Onda de vandalismo em Estocolmo teve início após ação da polícia que resultou na morte de imigrante
Ministra vê exclusão como raiz do problema; desemprego, como em outros países europeus, é alto entre os jovens
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIASCentenas de jovens da periferia de Estocolmo, capital da Suécia, incendiaram carros, destruíram vitrines de lojas e incendiaram uma escola, uma enfermaria e um centro cultural no quarto e mais violento dia de protestos contra a ação da polícia.
Agentes de segurança prenderam sete suspeitos na capital. Na cidade de Malmo, no sul do país, pelo menos dois carros foram incendiados, de acordo com policiais.
A onda de vandalismo começou no domingo, seis dias depois de operação policial que resultou na morte de um homem de 69 anos no bairro de Husby, em Estocolmo.
Segundo a imprensa sueca, o idoso era um imigrante com problemas psíquicos e estava num apartamento com sua mulher quando foi baleado e morto pelos policiais --a polícia disse que ele era "europeu", mas não especificou sua nacionalidade.
Os agentes que participaram da operação alegaram que o idoso havia ameaçado um dos policiais com uma faca e que os disparos contra ele foram legítima defesa.
A polícia abriu investigação, mas isso não evitou a revolta dos moradores. Eles acusam as forças de segurança de abuso de autoridade, de bater em idosos e crianças e de chamar os imigrantes, na maioria negros, de "ratos" e "macacos".
A ministra da Justiça da Suécia, Beatrice Ask, tentou acalmar os ânimos: "Nós entendemos por que os moradores de Husby e dos outros subúrbios estão preocupados e furiosos. Exclusão social é a causa de muitos problemas sérios", declarou.
Para Rouzbeh Djalaie, editor de um jornal local em Husby, a razão da revolta é "muito simples: desemprego, falta de moradia, desrespeito policial. Bastava uma faísca para tudo explodir".
A polícia atribuiu os ataques a "gangues" e disse que as operações continuarão.
DESEMPREGO
Os choques retomaram o debate sobre a pobreza em uma das capitais mais ricas da Europa. A Suécia, como outros países da região, tem alto desemprego entre jovens, de até 25%. Os mais pobres, em especial imigrantes africanos e do Oriente Médio, são os mais afetados.
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