pessoas estão isoladas. Além de Linhares, as cidades de Itaguaçu e Baixo Guandu também estão isoladas e as pessoas recebem ajuda de equipes de resgate que chegam de trator, barcos e helicópteros. Nessas localidades falta energia elétrica e há risco de novos deslizamentos de terra, segundo a Defesa Civil estadual.
Na cidade de Vila Velha, na Grande Vitória, a situação ainda é complicada em pelo menos 15 bairros da bacia do canal Guaranhus que pemanecem alagados. A prefeitura informou que conseguiu abrir um novo canal ligando a planície da região de Guaranhuns até o Rio Marinho. O novo canal foi feito para auxiliar na vazão da água acumulada nas ruas. Além disso, 11 bombas estão em funcionamento no dique do Rio Jucu com a capacidade de bombear 12 milhões de litros de água por hora. Outras duas bombas serão instaladas com captação de 14 milhões de litros de água por hora.
A Secretaria Nacional de Defesa Civil cessou todos os alertas de enxurrada, emitindo somente alertas de risco de deslizamento de terra nas regiões alagadas. O governo decretou situação de emergência em todas as áreas afetadas por desastres naturais.
Até a manhã deste sábado, a Força Aérea Brasileira resgatou 247 pessoas e distribuiu 21 toneladas de mantimentos.
— Eu tenho mais de 30 anos salando vidas. Igual esse evento, esse monte de água eu nunca vi — disse o bombeiro Wesley de Oliveira Souza dentro de um helicóptero de resgate.
Apesar da melhora do tempo nos últimos dias, há previsão de mais chuva forte para a Região Serrana do Espírito Santo neste domingo. De acordo com boletim do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), as chuvas deverão ocorrer de forma bastante localizada, acontecendo principalmente entre o período da tarde e noite.
Previsão de temporal em Minas
Além do Espírito Santo, chuvas fortes poderão voltar ocorrer ainda neste sábado em Minas Gerais, onde os temporais dos últimos dias já fizeram 21 vítimas. De acordo com o Centro, poderão ser afetados especialmente o Triângulo Mineiro, além do sul, centro, oeste e noroeste do estado.
Em Minas Gerais, já são 84 os municípios afetados pelas tempestades, e 51 cidades decretaram situação de emergência. De acordo com balanço da Defesa Civil de Minas Gerais, além das 21 vítimas, os temporais já deixaram 6.959 pessoas desalojadas e 2.460 desabrigadas. Uma pessoa continua desaparecida no estado.
Dilma anuncia cartão para gastos essenciais
Nesta sexta-feira, o estado recebeu a visita da presidente Dilma Rousseff, que sobrevoou Governador Valadares e a vizinha Virgolândia, ambas no Vale do Rio Doce, acompanhada pelo governador Antonio Anastasia e por três ministros (da Integração Nacional, Francisco Teixeira; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel; e da Saúde, Alexandre Padilha). Durante a visita, a presidente anunciou que as cidades mineiras e também as capixabas que decretaram situação de emergência receberão um cartão emergencial com verba ilimitada para auxiliar as vítimas dos desastres naturais.
Com a medida, cada prefeitura poderá usar o Cartão de Pagamento de Defesa Civil para ajudar famílias desabrigadas e desalojadas, comprando, por exemplo, medicamentos e mantimentos. Para isso, não há necessidade de convênio e assinatura de documentação com o governo federal. A presidente ressaltou, porém, que o uso desses cartões será monitorado, e as prefeituras terão de fazer relatórios de gastos.
Colaborou Bruno Dalvi
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