sexta-feira, 31 de maio de 2013

Depois do ‘entrace’ na saída da Fonte Nova, prefeitura do Rio enriquece o inglês de Copa do Mundo com a invenção do ‘aiport’
Augusto Nunes - VEJA
Sempre que inaugura um estádio que não está pronto, Dilma Rousseff fica grávida de patriotismo mequetrefe ─ e recita o que o mestre lhe ensinou: só duvidam do governo (e seus comparsas) os eternos pessimistas, os céticos profissionais, os que torcem o tempo todo contra o progresso da nação reinventada pela seita lulopetista. Foi assim em 21 de dezembro de 2012, quando a presidente baixou em Belo Horizonte para dar por concluído o Mineirão ainda em obras.
“Nós, do Brasil, estamos dando uma demonstração para o mundo”, caprichou no dilmês de boleiro. “De que nós somos bons dentro do campo, mas somos bons fora do campo também”. Dilma tem tanta familiaridade com o que ocorre dentro do campo quanto Lula com o uso do plural. Para a Primeira Torcedora, trivela é o ministro da Pesca com erro de revisão. Se sabe o que anda acontecendo fora do campo, logo vai descobrir que ninguém perde tempo torcendo contra os organizadores da Copa. Time que só faz gol contra nem precisa de inimigos.
Confira o texto de Júlia Rodrigues na seção História em Imagens. Depois do “entrace” na saída da Fonte Nova, a prefeitura do Rio enriqueceu o inglês de Copa do Mundo com a invenção do “aiport”. Os turistas vão sofrer para encontrar o Maracanã. Se chegarem lá, podem colidir com portões fechados: no fim da tarde desta quinta-feira, a Justiça atendeu ao pedido do Ministério Público estadual e suspendeu a realização do jogo entre Brasil e Inglaterra, marcado para domingo.
Antes que o dia terminasse, previsivelmente, governantes e cartolas conseguiram contornar a interdição. Mas a pedra no caminho continua do mesmo tamanho. A decisão judicial amparou-se nas evidências de que o Maracanã não está pronto para acomodar sem riscos as multidões com que sonham os vigaristas gananciosas. Para esse bando, a Copa de 2014 é um grande negócio.

 

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