Obama em baixa
FSP
Pesquisa da rede CNN divulgada em meados de dezembro nos EUA mostrou que
o presidente Barack Obama chegou ao fim do primeiro ano de seu segundo
mandato com índices históricos de reprovação.
Apenas 41% dos entrevistados avaliaram positivamente a atuação do
democrata --o mesmo percentual obtido pelo republicano George W. Bush em
período equivalente. Já o índice dos que desaprovaram o desempenho
presidencial atingiu 56%. Com pequenas variações, a insatisfação
registrada pela CNN repete resultados negativos apurados ao longo de
2013.
Entre os muitos problemas enfrentados pela Casa Branca nos últimos
meses, o mais grave do ponto de vista doméstico foi o fiasco do site
para adesões ao novo sistema de saúde dos EUA, que amplia a cobertura
oferecida pelos planos privados e favorece a população de menor renda.
Devido a falhas diversas, milhares de pessoas não conseguiram se
registrar. As deficiências na implantação do programa, supostamente o
principal legado interno de Obama, serviram de munição para os
republicanos, que bombardearam a iniciativa e tacharam o governo de
incompetente.
Ainda contribuiu para a avaliação negativa um escândalo com a receita
federal do país. Constatou-se que o órgão usou critérios ideológicos
para avaliar pedidos de isenção fiscal de entidades ligadas a partidos e
correntes políticas.
Sob a perspectiva internacional, 2013 foi o ano em que vazamentos de
informações sobre as atividades de espionagem da NSA (Agência Nacional
de Segurança) criaram constrangimentos globais para o presidente dos
Estados Unidos.
Também para os americanos o episódio foi chocante, pois souberam que o
sigilo de suas comunicações pode ser facilmente quebrado pelos órgãos de
inteligência.
Obama não pode concorrer a novo mandato, o que torna sua administração
menos sensível ao sobe e desce das pesquisas. Sua meta, já desfeitas as
ilusões iniciais do "yes, we can", é chegar ao fim da gestão com ao
menos parte das principais promessas cumpridas.
Obama enfrenta forte rejeição, mas tem tempo para superar o descrédito.
Contará, para isso, com um fator decisivo: a recuperação da economia, já
em curso. Resta saber que força terá essa retomada.
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