Der Spiegel
Tobias Schwarz/Reuters
Muçulmanos fazem as preces de sexta-feira em mesquita de Berlim, Alemanha
A Alemanha é lar de aproximadamente 4 milhões de muçulmanos. Com a proximidade do longo feriado da Páscoa, um importante membro da comunidade muçulmana do país pediu pelo reconhecimento legal de dois feriados muçulmanos, provocando críticas, entre outros, dos conservadores do partido do governo da chanceler Angela Merkel.
Em 2010, o ex-presidente alemão Christian Wulff afirmou que "o Islã faz parte da Alemanha", provocando uma reação dos conservadores. Agora, o Conselho Central dos Muçulmanos (ZMD) da Alemanha está trazendo o assunto de volta à atenção –sugerindo a introdução dos feriados muçulmanos por toda a Alemanha.
Esses feriados não seriam dias de folga para todos os cidadãos, especificou Mazyek, mas serviriam para dar aos muçulmanos o direito legal de não trabalharem nesses dias. Ele acrescentou que os muçulmanos em serviços públicos como a polícia cobririam a folga dos colegas nos feriados cristãos como a Páscoa.
O reconhecimento legal do Islã é uma questão controversa na Alemanha, lar de uma população de 4 milhões de muçulmanos que foi acusada de não fazer muito para se integrar. O desconforto público com o aumento dessa população veio à tona em 2010, quando um livro de autoria de um ex-membro do conselho do banco central alemão, Thilo Sarrazin, no qual ele acusava os muçulmanos de drenarem os recursos do bem-estar social e se recusarem a se integrar, se tornou um imenso sucesso de vendas.
Wolfgang Bosbach, um membro proeminente da CDU (União Democrata Cristã), o partido tradicionalmente católico de Merkel, disse ao "WAZ" que ele não vê nenhuma necessidade de reconhecimento legal dos feriados muçulmanos, acrescentando que a Alemanha "não tem tradição muçulmana". Os atuais feriados públicos –como os feriados de Páscoa, fazem parte da herança cristã-ocidental, disse Bosbach ao "WAZ".
Tanto Berlim quanto Baden-Württemberg fizeram o mesmo, implantando o direito aos feriados religiosos para os funcionários e estudantes muçulmanos.
Todavia, os conservadores alemães zombam da ideia. Outro legislador da CDU, Patrick Sensburg, pediu ao país que se concentre primeiro em "defender e fortalecer" os feriados cristãos já existentes, pedindo por mais restrições ao comércio no domingo e chamando as festas agitadas que ocorrem em Berlim na Sexta-Feira Santa de "um absurdo".
Guntram Schneider, um ministro social no Estado de Renânia do Norte-Vestfália pelo Partido Social-Democrata de centro-esquerda,. disse ao "WAZ" que aumentar os feriados oficiais "não é economicamente viável" e sugeriu um sistema de compensação de folgas.
Tradutor: George El Khouri Andolfato
Muçulmanos fazem as preces de sexta-feira em mesquita de Berlim, Alemanha
A Alemanha é lar de aproximadamente 4 milhões de muçulmanos. Com a proximidade do longo feriado da Páscoa, um importante membro da comunidade muçulmana do país pediu pelo reconhecimento legal de dois feriados muçulmanos, provocando críticas, entre outros, dos conservadores do partido do governo da chanceler Angela Merkel.
Em 2010, o ex-presidente alemão Christian Wulff afirmou que "o Islã faz parte da Alemanha", provocando uma reação dos conservadores. Agora, o Conselho Central dos Muçulmanos (ZMD) da Alemanha está trazendo o assunto de volta à atenção –sugerindo a introdução dos feriados muçulmanos por toda a Alemanha.
O presidente do conselho, Aiman Mazyek, disse à edição de quinta-feira (28) do jornal regional "Westdeutsche Allgemeine Zeitung" (WAZ) que conceder um dia durante o mês sagrado do Ramadã e outro no dia de Eid, o término do jejum, seria "um importante sinal de integração" e "enfatizaria a tolerância em nossa sociedade".
O reconhecimento legal do Islã é uma questão controversa na Alemanha, lar de uma população de 4 milhões de muçulmanos que foi acusada de não fazer muito para se integrar. O desconforto público com o aumento dessa população veio à tona em 2010, quando um livro de autoria de um ex-membro do conselho do banco central alemão, Thilo Sarrazin, no qual ele acusava os muçulmanos de drenarem os recursos do bem-estar social e se recusarem a se integrar, se tornou um imenso sucesso de vendas.
Wolfgang Bosbach, um membro proeminente da CDU (União Democrata Cristã), o partido tradicionalmente católico de Merkel, disse ao "WAZ" que ele não vê nenhuma necessidade de reconhecimento legal dos feriados muçulmanos, acrescentando que a Alemanha "não tem tradição muçulmana". Os atuais feriados públicos –como os feriados de Páscoa, fazem parte da herança cristã-ocidental, disse Bosbach ao "WAZ".
Os Estados alemães já o fazem
Mas em alguns Estados alemães, os devotos do Islã já têm o direito de folgar nos feriados religiosos. Hamburgo, por exemplo, concede esse direito aos muçulmanos, e no ano passado o prefeito da cidade, Olaf Scholz, sancionou uma lei dando aos feriados muçulmanos o mesmo status dos feriados não públicos da Igreja.Tanto Berlim quanto Baden-Württemberg fizeram o mesmo, implantando o direito aos feriados religiosos para os funcionários e estudantes muçulmanos.
Todavia, os conservadores alemães zombam da ideia. Outro legislador da CDU, Patrick Sensburg, pediu ao país que se concentre primeiro em "defender e fortalecer" os feriados cristãos já existentes, pedindo por mais restrições ao comércio no domingo e chamando as festas agitadas que ocorrem em Berlim na Sexta-Feira Santa de "um absurdo".
Guntram Schneider, um ministro social no Estado de Renânia do Norte-Vestfália pelo Partido Social-Democrata de centro-esquerda,. disse ao "WAZ" que aumentar os feriados oficiais "não é economicamente viável" e sugeriu um sistema de compensação de folgas.
Tradutor: George El Khouri Andolfato
Nenhum comentário:
Postar um comentário