Buenos Aires tem "emergência" energética
Prefeito da cidade, Mauricio Macri, também decretou a suspensão das atividades da administração municipal
Falha de distribuição elétrica acontece com altas temperaturas; governo federal também terá recesso
FSP
O prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, decretou estado de
"emergência" energética na capital argentina devido às recorrentes
falhas de abastecimento que têm deixado milhares de pessoas sem luz e
água corrente, em meio à pior onda de calor das últimas quatro décadas.
Além de detalhar um plano para aliviar a falha de distribuição, Macri
também suspendeu as atividades da administração local com a proliferação
das interrupções do serviço elétrico.
"Esperamos propostas concretas do Executivo", afirmou Macri, que
pertence a um partido de oposição à presidente Cristina Kirchner.
O governo federal também anunciou para hoje recesso da administração pública por causa da onda de calor.
APAGÕES
Nos últimos dias, os termômetros registraram 39° C em Buenos Aires e
região, o que levou o serviço de meteorologia a emitir alerta vermelho.
Com a temperatura alta, o consumo de energia também aumenta, mas as empresas distribuidoras não conseguem acompanhar a demanda.
O chefe de gabinete da Presidência, Jorge Capitanich, fez nesta semana
ameaças de nacionalizar a gestão do serviço elétrico se as companhias
responsáveis não solucionarem o problema, que atinge milhares de
pessoas.
Ao menos três pessoas morreram como consequência da onda de calor e
milhares tiveram de ser atendidas por transtornos relacionados à
temperatura.
As autoridades de Buenos Aires colocaram à disposição um telefone de
emergência e disponibilizaram água potável em ginásios da cidade.
Na última quinta-feira, idosos que vivem num edifício de 20 andares do
bairro Boedo foram resgatados por bombeiros, já que os elevadores não
funcionam.
Um em cada quatro comerciantes da capital se diz prejudicado pelas
falhas de abastecimento, segundo a Federação de Comércio local.
Os comerciantes, em especial os ligados ao setor de alimentação, dizem que o problema provocou "danos milionários".
O serviço meteorológico mantém o alerta vermelho para a Buenos Aires e região, onde vivem 15 milhões de pessoas.
PROTESTOS
Moradores de Buenos Aires têm se organizado para protestar contra a falta de luz e água nos últimos dias.
Na última sexta-feira, a estrada Luis Dellepiane, uma das vias que ligam
o centro da capital argentina ao aeroporto de Ezeiza, foi bloqueada
pela quarta vez em dois dias por vizinhos da Villa Lugano, sem luz e
água há uma semana.
Em um dos piquetes, os manifestantes ficaram por cinco horas no local.
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