Dilma anuncia 'cartão de desastre' para municípios afetados por chuvas em MG e ES
Cidades que decretarem emergência ou calamidade pública
recebem o cartão para pequenas obras e limpezas de rua, mas terão de
prestar contas
Franco Dani - OESP
Governador Valadares (MG) - A presidente Dilma Rousseff sobrevoou na
manhã desta sexta-feira (27) a cidade de Virgolândia, a 358 quilômetros
de Belo Horizonte, numa das regiões mais castigadas pelas chuvas no
Estado, o Vale do Rio Doce. Ela viu de perto os estragos causados na
cidade na última quinta-feira (26) pela força das águas, disse ter
ficado “impactada” e anunciou ajuda do Governo Federal, como a liberação
do Cartão de Desastre para os municípios que decretaram estado de
emergência ou de calamidade, além de ações conjuntas com os governos de
Minas e Espírito Santo.
Dilma desembarcou no aeroporto de Governador Valadares,
também no leste de Minas, por volta das 10 horas, acompanhada dos
ministros da Integração Nacional, Francisco Teixeira; do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel; a
ministra-chefe da Secretaria de Comunicação, Helena Chagas; do ministro
da Saúde, Alexandre Padilha e do secretário nacional de Defesa Civil,
general Adriano Pereira Júnior. Dilma foi recebida pelo governador
Antônio Augusto Anastasia.
O sobrevoo durou pouco mais de 40 minutos. De volta a
Valadares, Dilma resumiu em poucas palavras o que viu: “A cidade sofreu
um trauma. É triste ver tantos estragos”. Parte da cidade, segundo a
Coordenadoria de Defesa Civil de Minas Gerais, ficou alagada por causa
de uma forte chuva, que fez com que o Córrego Palmital transbordasse,
inundando casas e estabelecimentos comerciais.
Questionada sobre a liberação de recursos para ajudar os
municípios afetados pelas chuvas, a presidenta explicou que isso
acontecerá por meio do Cartão de Desastre. E voltou a criticar a
burocracia para a liberação de recursos nos casos de desastres naturais.
“Numa emergência não dá para liberar (recursos) pelos canais normais,
por isso criamos o cartão desastre para superar a burocracia na
liberação recursos”, disse .
A presidente lembrou que os municípios que decretarem
emergência ou calamidade pública recebem o cartão para pequenas obras e
limpezas de rua, mas cobrou o controle dos gastos. “Damos o cartão e
controlamos o que o prefeito vai gastar. Em princípio, não tem limite,
mas estamos de olho nele, porque dinheiro público é dinheiro público”,
disse. “Temos uma extrema fiscalização que é eletrônica, online”,
completou Dilma.
A presidente falou ainda que de uma forma geral, está
preocupada com a situação que as enchentes têm causado em cidades de
Minas e do Espírito Santo, e anunciou um conjunto de ações em parceria
com os governos desses dois estados.
“A primeira ação é evitar que haja mais mortes em função das
chuvas através da utilização de mecanismos de alerta, como pluviômetros,
radares e mapeamento de risco de todos os municípios com histórico de
inundações, desabamentos e desmoronamentos. A segunda, o trabalho de
reconstrução, não só da infraestrutura, como pontes, casas e estradas,
como também com o envio de ajuda para os municípios em forma de
remédios, material de limpeza e, cama, mesa e banho. A terceira e mais
importante ação é o trabalho de prevenção, através de obras de contenção
de cheias, encostas, drenagem e assoreamento dos rios e córregos”,
concluiu a presidenta, antes de retornar para a Salvador (BA).
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