Impasse é pela posse de 17 mil hectares de 30 fazendas da região de Sidrolândia
Germano Oliveira - O Globo
SÃO PAULO - Aproximadamente 600 índios Terena e dezenas de fazendeiros de Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul - os dois lados armados - estão prontos para entrar em confronto pela posse de 17 mil hectares de 30 fazendas da região. O campo de batalha se concentra na fazenda Buriti, de propriedade do ex-deputado Ricardo Bacha (PSDB), que conseguiu na Justiça Federal a reintegração de posse de sua fazenda, ocupada pelos indígenas. Essa área foi declarada pelo governo federal, no Diário Oficial da União, como terra indígena e os Terenas a invadiram para forçar o governo a lhes entregar as terras.
No sábado, o barril esteve perto de explodir. Pela manhã, os índios ocuparam a sede da Fazenda Buriti e fizeram reféns o ex-deputado, seus familiares e funcionários do local. Segundo a PF e o fazendeiro, os indígenas chegaram jogando bombas caseiras e forçando as portas para entrar e retirar todos à força. A PF, que estava no local para cumprir a reintegração de posse com os soldados da PM, precisou entrar na casa e retirar o fazendeiro, seus familiares e dois seguranças da propriedade, levando-os para a cidade. Mas a reintegração de posse não foi cumprida, com os policiais ficando de prontidão na área.
Com isso, os índios tomaram conta de tudo e ocupam a propriedade desde então, mas garantiram às autoridades que não ocuparão a sede e não destruirão nada no local. Mobilizados por Ricardo Bacha, dezenas de fazendeiros da região estão chegando ao local para impedir que os índios permaneçam em suas terras, inclusive com a utilização de seguranças armados, como o próprio fazendeiro admite, alegando a defesa "da propriedade privada". No domingo, o Ministério Público Federal enviou o procurador Emerson Kalif Siqueira à fazenda para tentar um acordo entre os dois lados para evitar o conflito armado.
O estopim do conflito foi uma medida de reintegração de posse concedida a Ricardo Bacha, dono de 300 hectares da Fazenda Buriti, na quinta-feira, pelo juiz Renato Toniasso, da 1ª Vara Federal de Campo Grande. A fazenda de Bacha faz divisa com a Aldeia Terena do Buriti, com 2.090 hectares, com mais de mil índios. Alegando que toda a área de 17 mil hectares foi ocupada pelos indígenas no passado, a Funai iniciou o processo de transformar toda a área em terra indígena, mas a demarcação ainda não aconteceu. Os índios ocupam parte dessa fazenda desde 2000.
Em 2009, Bacha tentou expulsar os índios com a ajuda da policiais, mas sem uma decisão judicial, o que valeu um processo ao comandante da operação. Em meio a esse processo de transformar a área em terra indígena, o juiz federal concedeu a reintegração na quinta. A PF e a Tropa de Choque foram para a fazenda ainda na quinta-feira e os policiais deram prazo de 48h para os índios deixarem pacificamente a área. O prazo venceria às 15h de sábado.
Paralelamente à "trégua" negociada pela PF, o fazendeiro começou a mobilizar outros proprietários da área, que começaram a chegar às dezenas no sábado. Percebendo a movimentação do fazendeiro, na sexta e sábado, os indígenas começaram a se reunir para impedir o cumprimento da reintegração. Entidades de apoio aos índios, como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), da igreja católica, e da OAB, além de outras três entidades de defesa das minorias, chegaram ao local para evitar violência policial. Por volta do meio-dia do sábado, no entanto, já eram 600 indígenas reunidos na fazenda. intensificaram a ocupação da área e ameaçaram invadir a sede da propriedade, onde o ex-deputado se encontrava com a esposa, cunhados e dois seguranças.
A Polícia Federal acusou o Cimi, ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), de incitar a invasão e apreendeu filmadora e um laptop de Ruy Sposati, jornalista do Cimi. O delegado Alcídio de Souza Araújo, da PF, disse que o Cimi e as entidades estavam aumentando o clima de tensão no local, mas o Cimi disse em nota que foi o delegado quem usou de truculência.
- Sem nenhum mandado legal, o delegado da PF confiscou nossos equipamentos. O delegado será denunciado ao Ministério Público Federal por abuso de autoridade - disse Flávio Vicente Machado, diretor do Cimi em Campo Grande, e que também se sentia ameaçado "pela prepotência" da PF na ação.
O ex-deputado, por seu lado, disse que a ação dos índios "e os seus protetores do Cimi, Funai, além de outras entidades, é que provocaram o clima de violência na área.
- Foi um sábado de horror. Os índios chegaram a jogar bombas caseiras dentro da minha casa, onde estava eu e meus familiares. Os índios batiam nas portas da casa, forçando a entrada. Queriam nos expulsar da nossa própria casa. Estavam lá também meus dois seguranças privados, contratados legalmente para protegerem minha propriedade, mas eles não atiraram. Só fomos salvos graças à ação da PF, que já estava na área para a reintegração de posse. Nos salvaram, mas a PF não cumpriu a reintegração de posse. Ou seja, me tiraram da fazenda e reintegraram os índios na posse. Agora só eles estão tomando conta de tudo por lá - disse o ex-deputado Bacha, que nesta segunda-feira batia no peito:
- A fazenda é minha e não vou tolerar que tomem tudo de uma hora para a outra. Meu avô comprou a fazenda, que eu herdei do meu pai em 1970. Sempre convivemos pacificamente com a reserva dos índios aqui do lado. Mas agora eles querem ampliar a reserva deles, entrando nas nossas terras. Eu vivo desta fazenda como pecuarista. Se o governo quiser nos tomar as terras, que nos indenizem. Aí pegamos o dinheiro e vamos comprar propriedades em outra região, longe dos índios.
Nesta segunda-feira, a fazenda permanecia ocupada pelos índios e os fazendeiros se reuniam nas proximidades, prometendo reação. A PF e a Tropa de Choque continuava de prontidão nas imediações. Os índios continuavam chegando de várias partes do Estado. Dois ônibus cheios de índios Caiuás vindos de Dourados foram barrados pela PF quando chegavam domingo ao local. A PF alegou que os ônibus não estavam com a documentação legal para o transporte. Nesta terça-feira, os índios irão com outros ônibus para o local.
Dois índios degolados em Dourados
O clima de tensão também é grande na reserva Jaguapiru, de Dourados, a 80 quilômetros de Sidrolândia. No domingo, dois índios caiuás, os irmãos Oracildo Porto, de 20 anos, e Devanildo Porto, de 18 anos, filhos do cacique Ivo Porto, liderança da reserva ocupada por 14 mil índios Caiuás e Terenas, foram encontrados degolados no interior da reserva. Além de terem os pescoços cortados, os dois indígenas estavam com vários cortes a facadas e facões pelo corpo. Como a Polícia Civil do Mato Grosso do Sul está em greve, a Força Nacional prendeu ontem dois índios da própria reserva como suspeitos de terem cometido o crime: Eliezer Cabrera de Souza, de 19 anos, e M.L.S., de 17 anos. O menor M.L.S confessou o crime. Ele foi levado ontem mesmo para uma unidade de menores infratores, enquanto que Eliezar está no presídio de Dourados.
- Os dois confessaram o crime e o caso está esclarecido. Foi briga entre os próprios índios - disse João Marcos Garcia, escrivão da Polícia Civil de Dourados, explicando que apesar da greve os policiais trabalharam no caso ontem porque a polícia só está operando em casos de homicídios ou flagrantes.
O capitão Eduardo, da Força Nacional, que fez as prisões dos dois criminosos, diz que tudo aconteceu por causa de uma briga num bar na semana passada, entre os dois índios mortos e os dois assassinos. Todos bebiam muito, segundo o capitão, para quem um dos índios teria espancado um dos assassinos, que prometeram vingança.
- Os dois fizeram uma emboscada dentro da própria reserva e mataram os dois que os teriam agredido. Foi um crime por vingança - disse o comandante da Força Nacional em Dourados.
Mas a líder indígena caiuá de Dourados, Valdelice Veron, suspeita que os dois irmãos, que eram seus primos, foram mortos a mando de traficantes de drogas que agem dentro da reserva de Jaguapiru.
- Meu tio Ivo Porto, pai dos dois índios mortos domingo, e mais outros líderes indígenas de Jaguapiru, denunciaram à Polícia Federal, no mês passado, que traficantes de drogas, conhecidos por Negririh e Papa, comandam a venda de maconha e cocaína dentro da reserva. Estranhamente, seus filhos foram mortos no domingo por outros dois indígenas - disse
Valdelice, que ontem mesmo denunciou o caso para a Anistia Internacional e a Survival Internacional, uma ONG na defesa de indígenas em Londres.
- Pedimos que essas duas entidades internacionais com quem temos contatos entrem em contato com o Ministério da Justiça no Brasil, para que providências sejam tomadas. A Funai precisa retirar todos os não índios que ocupam a reserva de Jaguapiru e que todos os bares que vendem drogas dentro da reserva sejam fechados.
O GLOBO denunciou, no mês passado, que brancos controlam os bares que vendem drogas e bebidas dentro da reserva Jaguapiru, em Dourados. O pai de Valdelice, o cacique Mário Veron, foi assassinado por fazendeiros na reserva indígena de Taquara, em Juti, perto de Dourados,
- A denúncia sobre tráfico de drogas foi feita pelo meu tio Ivo Porto e por outros líderes como o Nelson Carumbé e Getúlio Oliveira há um mês. A PF foi na casa do Negririh e do Papa e apreenderam drogas em suas casas, dentro da reserva do Jaguapiru. Estranhamente, agora morrem os filhos do Ivo Porto.
Na semana passada, o filho do Getúlio, um menino de 16 anos, apareceu enforcado. Em 2010, a liderança Neves Cabrera também pediu ação da polícia contra as drogas na reserva e apareceu degolado também. Em agosto de 2011, sua filha, Corina Cabrera, também apareceu degolada e disseram que ela se suicidou, mas ela fazia trabalho escolar quando foi encontrada morta. Agora, os dois filhos do Ivo Porto aparecem mortos e a polícia diz que foi briga entre índios. Não acreditamos nessa versão - disse Valdelice Veron.
No sábado, o barril esteve perto de explodir. Pela manhã, os índios ocuparam a sede da Fazenda Buriti e fizeram reféns o ex-deputado, seus familiares e funcionários do local. Segundo a PF e o fazendeiro, os indígenas chegaram jogando bombas caseiras e forçando as portas para entrar e retirar todos à força. A PF, que estava no local para cumprir a reintegração de posse com os soldados da PM, precisou entrar na casa e retirar o fazendeiro, seus familiares e dois seguranças da propriedade, levando-os para a cidade. Mas a reintegração de posse não foi cumprida, com os policiais ficando de prontidão na área.
Com isso, os índios tomaram conta de tudo e ocupam a propriedade desde então, mas garantiram às autoridades que não ocuparão a sede e não destruirão nada no local. Mobilizados por Ricardo Bacha, dezenas de fazendeiros da região estão chegando ao local para impedir que os índios permaneçam em suas terras, inclusive com a utilização de seguranças armados, como o próprio fazendeiro admite, alegando a defesa "da propriedade privada". No domingo, o Ministério Público Federal enviou o procurador Emerson Kalif Siqueira à fazenda para tentar um acordo entre os dois lados para evitar o conflito armado.
O estopim do conflito foi uma medida de reintegração de posse concedida a Ricardo Bacha, dono de 300 hectares da Fazenda Buriti, na quinta-feira, pelo juiz Renato Toniasso, da 1ª Vara Federal de Campo Grande. A fazenda de Bacha faz divisa com a Aldeia Terena do Buriti, com 2.090 hectares, com mais de mil índios. Alegando que toda a área de 17 mil hectares foi ocupada pelos indígenas no passado, a Funai iniciou o processo de transformar toda a área em terra indígena, mas a demarcação ainda não aconteceu. Os índios ocupam parte dessa fazenda desde 2000.
Em 2009, Bacha tentou expulsar os índios com a ajuda da policiais, mas sem uma decisão judicial, o que valeu um processo ao comandante da operação. Em meio a esse processo de transformar a área em terra indígena, o juiz federal concedeu a reintegração na quinta. A PF e a Tropa de Choque foram para a fazenda ainda na quinta-feira e os policiais deram prazo de 48h para os índios deixarem pacificamente a área. O prazo venceria às 15h de sábado.
Paralelamente à "trégua" negociada pela PF, o fazendeiro começou a mobilizar outros proprietários da área, que começaram a chegar às dezenas no sábado. Percebendo a movimentação do fazendeiro, na sexta e sábado, os indígenas começaram a se reunir para impedir o cumprimento da reintegração. Entidades de apoio aos índios, como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), da igreja católica, e da OAB, além de outras três entidades de defesa das minorias, chegaram ao local para evitar violência policial. Por volta do meio-dia do sábado, no entanto, já eram 600 indígenas reunidos na fazenda. intensificaram a ocupação da área e ameaçaram invadir a sede da propriedade, onde o ex-deputado se encontrava com a esposa, cunhados e dois seguranças.
A Polícia Federal acusou o Cimi, ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), de incitar a invasão e apreendeu filmadora e um laptop de Ruy Sposati, jornalista do Cimi. O delegado Alcídio de Souza Araújo, da PF, disse que o Cimi e as entidades estavam aumentando o clima de tensão no local, mas o Cimi disse em nota que foi o delegado quem usou de truculência.
- Sem nenhum mandado legal, o delegado da PF confiscou nossos equipamentos. O delegado será denunciado ao Ministério Público Federal por abuso de autoridade - disse Flávio Vicente Machado, diretor do Cimi em Campo Grande, e que também se sentia ameaçado "pela prepotência" da PF na ação.
O ex-deputado, por seu lado, disse que a ação dos índios "e os seus protetores do Cimi, Funai, além de outras entidades, é que provocaram o clima de violência na área.
- Foi um sábado de horror. Os índios chegaram a jogar bombas caseiras dentro da minha casa, onde estava eu e meus familiares. Os índios batiam nas portas da casa, forçando a entrada. Queriam nos expulsar da nossa própria casa. Estavam lá também meus dois seguranças privados, contratados legalmente para protegerem minha propriedade, mas eles não atiraram. Só fomos salvos graças à ação da PF, que já estava na área para a reintegração de posse. Nos salvaram, mas a PF não cumpriu a reintegração de posse. Ou seja, me tiraram da fazenda e reintegraram os índios na posse. Agora só eles estão tomando conta de tudo por lá - disse o ex-deputado Bacha, que nesta segunda-feira batia no peito:
- A fazenda é minha e não vou tolerar que tomem tudo de uma hora para a outra. Meu avô comprou a fazenda, que eu herdei do meu pai em 1970. Sempre convivemos pacificamente com a reserva dos índios aqui do lado. Mas agora eles querem ampliar a reserva deles, entrando nas nossas terras. Eu vivo desta fazenda como pecuarista. Se o governo quiser nos tomar as terras, que nos indenizem. Aí pegamos o dinheiro e vamos comprar propriedades em outra região, longe dos índios.
Nesta segunda-feira, a fazenda permanecia ocupada pelos índios e os fazendeiros se reuniam nas proximidades, prometendo reação. A PF e a Tropa de Choque continuava de prontidão nas imediações. Os índios continuavam chegando de várias partes do Estado. Dois ônibus cheios de índios Caiuás vindos de Dourados foram barrados pela PF quando chegavam domingo ao local. A PF alegou que os ônibus não estavam com a documentação legal para o transporte. Nesta terça-feira, os índios irão com outros ônibus para o local.
Dois índios degolados em Dourados
O clima de tensão também é grande na reserva Jaguapiru, de Dourados, a 80 quilômetros de Sidrolândia. No domingo, dois índios caiuás, os irmãos Oracildo Porto, de 20 anos, e Devanildo Porto, de 18 anos, filhos do cacique Ivo Porto, liderança da reserva ocupada por 14 mil índios Caiuás e Terenas, foram encontrados degolados no interior da reserva. Além de terem os pescoços cortados, os dois indígenas estavam com vários cortes a facadas e facões pelo corpo. Como a Polícia Civil do Mato Grosso do Sul está em greve, a Força Nacional prendeu ontem dois índios da própria reserva como suspeitos de terem cometido o crime: Eliezer Cabrera de Souza, de 19 anos, e M.L.S., de 17 anos. O menor M.L.S confessou o crime. Ele foi levado ontem mesmo para uma unidade de menores infratores, enquanto que Eliezar está no presídio de Dourados.
- Os dois confessaram o crime e o caso está esclarecido. Foi briga entre os próprios índios - disse João Marcos Garcia, escrivão da Polícia Civil de Dourados, explicando que apesar da greve os policiais trabalharam no caso ontem porque a polícia só está operando em casos de homicídios ou flagrantes.
O capitão Eduardo, da Força Nacional, que fez as prisões dos dois criminosos, diz que tudo aconteceu por causa de uma briga num bar na semana passada, entre os dois índios mortos e os dois assassinos. Todos bebiam muito, segundo o capitão, para quem um dos índios teria espancado um dos assassinos, que prometeram vingança.
- Os dois fizeram uma emboscada dentro da própria reserva e mataram os dois que os teriam agredido. Foi um crime por vingança - disse o comandante da Força Nacional em Dourados.
Mas a líder indígena caiuá de Dourados, Valdelice Veron, suspeita que os dois irmãos, que eram seus primos, foram mortos a mando de traficantes de drogas que agem dentro da reserva de Jaguapiru.
- Meu tio Ivo Porto, pai dos dois índios mortos domingo, e mais outros líderes indígenas de Jaguapiru, denunciaram à Polícia Federal, no mês passado, que traficantes de drogas, conhecidos por Negririh e Papa, comandam a venda de maconha e cocaína dentro da reserva. Estranhamente, seus filhos foram mortos no domingo por outros dois indígenas - disse
Valdelice, que ontem mesmo denunciou o caso para a Anistia Internacional e a Survival Internacional, uma ONG na defesa de indígenas em Londres.
- Pedimos que essas duas entidades internacionais com quem temos contatos entrem em contato com o Ministério da Justiça no Brasil, para que providências sejam tomadas. A Funai precisa retirar todos os não índios que ocupam a reserva de Jaguapiru e que todos os bares que vendem drogas dentro da reserva sejam fechados.
O GLOBO denunciou, no mês passado, que brancos controlam os bares que vendem drogas e bebidas dentro da reserva Jaguapiru, em Dourados. O pai de Valdelice, o cacique Mário Veron, foi assassinado por fazendeiros na reserva indígena de Taquara, em Juti, perto de Dourados,
- A denúncia sobre tráfico de drogas foi feita pelo meu tio Ivo Porto e por outros líderes como o Nelson Carumbé e Getúlio Oliveira há um mês. A PF foi na casa do Negririh e do Papa e apreenderam drogas em suas casas, dentro da reserva do Jaguapiru. Estranhamente, agora morrem os filhos do Ivo Porto.
Na semana passada, o filho do Getúlio, um menino de 16 anos, apareceu enforcado. Em 2010, a liderança Neves Cabrera também pediu ação da polícia contra as drogas na reserva e apareceu degolado também. Em agosto de 2011, sua filha, Corina Cabrera, também apareceu degolada e disseram que ela se suicidou, mas ela fazia trabalho escolar quando foi encontrada morta. Agora, os dois filhos do Ivo Porto aparecem mortos e a polícia diz que foi briga entre índios. Não acreditamos nessa versão - disse Valdelice Veron.
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