Comissão do Senado uruguaio aprova legalização de produção e venda de maconha
Projeto segue para o plenário da Casa, onde deverá ser votado na semana que vem; oposição criticou aprovação da medida
OM
A Comissão de Saúde do Senado do Uruguai aprovou na noite de
quinta-feira (26/11) o projeto de legalização da compra e venda e
cultivo de maconha que tinha sido aprovado anteriormente na Câmara dos
Deputados. Agora, o projeto segue para o plenário, onde deverá ser
votado na semana que vem.
O presidente da Comissão de Saúde, o senador Alfredo Solari, do opositor Partido Colorado, disse à rádio El Espectador
que a aprovação do projeto -possível pelos votos da governista Frente
Ampla (FA) - deixa "um sabor muito amargo pela irresponsabilidade com
que foi conduzido" pelo bloco governamental. Segundo ele, é um projeto
de “quarenta e tantos artigos onde todos eles, praticamente, têm
observações, algumas não tão importantes, mas outras muito, com casos de
inconstitucionalidade", afirmou.
Agência Efe
Comissão do Senado aprovou projeto que legaliza produção e venda de maconha no Uruguai
"No entanto, [o projeto] foi votado assim como veio da Câmara dos
Deputados para que não tivesse que voltar a esta casa porque nela não
estão assegurados os votos para que pudesse passar", acrescentou.
O senador Robert Conde, um dos integrantes do FA na Comissão de Saúde, disse à Agência Efe
que o plano governamental "não tem nenhuma inconstitucionalidade,
somente um artigo onde se coloca a necessidade de que a educação sobre
drogas seja incorporada à educação secundária pública".
"Entende-se que pode estar invadindo a autonomia das autoridades da
educação", mas estas "podem tomar o espírito do artigo e aplicá-lo como
elas entenderem melhor dentro do campo de sua autonomia", argumentou.
A oposição também critica a criação de um Instituto de Regulação da
Cannabis (IRCA), com funções de supervisão, e a nomeação de um titular. O
órgão será responsável por emitir licenças e controlar a produção e a
distribuição da maconha.
Os consumidores registrados poderão comprar maconha em farmácias
especialmente habilitadas, até um máximo de 40 gramas por mês, ou
cultivar em casa até seis plantas que produzam não mais de 480 gramas
por colheita.
A Constituição uruguaia, porém, impede a criação de cargos públicos um
ano antes de eleições. As próximas estão previstas para outubro de 2014.
De acordo com o senador governista, o instituto é “público, mas, de
direito privado” e não se encaixaria nesta norma.
A Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife), da ONU,
advertiu na semana passada ao Uruguai que a lei sobre a maconha viola os
tratados internacionais assinados pelo país.
O Uruguai vai se transformar num maconhal
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