“Odeio quando não consigo andar e digitar no celular ao mesmo tempo”. “Odeio quando o carregador de celular não alcança minha cama”.
Augusto Nunes - VEJA
Queixas e lamentações desse gênero, tão frequentes na internet, podem parecer até divertidas, e costumam provocar sorrisos de cumplicidade. As reações mudam dramaticamente quando tais frases são repetidas por cidadãos haitianos em cenários que sublinham a voz da miséria absoluta. Na campanha Problemas do primeiro mundo não são problemas, a ONG americana Water is Life, que arrecada doações para levar água potável a populações carentes, reuniu no vídeo abaixo moradores da mais trágica das ilhas caribenhas que leem em sequência queixas postadas no Twitter por habitantes de paragens muito mais abastadas. O resultado mostra a distância que existe entre a garoa e a tempestade (leia abaixo a tradução das frases).
“Odeio quando o carregador de celular não alcança minha cama”
“Odeio quando os bancos de couro não estão aquecidos”
“Quando vou ao banheiro e esqueço meu celular”
“Quando esqueço as roupas na máquina de lavar e elas começam a ficar com cheiro ruim”
“Odeio morar numa casa muito grande e precisar de dois roteadores de internet WiFi”
“Quando meu chiclete de menta faz minha água parecer muito gelada”
“Quando tenho que fazer um cheque para minha empregada, mas esqueço qual é seu sobrenome”
“Quando não consigo andar e digitar no celular ao mesmo tempo”
“Quando deixo o carregador no andar de baixo”
“Odeio quando meus vizinhos colocam senha no WiFi”
“Odeio quando peço meu lanche sem picles e ainda assim eles colocam picles”
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