segunda-feira, 14 de maio de 2012

ESPANHA EM CRISE (CADA VEZ MAIOR)

Crise dos bancos reacende indignados espanhóis
Manifestação reúne 35 mil em Madri e gera confronto com a polícia, acusada de violência
LUISA BELCHIOR - FSP
Com as políticas de ajuste e a crise de bancos em mira, o chamado movimento dos indignados voltou a ocupar as praças da Espanha sob forte repressão da polícia neste fim de semana.
Depois de uma manifestação na noite de sábado que reuniu 35 mil pessoas na Porta do Sol, a praça de Madri onde o movimento começou, policiais despejaram 200 pessoas que acamparam no local. Houve confronto, e 18 manifestantes foram presos.
Os ativistas acusam os agentes de uso desproporcional da força e publicaram, nas redes sociais, vídeos com imagens de agressões.
A denúncia gerou nova crise interna no governo do premiê conservador Mariano Rajoy. O governo havia garantido que não usaria a força.
"Não se pode acampar no centro da cidade e por isso temos que agir para cumprir a lei", disse Cristina Cifuentes, delegada do governo Rajoy na capital espanhola.
Em comunicado enviado ao governo, os indignados denunciaram que os agentes que fizeram o despejo taparam o número de identificação que têm no uniforme.
"Eles já chegaram batendo, antes mesmo de nos acordar", afirmou o estudante Jaume Rodríguez, 21, que acampava na Porta do Sol na madrugada de ontem.
Desde a última sexta o premiê conservador enfrenta também a ira de bancos, depois de anunciar uma segunda reforma financeira em dois meses, exigindo mais dinheiro em caixa das instituições.
Na semana passada, pesquisa apontou que o apoio ao governo caiu em quatro pontos percentuais, para 40%, desde a posse, em dezembro.
Ontem de manhã, os manifestantes voltaram à Porta do Sol, onde pretendem ficar até amanhã, quando o movimento completa um ano.
Diferentemente do ano passado, quando os protestos tinham cunho amplo, agora o foco da manifestação foi a reforma trabalhista que o governo aprovou no início do ano. Porém, a permanência de ativos tóxicos em bancos espanhóis foi outro alvo.
"Ano passado, estávamos desempregados. Neste ano, seguimos desempregados, mas com muito menos proteção social", disse a engenheira Ana Muñoz, integrante do movimento.

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